O julgamento por terrorismo do cineasta ucraniano Oleg
Sentsov, contrário à anexação da Crimeia por parte da Rússia e detido há mais
de um ano em Moscou, começou nesta terça-feira (20) no sul do país.
Sobre o diretor pesam as acusações de terrorismo,
organização de grupo terrorista e tráfico de armas, e ele será julgado junto a
outro acusado, Alexander Kolshenko. Sentsov enfrenta uma pena máxima de 20 anos
de prisão.
Detido em maio de 2014 em sua casa na Crimeia, Sentsov, de
39 anos, é acusado de ter coordenado um grupo de ativistas filiados ao
movimento paramilitar ucraniano Pravy Sektor (Setor de Direita), que tinham por
missão atingir as organizações pró-russas e as infraestruturas da península.
Ambos acusados negam as acusações.
"O tribunal interrogará várias testemunhas e
vítimas", declarou Aliona Katkalo, porta-voz do tribunal de Rostov do DOn
(no sul do país), onde o diretor é julgado.
Um de seus advogados, Dimitri Dinze, disse à AFP que não
espera que o julgamento seja justo e considerou que o veredicto será
desfavorável e que, no melhor dos casos, o cineasta será devolvido à Ucrânia no
âmbito de uma troca de prisioneiros.
Vários cineastas russos, do liberal Andrei Proshkin ao
conservador Nikita Mijalkov, pediram ao presidente Vladimir Putin que liberte
seu colega ucraniano, assim como outros diretores europeus.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, também pediu a
Putin na semana passada a libertação de Sentsov.
O cineasta foi uma das figuras da Maidan, o movimento de
contestação que levou à queda do presidente ucraniano pró-russo Viktor
Yanukovytch.
Nenhum comentário:
Postar um comentário