Dicas de Cinema 2015

Nesta página você verá opiniões e comentários de filmes atualmente em cartaz nos cinemas e que são recomendados para o público. Lembrando que as notas dadas aos filmes são de 5 a 10 e que os filmes são assistidos no momento de exibição nos cinemas, não fazendo uso da pirataria.


Meu Passado Me Condena 2

Nesta sequência, a vida de casado dos apaixonado Fábio (Fábio Porchat) e Miá (Miá Mello) cai na rotina quando, as diferenças, que não são poucas, precisam ser enfrentadas. Após Fábio esquecer o terceiro aniversário de casamento, Miá decide pedir um tempo. Quando o avô de Fábio, que mora em Portugal, o comunica que ficou viúvo, ele enxerga nesta viagem para o funeral uma oportunidade de salvar seu casamento.
Assim como os americanos, podemos notar que os brasileiros também estão começando a apostar em sequências de filmes que trouxeram um bom retorno para as bilheterias e um exemplo disso é justamente esse filme.
Desde o primeiro filme, ‘Meu Passado Me Condena’ apresenta um roteiro fraco e uma direção pouco experiente, mas graças ao Fábio Porchat o filme ganha força e se mantém em um bom nível.
Na verdade, podemos dizer que o tempo fez ‘Meu Passado me Condena 2’ amadurecer. O filme que já havia sido bom, trouxe uma sequência melhor para os cinemas, com não só a diretora mas também os atores mais confiantes e preparados em cena.
O elenco no geral vai muito bem, não só Fabio e Miá mas também todos os outros que fazem parte do time. Mafalda Rodiles dá um show e ganha um bom destaque e os demais também apresentam um bom trabalho.

Meu Passado Me Condena 2 pode não trazer o enredo mais original do qual você já ouviu na vida, mas estamos falando de uma comédia e que, como tal, é muito superior ao que se tem produzido no Brasil.

Nota : 8.5

O Exterminador do Futuro : Gênesis


Em 2029, a resistência humana contra as máquinas é comandada por John Connor (Jason Clarke). Ao saber que a Skynet enviou um exterminador ao passado com o objetivo de matar sua mãe, Sarah Connor (Emilia Clarke), antes de seu nascimento, John envia o sargento Kyle Reese (Jai Courtney) de volta ao ano de 1984, na intenção de garantir a segurança dela. Entretanto, ao chegar Reese é surpreendido pelo fato de que Sarah tem como protetor outro exterminador T-800 (Arnold Schwarzenegger), enviado para protegê-la quando ainda era criança.
Hoje em dia em Hollywood uma franquia e uma refilmagem está valendo ouro. São muitas, independente de estarem ultrapassadas ou não. Alguns alegam que seja falta de criatividade, outros já curtem o que está rolando por lá.
O Exterminador do Futuro volta às telonas de cinema com Arnold Schwarzenegger mais uma vez batendo na mesma tecla de que está velho durante todo o filme, algo que se tornou presente em todos seus filmes recentes. Emilia Clarke cumpre bem a função de apresentar uma Sarah Connor corajosa, durona e, ao mesmo tempo, afetuosa com seu Papi. Mas a grande surpresa vem de Jai Courtney, que contém os exageros faciais típicos para compor um herói convincente. Quem decepciona é Jason Clarke, em vários momentos recorrendo a cacoetes típicos da reviravolta pela qual passa seu John Connor. Já J.K. Simmons e Matt Smith têm participações pequenas, tendo sido inseridos em Gênesis provavelmente para que sejam melhor desenvolvidos em possíveis continuações.
Por mais que tenha como grande pecado a ausência de originalidade, Gênesis traz consigo qualidades que compensam, em parte, o fato de simplesmente se aproveitar do que já foi feito, talvez seja aí que entremos naquele tópico lá de cima onde citei a falta de criatividade.

Longe de ter a mesma qualidade dos dois primeiros filmes (apesar dos defeitos especiais do original, ainda mais se comparado aos dias atuais), ainda assim consegue entreter e apontar caminhos para uma franquia que, até então, aparentava não ter muito para onde ir.

Nota : 8.0

As Aventuras dos 7 Anões


Algumas animações poderiam não serem feitas e esse é o caso de As Aventuras dos 7 Anões. No longa, a princesa Rose é amaldiçoada por uma bruxa ao nascer. De acordo com a magia, ela vai espetar o dedo e todo o castelo vai cair em sono profundo, a não ser que um beijo verdadeiro a desperte. Sete anões descobrem sobre o feitiço e parte em busca de Jack, namorado de Rose, para salvá-la. Mas eles não chegam a tempo: Rose espeta o dedo e todos dormem, menos os sete anões. Agora eles devem descobrir sozinhos uma maneira de salvar a todos.
Logo de cara no início do filme já percebemos que o diretor quis inovar e reinventar a história dos contos de fadas, mas acabou sendo tudo mal executado. Os sete anões que todos conhecemos pela Branca de Neve, agora fazem parte de A Bela Adormecida. A Branca de Neve, no filme melhor amiga da princesa Rose, é um tipo de piriguete moderna. Neste filme também encontramos semelhanças com outros também como um dragão que se torna amigo dos anões, bem parecido com a história de Shrek e as músicas que os 7 anões cantam sem parar, assim como em A Branca de Neve e os Sete Anões, porém de maneira chatíssima com músicas horríveis, sem ritmo, sem uma boa letra, exceto a última que realmente chega com uma salvação e por fim a bruxa que congela a todos, igual em Frozen.
Um roteiro fraquíssimo, uma direção assustadora e cheio de clichês e cópias, este é As Aventuras dos 7 Anões, uma das animações mais fracas que eu já vi.

Os pequenos, se não estranharem a tecnologia, podem se divertir, afinal a história é bobinha, mas tem boas reviravoltas, sereios rappers  e um visual colorido. Mas ao papai e à mamãe talvez seja melhor jogar um candy crush no celular – e usá-lo sem som e com luz reduzida, por favor.

Nota : 5.5

Cidades de Papel


Em ‘Cidades de Papel’ a história é centrada em Quentin Jacobsen (Nat Wolff) e sua enigmática vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman (Cara Delevingne). Ele nutre uma paixão platônica por ela. E não pensa duas vezes quando a menina invade seu quarto propondo que ele participe de um engenhoso plano de vingança. Mas, depois da noite de aventura, Margo desaparece – não sem deixar pistas sobre o seu paradeiro.
Depois de ‘A Culpa é das Estrelas’ chega aos cinemas mais um filme baseado em uma obra de John Green e na comparação, achei Cidades de Papel melhor. Na forma em que o filme foi realizado, roteiro, direção, elenco e tudo mais, os dois se parecem bastante, mas se olhando para a história, Cidades de Papel é menos previsível do que A Culpa é das Estrelas afinal, são tantos filmes sobre doentes com câncer hoje em dia que já está se tornando algo clichê.
Cidades de Papel é um filme que fala a língua dos adolescentes de maneira inteligente e de fato, do jeito que eles ‘entendem’. Mas não que Cidades de Papel seja apenas para eles, pelo contrário, mesmo sendo numa linguagem mais para os jovens é um filme que consegue cativar até mesmo os mais velhos.
O filme conta com bastante cenas divertidas e românticas, que podem fazer os jovens se identificarem com algum momento da vida deles e o melhor, não tem nenhum final clichê, para quem não leu o livro acaba sendo uma surpresa pois na verdade o filme não passa de uma ‘lição de vida’.

Embora segurem bem a responsabilidade por seus respectivos papéis, Nat e Cara não têm o mesmo carisma de Ansel Elgort e Shailene Woodley, é verdade. Mas pouco importa. Cidades de Papel, o filme, no fim, atualiza as referências à cultura pop de "Cidades de Papel", o livro (lançado nos Estados Unidos em 2008), mantendo a essência dos personagens bem construídos e divertidos, e apostando em uma história que, apesar de tomar um rumo diferente, o faz de maneira justificada. É o tão explorado rito de passagem para a vida adulta.

Nota : 9.0

Belas e Perseguidas


Em Belas e Perseguidas, designada para escoltar uma importante testemunha (Sofia Vergara) até Dallas, uma policial (Reese Witherspoon) se vê em uma fuga desenfreada junto com sua companheira de viagem após se envolver em um acidente. Dotadas de personalidades opostas, elas unem forças para escapar dos bandidos e da própria polícia.
Belas e Perseguidas é mais uma daquelas comédias americanas que usam da ação para transformar em comédia assim como o recente ‘A Espiã Que Sabia de Menos’ e vários outros que fizeram sucesso.
No elenco, encontramos as veteranas Reese Witherspoon e Sofia Vergara, que fazem papéis um tanto ridículos. Durante todo o longa o diretor usa a altura de Reese como uma piada e a idade de Vergara como outra, algo que possa ser entendido como uma apelação para a falta de ideias para tirar risos do público.
Outro grande defeito é que estamos falando de um filme clichê. 90% de suas cenas nós todos já vimos praticamente iguais em outros filmes americanos. Os diálogos em excesso tentam compensar o ritmo lento da montagem e a pobreza da direção.
Ainda cheio de defeitos, Belas e Perseguidas não é considerado um filme péssimo pelo simples fatos de conseguir tirar risos em alguns momentos, algo que nem todos conseguem.

Enfim, este é um filme fácil, apoiado em preconceitos gastos e saídas conhecidas. Pode divertir espectadores que procurarem o conforto da falta de surpresas, mas não deve deixar uma lembrança duradoura.

Nota : 7.0

Phoenix


Em ‘Phoenix’, Nelly Lenz (Nina Hoss), sobrevivente de um campo de concentração nazista, ficou desfigurada enquanto esteve presa. Irreconhecível após uma cirurgia de reconstrução, ela explora a destruída Berlim à caça de Johnny (Ronald Zehrfeld), seu marido, que ela acredita ter sido o responsável pela sua delação e, consequentemente, por todo sofrimento.
Começando pelo nome, o filme já tem tudo a ver pelo fato de ‘renascimento’ que a personagem principal sofre durante o filme. O roteiro é bem feito e a direção também é boa, executando seu papel de forma quase impecável.
O elenco vai bem, principalmente a protagonista Nina Hoss que faz um de seus melhores trabalhos. Ronald Zehrfeld também vai bem no papel de Johnny, o marido que não reconhece a esposa.
O filme inteira gira no suspense de o marido não reconhecer a esposa depois da transformações e nisso ela acaba descobrindo umas ideias maldosas dele em relação a sua morte e herança.

Phoenix é um filme rodeado de suspense e drama de boa qualidade, que tem a capacidade de prender o espectador do início ao fim.

Nota : 7.5

Samba


No novo filme de Eric Toledano e Olivier Nakache, Samba (Omar Sy) é um imigrante do Senegal que vive há 10 anos na França e, desde então, tem se mantido no novo país às custas de empregos pequenos. Alice (Charlotte Gainsbourg), por sua vez, é uma executiva experiente que tem sofrido com estafa devido ao seu trabalho estressante. Enquanto ele faz o possível para conseguir os documentos necessários para arrumar um emprego digno, ela tenta recolocar a saúde e a vida pessoal no trilho, cabendo ao destino determinar se eles estarão juntos nessa busca em comum.
Quando se vê que ‘Samba’ é dos mesmos criadores de ‘Intocáveis’ automaticamente já aumentamos e expectativa  e entramos na sala esperando um grande filme. Samba é um grande filme, nada comparado a Intocáveis, mas diverte, encanta e agrada aos espectadores.
O grande destaque não só de Samba mas também de Intocáveis é o ator Omar Sy que foi brilhante no primeiro filme e continua brilhante neste novo filme com um papel cheio de comédia mas ainda assim com uma grande carga dramática. Omar faz bem seu papel e consegue andar pelos dois gêneros de forma incrível ganhando o maior destaque no filme. Também no elenco temos Charlotte Gainsbourg, Tahar Rahim e Izia Higelin, que também fazem um bom trabalho cheio de comédia e drama, bem da maneira que o filme propõe.
‘Samba’ devido ao nome do personagem e do filme, ainda faz bastante homenagens ao Brasil, falando da alegria dos brasileiros, a fama que os brasileiros fazem lá fora sem falar na trilha sonora que vem cheia de músicas brasileiros durante todo o longo.

Em meio a tanta expectativa Samba acaba sendo menor do que esperávamos por se perder em alguns clichês e pelo fato de ser inferior a Intocáveis (inevitável a comparação), mas ainda assim é um filme encantador.

Nota : 9.0

Neruda


Em 1971, o poeta Paulo Neruda (José Secall) recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Na cerimônia, em seu discurso, ele relembra episódios quase esquiecidos da sua vida. Em 1948, quando era senador, Neruda foi obrigado a fugir e se esconder após criticar ferozmente o então presidente Gabriel González Videla (Max Corvalán). Refugiado com um nome falso no sul do Chile, onde viveu durante sua infância e adolescência, ele conta com a ajuda de companheiros para que possa escapar do país através da Cordilheira dos Andes, antes de ser localizado pela polícia federal.
Este filme conta exatamente esta história e mais nada. Se você pensa que irá ao cinema assistir a uma biografia do poeta, como ele se tornou um ícone da literatura além de um grande ídolo chileno, você está enganado.
Neruda é um filme bastante fraco onde em sua maior parte parece até uma novela mexicana pelo seu formato de filmagem e pelos próprios atores que fazem remeter essa lembrança ao ver o filme. A trilha sonora maniqueísta e de tom épico, a fotografia e os planos repletos de closes nos atores dão ao longa um ar de produção televisiva de baixa qualidade.
Mais interessado em explorar a figura emblemática que foi Neruda do que em dissecá-lo, o longa-metragem se contenta em colocá-lo em um pedestal para que possa ser simplesmente reverenciado. A narrativa é entremeada por versos de sua autoria, assim como flashbacks da infância e adolescência mal posicionados no filme como um todo.

Um filme que poderia ser melhor em tudo e pelo grande poeta que foi Pablo Neruda, acho que merecia algo bem mais caprichado.

Nota : 6.0

Jornada ao Oeste


Em ‘Jornada ao Oeste’ um monge (Lee Kang-sheng) vestido de vermelho caminha pelas ruas e praças da cidade num ritmo coordenado e lento. Tudo ao seu redor mostra a vida agitada dos moradores, que o ignoram a princípio. Mas quando um homem decide imitar seus passos penitenciais, o monge ganha um discípulo. Primeiro vemos o sofrimento no rosto dele, mas depois de um tempo observamos que ele parece ter encontrado um significado para sua vida.
Me irrita ver filmes como esse ganhando tantas estrelas como costumam ganhar da maioria dos críticos como se fossem obras primas de primeiro mundo sendo que na verdade é um filme que qualquer um faria.
Sou apenas um ‘crítico amador’ mas ao meu ver o filme deve ter pelo menos um enredo atraente aos olhos do público, algo que Jornada ao Oeste passa longe de ter.
Tendo um gênero cult experimental, Jornada ao Oeste abusa ao máximo dessa categoria na qual foi colocado.
Um filme de apenas 56 minutos com pouquíssimos cenários / locações devido a demora para que tudo acontece tentando transmitir um tom real a cena mas que durante a sessão pude presenciar muitas pessoas saindo antes do fim da sessão mesmo sendo um filme de menos de 1h. Até mesmo risadas na sala de espectadores mais jovens pode-se ouvir e os mais cinéfilos podem até achar um desrespeito mas normalmente quando isso acontece aparecem aqueles ‘xiiiiiu’ no meio da sessão mas nem isso aconteceu, pelo simples fato de não ter nada a ouvir, apenas para ver. E olha que a sala tinha uma média de 40 pessoas...
O longa inteirinho se passa acompanhando um monge deitado chorando e logo após caminhando para o oeste a passos extremamente lentos, chega uma hora que ninguém mais aguenta vê-lo descendo a escada do que me pareceu uma estação de metrô ou até mesmo a primeira cena, na qual ele fica deitado por muitos e muitos minutos.

Acho que o conceito de críticas hoje em dia estão muito focadas em imagem apenas e pouco se avalia sobre enredo, sobre a história do filme. Quem sabe um dia não faça um filme de 1h comigo mesmo de ator deitado em uma cama demonstrando tristeza por 20 minutos e caminhando por 40 minutos para ver se descobrem o que sinto e dão pelo menos 4 estrelas para isso!

Nota : 5.0

Kiriku - Os Homens e as Mulheres


Neste último filme da animação francesa Kiriku, o Homem Sábio da Montanha Proibida conta histórias do heróico Kiriku, que desde a infância sempre esbanjou coragem, inteligência e agilidade. Vivendo em uma aldeia ao lado de sua mãe, Kiriku era capaz de solucionar qualquer tipo de problema, até mesmo questões envolvendo forças ocultas.
Kiriku vem aos cinemas mostrando que nem só os grandes estúdios americanos sabem fazer boas animações. É claro que para Kiriku atingir um nível de Pixar ou Dreamworks faltam alguns detalhes, mas ainda assim, mesmo que simples, é uma animação de bastante qualidade.
Kiriku além de uma animação capaz de entreter as crianças também é rodeado de lições de moral e educativas para as crianças de maneira que não se torne um desenho vazio como muitos que vemos hoje em dia.
As músicas ao final de cada história também entram bem no contexto do filme, dando uma quebra de gelo principalmente para as crianças menores de maneira que prendam novamente a atenção delas devido a canção e torne o longa menos cansativo.
Se por um lado a narrativa é constantemente interrompida pela opção em trazer breves histórias envolvendo o personagem-título, cada uma delas durando cerca de 20 minutos, por outro lado estas mesmas histórias abordam temas bastante importantes também na civilização ocidental. O melhor exemplo é o episódio que apresenta o choque dos moradores da aldeia ao conhecer um estrangeiro, com costumes completamente diferentes. O estranhamento e até a agressividade vinda de quem não entende o diferente é uma analogia perfeita ao que acontece no mundo moderno, isto apresentado de forma que os menores possam também compreender tal situação.

Kiriku, Os Homens e as Mulheres é um longa-metragem que ressalta o quanto as relações humanas são universais, independente da questão cultural, ao mesmo tempo em que desconstrói com simpatia e simplicidade o preconceito inerente aos olhos ocidentais. Bom filme, talvez mais apreciado por adultos do que pelas crianças justamente pelas mensagens subliminares que transmite em relação ao mundo em que vivemos.

Nota : 7.0

Muitos Homens Num Só


‘Muitos Homens Num Só’ se passa no Rio de Janeiro, início do século XX. A ocupação de Dr. Antônio (Vladmir Brichta) é se hospedar nos melhores hotéis da cidade e furtar pertences dos hóspedes. Sua vida muda ao conhecer Eva (Alice Braga), mulher que abriu mão de seu dom para o desenho para se casar. Ela é esposa de Jorge (Pedro Brício), um homem ganancioso e pouco atento aos interesses e desejos de sua mulher. Enquanto isso, Félix Pacheco (Caio Blat), diretor do recém-inaugurado Gabinete de Identificação, decide pôr um fim às manobras de Dr. Antônio, usando uma técnica de identificação por impressões digitais.
Eis que chega aos cinemas mais uma mistura de drama, romance e suspense de boa qualidade. Logo no início de filme de cara já encontramos a primeira qualidade no longa, o figurino. Mas não é só isso não, o longa ainda tem vários acertos.
Com um bom roteiro, Muitos Homens Num Só ainda trás um bom elenco, que desempenha bem seu trabalho, principalmente a brasileira/hollywoodiana Alice Braga e o protagonista Vladmir Brichta.

No fim das contas, Muitos Homens Num Só é um filme de história até simples que se destaca principalmente pelo modo como é contado. O cuidado na recriação de época permite ao espectador mergulhar neste universo tão longínquo e, aos poucos, compreender uma lógica de sociedade que até existe nos dias atuais, mas com bem menos elegância. É ela, e seu modo de ver a vida, que fazem de Dr. Antônio o anti-herói tipicamente brasileiro, lidando com as desigualdades sociais para alcançar seus objetivos. Destaque também para as boas sacadas do roteiro, repleto de frases espirituosas, e a trilha sonora de Dado Villa-Lobos, que instiga o suspense sempre que necessário. Um filme que merece ser descoberto, já que não terá a mesma campanha de divulgação dos blockbusters nacionais.

Nota : 8.0

Um Pouco de Caos


Em ‘Um Pouco de Caos’ o Rei Luís XIV (Alan Rickman) incumbe o famoso arquiteto André Le Notre (Matthias Schoenaerts) de projetar os jardins do Palácio de Versalhes. Ele contrata a bela e arrojada paisagista Sabine de Barra para auxiliá-lo, dona de um estilo oposto ao seu. Aos poucos as desavenças entre os dois desaparecem, a relação profissional logo torna-se mais íntima e fofocas chegam aos ouvidos da mulher de Le Notre (Helen McCrory).
Dirigido por Alan Rickan, mais conhecido por seu trabalho em Harry Potter como professor Snape, ‘A Little Chaos’ (no original) se perde em diversos momentos e beira um desastre que graças ao elenco e a sua fotografia, se salvou.
O longa peca principalmente na falta de uma história, o roteiro é bastante fraco e a direção de Rickman também. Kate Winslet no papel de Sabine de Barra vai bem, mas não chega nem perto de ser um de seus melhores trabalhos.
Como ator, Alan Rickman tem uma carreira invejável. Como diretor, infelizmente, ainda não. É o que se deduz deste Um Pouco de Caos, em que ele retorna à função 17 anos depois de rodar seu primeiro longa-metragem como diretor, Momento de Afeto, que não teve muita visibilidade.

Vendo ‘Um Pouco de Caos’, percebemos que é melhor Alan Rickman continuar apenas como ator mesmo, afinal na direção, as coisas não andaram muito bem.

Nota : 6.5

Jauja


Em ‘Jauja’ um homem e sua filha embarcam numa viagem que tem como destino um deserto localizado no fim do mundo. Esta é uma empreitada na qual muitos já se aventuraram, mas poucos conseguiram concluir com sucesso.
Antes de qualquer vale lembrar o número imenso de países do qual é Jauja, um filme da Argentina , Dinamarca , França , México , EUA , Alemanha , Holanda e Brasil. Ufa! O grande problema é que mesmo com tantos países e pessoas trabalhando por trás dele, nada funcionou muito bem.
Jauja tem a imagem quadrada, como o recente ‘Mommy’ e apresenta um tom faroeste, já que era essa proposta do filme mas seu roteiro é bastante fraco, não existe uma história para contar, é literalmente vazio.
Fotograficamente falando e levando em conta também os figurinos, é um filme bonito e tecnicamente bom, mas ele não é suficiente para agradar ao espectador de maneira a não se entediar até o final da projeção.

Falta muito para Jauja se tornar em bom filme em todos os sentidos. Muitas ideias mas poucas bem executadas, isso é o que acontece com esse filme que acaba se perdendo talvez no imenso número de gente tentando fazê-lo ser ótimo.

Nota : 6.0

Vilanova Artigas - O Arquiteto e a Luz


O documentário "Vilanova Artigas: O Aarquiteto e a Luz" remonta a trajetória do icônico arquiteto brasileiro João Batista Vilanova Artigas. Por meio das lembranças de familiares, amigos, alunos, imagens de arquivo e visitas a seis de suas principais obras, a história de vida de Artigas é contada.
‘Vilanova Atigas – O Arquiteto e a Luz’ é um bom documentário que consegue alcançar todos os quesitos, mesmo que alguns sem perfeição, para se tornar um bom longa documental.
Nele conhecemos o trabalho do arquiteto Vilanovas Artigas, desde os maiores e mais famosos até outros nem tantos com entrevistas de amigos, familiares e pessoas que conviveram com ele.
Para quem não estuda ou não está muito por dentro de arquitetura assim como eu, nada sabe sobre esse grande arquiteto, mas ao ver o filme não só aprendemos mais sobre ele mas passamos a admira-lo, algo que poucos documentários conseguem fazer.
Tendo como grande destaque o Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) e a FAU, o filme mostra de perto os trabalhos de Artigas e através de entrevistas um pouco da sua maneira de pensar para que seus projetos saíssem da maneira que saíram.

‘Vilanovas Artigas – O Arquiteto e a Luz’ é um documentário de 1h30 que diferente da grande maioria não cansa em momento nenhum e consegue manter o espectador ligado durante todo o longa, algo um tanto difícil de encontrar em alguns documentários.

Nota : 7.5

Meu Verão na Provença


Em ‘Meu Verão na Provença’, as férias dos adolescentes Adrien e Léa e seu irmãozinho Théo começam muito mal: na véspera da viagem, o pai confessa que pretende abandonar a família, e os três estão indo viajar à casa do avô, que nunca conheceram antes. No início, este senhor idoso (Jean Reno) é grosseiro e pouco compreensivo com os novos netos. Aos poucos, os jovens descobrem que o avô foi um homem libertário e acostumado aos costumes livres da geração hippie.
‘Meu Verão na Provença’ lembra bastante o também francês e recente ‘A Família Béllier’ pelo seu toque familiar e a presença de um garotinho mudo, caraterística também presente em personagens de ‘A Família Béllier’.
Mesmo sendo semelhantes, ‘Meu Verão na Provença’ é sem dúvida mais fraco graças ao seu principal defeito que é tentar ‘americanizar’ o filme com músicas e situações parecidas com comédias americanas desse gênero familiar.
Infelizmente os novatos Hugo Dessioux e Chloé Jouannet são limitados, caricatos, e o roteiro nunca sabe muito bem o que fazer com o garotinho surdo-mudo interpretado por Lukas Pelissier. O experiente Jean Reno se sai muito melhor, extraindo humanidade do avô embrutecido, fazendo uma composição simples, em olhares e silêncios. Já a pobre Aure Atika, atriz talentosa de filmes como Mademoiselle Chambon, é limitada ao papel da gostosa do vilarejo.

‘Meu Verão na Provença’, por mais que apresente alguns problemas em seu desenvolvimento consegue ser um bom filme e também um filme divertido, bem com a cara das férias. O tipo de filme capaz de agradar não só os adultos mas também os idosos e as crianças.

Nota : 8.5

Os Olhos Amarelos dos Crocodilos


Em ‘Os Olhos Amarelos dos Crocodilos’, duas irmãs têm uma relação conflituosa: Iris (Emmanuelle Béart) leva uma vida fútil e luxuosa, sem trabalhar, já Joséphine (Julie Depardieu) trabalha como pesquisadora da Idade Média, mas não tem o reconhecimento da família, e acaba de passar por uma ruptura amorosa. Um dia, para impressionar um amigo que é editor, Iris diz que está escrevendo um livro, justamente sobre a Idade Média. Para sustentar a mentira, ela pede a Joséphine que escreva um livro de verdade, deixando a irmã levar o mérito em troca de dinheiro. Quando o livro inesperadamente obtém sucesso, as duas irmãs entram em rota de colisão.
Este novo longa francês já inicia de maneira agradável e com um tom bem leve, algo que se mantém durante a maior parte do filme. Talvez um dos maiores problema s seja o excesso de personagens interessantes e número de tramas, faz com que o roteiro se perca um pouco. Mas, este filme francês, não deixa de ser muito bem feito.
O elenco vai muito bem no geral mas vale um destaque para a novata Alice Isaaz que entra e faz um bom trabalho junto a Emmanuelle Béart e  Julie Depardieu.
Uma caraterística bacana do filme é a relação conflituosa entre as irmãs que é muito bem elaborada, conseguindo transmitir um toque um tanto realista vivida entre irmãos e irmãs hoje em dia como a inveja, ciúmes e conflitos que acontecem mas no fundo sempre transmitindo mesmo que forma menos visível o amor.

Bem dirigido e com um bom elenco, ‘Os Olhos Amarelos dos Crocodilos’, que esteve presente também no Festival Varilux 2015, é mais um bom filme francês daqueles  que é muito agradável de assistir.

Nota : 8.0

Bikes vs. Carros


Em tempos de uma crise generalizada, é necessário relacionar algumas discussões no que tange ao clima, recursos naturais e cidades. A indústria automobilística cresce desenfreadamente. Ciclistas militantes buscam mudanças radicais na mobilidade das grandes cidades. As diferenças no uso de bicicletas e de carros são gritantes em comparação entre algumas cidades, como São Paulo e Copenhague.
Bikes vs. Carros é mais um para entrar na grande lista dos bons documentários de 2015. É um documentário não só importante mas também muito interessante pela maneira em que é abordada a questão das bicicletas como meio de transporte.
Sem dúvida é um tema que gera uma grande polêmica por ‘n’ fatores, como a poluição causada pelos carros, mas também a impossibilidade de ir de bicicleta a lugares mais distantes principalmente em São Paulo, uma cidade tão grande.
Outro ponto interessante é que por mais que Bikes vs Carros esteja a favor da bicicleta, ele mostra os dois lados. Mostra o ponto do vista dos motoristas e das pessoas que são contras.
O longa mostra a rotina e o caos que é vivido em grandes cidades que não tem o hábito de usar bicicleta como São Paulo, Los Angeles, Bogotá, Pequim e várias outras além de comparar com cidades que a bicicleta é o principal meio de transporte como Copenhague e Amsterdã.

É sem dúvida um grande documentário que fará você sair da sala e ficar pensando sobre as nossas atitudes e se seria possível transformar São Paulo em uma cidade de bicicletas.

Nota : 8.5

O Gorila


Em ‘O Gorila’, Afrânio (Otávio Muller) é um sujeito reservado e angustiado por memórias de sua infância. Ele costumava trabalhar como dublador, mas já não se sente capaz de exercer a função. Para amenizar a solidão e se entreter, ele encontra um passatempo: ligar para pessoas desconhecidas, geralmente mulheres, e se apresentar como "Gorila". Seu alter-ego usa da bela voz para conhecer a história dessas pessoas e, aos poucos, desenvolve laços com elas. Entretanto, na noite de Natal, Afrânio recebe um trote. Do outro lado da linha está uma pessoa misteriosa que fará com que enfrente o mundo exterior para tentar salvar uma vida.
‘O Gorila’ é um bom suspense brasileiro que ao mesmo tempo que é inocente consegue ser tenso e perigoso. Durante todo o longa  a tensão está presente em busca de descobrir quem está ligando para ameaçar o Gorila por mais que em alguns momentos fique um tanto previsível.
O roteiro é bom e a direção também, José Eduardo Belmonte consegue fazer um suspense à altura prendendo a atenção do espectador até o final sem querer desviar o olhar.
O elenco já bem conhecido com Otávio Muller, Alessandra Negrini, Mariana Ximenes e Milhem Cortaz também vai muito bem em cena, principalmente Negrini que na minha opinião é o principal destaque do elenco neste longa.
No Brasil pouco se faz suspense, estamos sempre rodeados de comédias e dramas, então quando aparece um é sempre interessante assisti-lo. Por sorte, os suspenses brasileiros estão se saindo melhor que a encomenda, algo que só valoriza mais nosso cinema. Alguns exemplos de bons suspense recentes são ‘O Lobo Atrás da Porte’ e ‘Confia em Mim’.

Apesar dos problemas de estrutura na metade final, ainda assim O Gorila é um filme bastante interessante. Em parte pelo desempenho de Otávio Müller e Alessandra Negrini, em um de seus melhores trabalhos no cinema, em parte pela própria construção da história, com Belmonte explorando bem a iluminação e o jogo de sombras para criar um clima de suspense em torno de seu personagem principal. Chama a atenção também o fato de que, por mais que explore a sensualidade de seu elenco feminino (Mariana Ximenes, Alessandra Negrini, Luíza Mariani), o diretor jamais apela para a nudez, mantendo visualmente a linha tênue entre o erótico e o explícito que tão bem encaixa com o perfil do próprio personagem.

Nota : 8.0

Rainha e País

Devido à Guerra da Coreia, o jovem Bill Rohan (Caleb Landry Jones), de apenas 18 anos, precisa cumprir o serviço militar obrigatório por dois anos em um quartel localizado na Inglaterra. Lá ele constrói uma forte amizade com Percy (Callum Turner), que não tem qualquer moral ou escrúpulos. A dupla não leva muito a sério o autoritarismo do exército e vive criticando ou pregando peças em seus superiores, fazendo o possível para escapar da punição maior: ser enviado para o campo de combate. Paralelamente a isto, Bill conhece uma mulher misteriosa e mais velha, por quem se apaixona perdidamente.
Rainha e País é um filme que conta com uma boa dose de romance e comédia de boa qualidade. Sem falar ainda tecnicamente do filme, que por sinal é muito bom, a história é bastante interessante e se desenvolve de maneira muito boa.
O grande trunfo de Rainha e País é o modo extremamente sarcástico e debochado com o qual Boorman constrói a estrutura de poder do exército britânico. O próprio título original, “Queen & Country”, é uma referência à devoção feita à rainha e ao país, tão popular em terras britânicas. Para tanto, o diretor conta com dois jovens sargentos cuja amizade é também nas tentativas contínuas de esculhambar seus superiores. Desde o início, a intenção de Boorman é compreender o porquê de tamanha disciplina forçada e ressaltar o quanto ela não faz sentido, mas mantendo o respeito ao exército como instituição – algo que não acontece no filme de Altman, por exemplo.
Diante desta proposta, Rainha e País oferece várias sequências de um humor cínico saboroso, muitas vezes explicitando as contradições envolvendo os atos do exército.
O elenco desempenha um bom trabalho no geral, não tem ninguém que mereça ser criticado durante todo o filme.
A fotografia, trilha sonora e figurino também dão um show em cena, tudo muito bem feito, bem transmitido e de uma maneira com que dê mais valor ainda ao filme que por si só já tem muito valor.

Com um roteiro afiado, escrito pelo próprio John Boorman, Rainha e País é um filme jovial de espírito e na contestação, que demonstra um vigor surpreendente para um diretor já idoso.

Nota : 8.5

Minions


Seres amarelos unicelulares e milenares, os minions têm uma missão: servir os maiores vilões. Em depressão desde a morte de seu antigo mestre, eles tentam encontrar um novo chefe. Três voluntários, Kevin, Stuart e Bob, vão até uma convenção de vilões nos Estados Unidos e lá se encantam com Scarlet Overkill (Sandra Bullock), que ambiciona ser a primeira mulher a dominar o mundo.
Aproveitando o grande sucesso dos filmes ‘Meu Malvado Favorito’ e ‘Mal Malvado Favorito 2’, destacando os minions que quase roubam a cena nesses filmes, uma mente brilhante teve a difícil ideia de criar um filme solo para eles : os minions.
Costumo sempre dizer aqui que tanta divulgação e falação de um específico filme nos meios de mídia acaba atrapalhando o desempenho do mesmo em relação aos espectadores que ficam mais exigentes com o filme. Afinal a propaganda é tanta que quase todos nós entramos na sala esperando algo maior e no fim acabamos decepcionados. Minions tem um pouco disso mas ainda assim é uma boa animação.
Comparado aos filmes ‘Meu Malvado Favorito’, Minions perde! A parte mais divertida do filme era justamente o trailer, que mostra os minions a procura de seu novo chefe. Depois disso o filme não se torna ruim, mas se torna talvez até um pouco repetitivo deixando crianças e até adultos um pouco impacientes.

Munido de diversão não só para os pequenos mas também para os grandes, Minions é um bom filme e mostra suas origens em diversos momentos, principalmente no final quando encontram o malvado Gru. O problema acaba sendo justamente o que eu disse antes, muito expectativa para um filme que mesmo sendo bom não as alcançou!

Nota : 8.0

Casadentro


Em uma província peruana, a senhora Pilar vive com sua amiga Consuelo, a empregada Milagros e a cadela Tuna. A rotina destas mulheres é pacífica, sem grandes surpresas. Um dia, no entanto, a filha de Pilar liga, informado que vai visitá-las com a sua filha, o genro e os netos. Sem saber como negar, Pilar acaba aceitando a visita, mas logo percebe que vai ter que alterar o funcionamento da casa para conviver com os hóspedes inesperados durante uma noite inteira.
‘Casadentro’ é um filme que não tem uma história com início, meio e fim e grandes acontecimentos. É um longa bem da vida real, que mostra a rotina de dona Pilar com a visita de sua filha mas com acontecimentos naturais e nenhuma trama que gere uma tensão ou um certo suspense no filme.
Por mais que seja um filme extremamente simples, ‘Casadentro’ tem suas qualidades. Tem uma boa fotografia, ainda que seja com a câmera estática e o elenco peruano também desempenha um bom trabalho. Mesmo sem grandes surpresas é um filme gostoso de assistir.
Os personagens são todos muitos bons, ainda que comuns. A empregada Milagros e a cachorrinha Tuna acabam se destacando mais, mas todos eles tem a sua importância no longa.
‘Casadentro’ é apenas o que a sinopse diz, a mudança de rotina casa. Tais como ter que prender a cadelinha para não acordar o bebê e o cancelamento da folga da empregada.

Enfim, por mais que ‘Casadentro’ não seja um filme ruim e em algumas cenas se torne até gostoso de assistir fica difícil entender qual a finalidade dele.

Nota : 7.0

Batguano


Em um futuro sombrio, a dupla inseparável Batman (Everaldo Pontes) e Robin (Tavinho Teixeira) mora em um trailer afastado. Repentistas punk-rock, eles constatam que o planeta Terra ficou pequeno demais para sua perfeição, genialidade e potência, e decidem encontrar seu lugar nas galáxias distantes.
Batguano é um filme que ao analisa-lo após a sessão entende-se que foi feito politicamente como uma maneira de protesto mas fizeram muito mal feita.
Em Batguano nada fica claro, nada é atraente, fotografia é ruim, trilha sonora também e para conquistar alguns pontinhos e bilheteria criaram um Batman e Robin homossexuais onde em alguns momentos do filme se chupam de forma explícita para dar uma veracidade e ousadia ao filme. Não sou nenhum pouco contra o homossexualismo, gostei de muitos filmes com essa temática recentemente como Azul é a Cor Mais Quente, Tatuagem e etc... mas acredito que necessite um contexto para um cena dessas, não simplesmente jogá-la no filme por puro prazer.
Batguano tem apenas dois atores no elenco, um desses ainda por cima é o diretor. O filme conta com baixo orçamento não só no papel mas também nas ideias.

A parte dramática é mal elaborada e a parte cômica chega a ser desastrosa. As cenas mais politizadas do filme são as menos ruins, mas em meio a tanta porcaria fica difícil com que algo agrade em um certo ponto de desgosto ao ver o filme

Nota : 5.0

Virando a Página


Em ‘Virando a Página’ Keith Michaels (Hugh Grant) já foi um roteirista de sucesso, vencedor do Oscar, mas décadas mais tarde, a fama desapareceu e ele enfrenta graves problemas financeiros. Por isso, este homem amargo e machista aceita dar aulas de roteiro para universitários, embora despreze a profissão de professor. Durante os cursos, ele deve lidar com a sua fama, com a falta de prática no ensino e com a atração pela mãe solteira Holly Carpenter (Marisa Tomei), que decide assistir às suas aulas.
The Rewrite  (no original) antes de qualquer coisa é uma comédia leve e deliciosa de assistir. Quem conhece os trabalhos de Hugh Grant sabe que ele está presente em grandes comédias românticas como Um Lugar Chamado Notting Hill, O Diário de Bridget Jones e Simplesmente Amor. Ultimamente o ator estava um pouco sumido mas voltou às telonas e em mais uma grande comédia, mesmo que não esteja entre seus melhores trabalhos.
A trama é bem simples e repleta de clichês como a maioria das comédias românticas, mas ainda assim diverte em alguns momentos, principalmente pela boa química entre Grant e Marisa Tomei, que interpreta uma de suas alunas na universidade. O elenco, por sinal, é ótimo: Allison Janney, J.K. Simmons, Chris Elliott e Bella Heathcote.

Tem alguns filmes que quando assistimos nos remete a um clima de Sessão da Tarde, daqueles dias chuvosos e frios e este filme é um desses. Virando a Página provavelmente não ficará por muito tempo na cabeça, mas ainda assim vale a pena assistir pela diversão e risos que ele pode lhe proporcionar.

Nota : 8.0

O Último Poema do Rinoceronte


Em ‘O Último Poema do Rinoceronte’, preso na Revolução Islâmica do Irã, o poeta Sahel (Behrouz Vossoughi) acaba de sair da cadeia após cumprir uma pena de trinta anos. Agora a única coisa que o move é o desejo de reencontrar sua esposa, Mina (Monica Bellucci), que mudou-se há anos para a Turquia acreditando que o marido havia falecido.
‘O Último Poema do Rinoceronte’ é um filme difícil de agradar pela enrolação toda que gira durante a trama sem tanta finalidade e pelo formato em que foi realizado.
O longa se inicia sem muitas explicações e termina da mesma maneira, passando de cena a cena sem que o espectador consiga captar algo de importante para o desfecho do filme que é no geral bastante confuso.
O elenco não faz milagres para salvar o filme, mesmo contendo a consagrada atriz italiana Monica Bellucci, que como já era de se esperar tem a melhor atuação no longa, mas também não o estragam, sem falar da direção bem fraca de Bahman Ghobadi.
Contém bons momentos na fotografia e na trilha sonora mas nada que se destaque tanto por ser um filme fraco.

Quando lemos a sinopse e conhecemos um pouco da história desse filme logo já nos vem um interesse de saber melhor o que acontece, mas infelizmente saímos da sala decepcionado.

Nota : 6.5

Jessabelle - O Passado Nunca Morre


Depois de tanto ser adiado, ser vazado e parecer que nem iria mais para o cinema, finalmente Jessabelle estreou.
No longa de terror, após sofrer um acidente automobilístico, Jessie (Sarah Snook) é forçada a retornar para a casa do pai, onde tenta lidar com suas pernas imobilizadas. Ela ainda terá de enfrentar a fúria de um espírito, chamado Jessabelle, que pode ter relação com as circunstâncias misteriosas de seu nascimento.
É difícil encontrar bons filmes de terror pelo fato de serem rodeados de clichês e não conseguirem assustar e terem história ao mesmo tempo, normalmente ou assustam e são vazios ou tem uma história interessante e não assustam. Poucos conseguem os dois e são os casos recentes de Invocação do Mal, Annabelle e outros mais ‘antigos’.
Jessabelle opta pela história, que por mais que venha rodeada de clichês de filmes do gênero é boa e interessa o público. O elenco por mais que não muito experiente, até ajuda no desenrolar do longa e fazem uma atuação na medida do esperado.

Mas antes já saiba, se você espera levar altos sustos vendo Jessabelle, não se anime muito, só se assusta quem já é assustado de natureza. E outra dica, não assista a este filme dublado, senão vai se tornar comédia ao invés de terror, a dublagem dele é mais terrível do que costumam ser.

Nota : 7.0

Dragon Ball Z - O Renascimento de Freeza


Atualmente está na moda fazer filmes das animações japonesas. Recentemente tivemos Naruto, Cavaleiros do Zodíaco e agora mais um Dragon Ball Z.
Neste filme Sorbet e Tagoma, dois remanescentes do exército de Freeza, chegam à Terra em busca das Esferas do Dragão. A ideia é reuni-las para ressuscitar seu antigo líder, que faleceu após uma batalha contra Goku. O plano é bem-sucedido e, com isso, Freeza retorna disposto a se vingar. Para tanto ele se prepara durante meses, de forma que possa reencontrar Goku no auge do seu poder.
O Renascimento de Freeza é um filme mais voltado para quem acompanha a série de Dragon Ball Z, os que estão indo se iniciar na aventura de Goku & Cia. acabam meio perdidos.
Estamos falando de animação japonesa então não tem muito o que falar sobre o formato. O tipo de animação todos já conhecemos e o que a compõe também. Lutas de ninjas super-poderosos, basicamente trata-se disso.
O Renascimento de Freeza é legalzinho, mas poderia ser um episódio de uma série. Foi muita enrolação para poucos acontecimentos, tudo por medo de fazer um filme com menos de 90 minutos.
O mais interessante desse filme acabam sendo as partes cômicas que conseguem ser um pouco melhor que as de ação.
Eu particularmente não curto as animação orientais, mas ainda assim as assisto quando chegam aos cinemas e confesso que Dragon Ball Z não me conquistou, o The Last Naruto – O Filme que ainda está no cinema me interessou bem mais por ter uma história mais interessante e ser melhor desenvolvido.

Para quem é fã, acredito que irão gostar bastante de O Renascimento de Freeza, mas para quem não é melhor nem tentar!

Nota : 6.0

Divertida Mente


A Disney junto com a Pixar chega novamente aos cinemas e como eu, acredito que todos estavam bastante ansiosos afinal sempre saem animações incríveis desse estúdio. Pois chega de ansiedade, Divertida Mente está nas telonas!
Na animação, Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade, que deve enfrentar mudanças importantes em sua vida quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em San Francisco. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. A líder deles é Alegria, que se esforça bastante para fazer com que a vida de Riley seja sempre feliz. Entretanto, uma confusão na sala de controle faz com que ela e Tristeza sejam expelidas para fora do local. Agora, elas precisam percorrer as várias ilhas existentes nos pensamentos de Riley para que possam retornar à sala de controle - e, enquanto isto não acontece, a vida da garota muda radicalmente.
Divertida Mente é uma animação extremamente divertida e inteligente. O mais que o diretor Pete Docter tentou fazer e conseguiu com êxito foi inserir diversão, comédia em uma animação totalmente científica e inteligente para que os adultos entendessem mais sobre o cérebro humano e as crianças, se divertissem.
Em Divertida Mente temos uma aula básica sobre como o nosso cérebro funciona, qual a finalidade de cada sentimento que nós sentimos, as memórias dando ênfase as de longo prazo, como e quando as memórias caem no esquecimento, explica bem como funcionam os sonhos e tudo isso de uma forma comprovada cientificamente, não usando da ficção para explicar e apenas para animar.
Divertida Mente não chega a ser perfeito pois no meio do longa senti que se perderam e o filme foi se esticando para ganhar mais tempo, provando que a graça era a Alegria e a Tristeza na sala de controle, pois quando saíram o longa perdeu um pouquinho da qualidade.
É incrível a cena da discussão em família quando mostra a mente dos pais de Riley bem típica do que é na vida real. O pai pensando em futebol e a mãe no piloto carioca galã.

A Disney mais uma vez se superou e fez um filme incrível com muita qualidade não só para as crianças mas mais ainda para os adultos. Um filme que todos devem assistir e que com certeza terão professores passando para seus alunos, inclusive os de psicologia.

Nota : 9.0

Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros


O Jurassic World, localizado na ilha Nublar, enfim está aberto ao público. Com isso, as pessoas podem conferir shows acrobáticos com dinossauros e até mesmo fazer passeios bem perto deles, já que agora estão domesticados. Entretanto, a equipe chefiada pela doutora Claire (Bryce Dallas Howard) passa a fazer experiências genéticas com estes seres, de forma a criar novas espécies. Uma delas logo adquire inteligência bem mais alta, logo se tornando uma grande ameaça para a existência humana.
Depois de tantos anos a franquia ‘Jurassic Park ‘ está de volta e sem muitas novidades. Podemos dizer que é mais do mesmo, com algumas mudanças aqui e a ali mas sua essência foi mantida.
 Se podemos classificar que é mais do mesmo então logo sabemos que é um bom filme e com uma boa avaliação, claro! Jurassic World assim como nos filmes anteriores usa e abusa de efeitos com a maior qualidade de Hollywood. Os dinossauros parecem até mesmo reais!
Quando temos o grandioso Steven Spielberg por detrás de um filme, logo esperamos grande coisa e é isso que acontece em Jurassic World. Por mais que Spielberg dessa vez não esteja na direção ele entra como produtor executivo.
No elenco temos Chris Pratt, que segura bem o papel dramático e, até mesmo por conta de seu figurino, lembra um possível Indiana Jones do futuro. O alívio cômico fica sob a responsabilidade de Lowery (Jake Johnson), um dos subordinados à Claire. Outra boa aparição são os sobrinhos que Claire que dão um suspense a mais ao filme com seus papéis bem desempenhados.
Algo que ficou meio desentendido e desnecessário no filme foi o personagem Zach Mitchell que logo no início se despede da namorada deixando claro para o espectador que ele está em um relacionamento, mas ao chegar no parque ele olha para todas as meninas a seu redor com um olhar de paquera mas no fim não dá em nada, não dá pra entender porque a câmera por diversas vezes focou essa ‘tentativa de traição’ do personagem.

No geral Jurassic World supera as expectativas e faz justiça aos recordes de bilheteria que vem batendo. Um filme cheio de ação e emoção que você provavelmente gostará de assistir.

Nota : 9.0

Minha Querida Dama


Em Minha Querida Dama, o solitário Mathias Gold (Kevin Kline) herda dos pais milionários uma grande casa em Paris. Quando ele viaja à capital francesa para tomar posse do imóvel, descobre que o local é habitado por Mathilde (Maggie Smith), uma senhora de 92 anos de idade, sem pretensões de se mudar. Apesar do estranhamento inicial, os dois tornam-se amigos, e aos poucos Mathias começa a se apaixonar por Chloé (Kristin Scott Thomas), filha de Mathilde.
Minha Querida Dama é um filme leve e muito divertido que se perde um pouco nos clichês mas ainda assim encanta o espectador.
A principal qualidade desse longa é ser uma comédia leve que tira risos espontâneos do público sem nenhum esforço pela sua simplicidade.
Com Kevin Kline, Maggie Smith e Kristin Scott Thomas o filme ganha mais ainda no elenco. Os três apresentam atuações brilhantes e dignas para cada um deles. Maggie Smith principalmente, encanta o público com seu mais novo papel.

Conservador no formato e com uma fotografia que valoriza as paisagens de Paris, Minha Querida Dama é sem dúvida alguma um filme de atores. Até há algumas breves brincadeiras envolvendo conflitos entre as culturas norte-americana e francesa, mas eles são menores diante do mistério que se forma em torno do pai do Mathias. Por mais que o desfecho seja até previsível, o que realmente importa é como a trama chega nele. Além disto, é um dos raros momentos recentes em que é possível ver Kevin Kline fazendo um papel dramático – e, este por si só, já é motivo suficiente para conferi-lo e se apaixonar.

Nota : 8.0

Lugares Escuros


No suspense Lugares Escuros, Libby Day (Charlize Theron) é uma mulher traumatizada pelo assassinato de toda a sua família, quando ela ainda era uma criança. Quando é abordada por uma sociedade secreta, especializada em investigar crimes não resolvidos, Libby é obrigada a relembrar sua tragédia familiar.
Lugares Escuros chega aos cinemas com o pedigree de ser o mais novo filme baseado em livro de Gillian Flynn, do sucesso Garota Exemplar. Infelizmente quando temos essa informação logo lembramos do incrível Garota Exemplar e inevitavelmente comparamos um ao outro. Lugares Escuros perde!
Não é que se trata de um filme ruim e sem qualidades, pelo contrário, Lugares Escuros é muito bom, só que Garota Exemplar foi ótimo e ficou difícil superar as expectativas.
Gilles Paquet-Brenner apresenta uma boa direção, com umas cenas mais tensas e outras nem tanto, o problema maior é que algumas soluções ficam muito explícitas já no início do filme e isso consequentemente diminuem o teor de suspense do longa.
Charlize Theron faz o papel da Libby Day de forma brilhante e conta com Nicholas Hoult, Chlöe Grace Moretz e Christina Hendriks no elenco. Vale muito destacar Chlöe Moretz que a cada filme que faz se mostra mais madura e nos apresenta atuações cada vez melhores. Este é o caso de Lugares Escuros, que talvez possa ser considerado um de seus melhores trabalhos até hoje.

Lugares Escuros tem seu valor, mas poderia ser ainda melhor se focasse no desenvolvimento de personagens e não apenas em uma reviravolta seguida da outra sendo muitas já previsíveis devido a falhas do próprio diretor.

Nota : 8.5

O Cidadão do Ano


Em ‘O Cidadão do Ano’, Nils (Stellan Skarsgard) é um homem sério e trabalhador que vive em uma inóspita região de montanhas da Noruega. Ele acaba de ser nomeado cidadão do ano por seus esforços, quando recebe a triste notícia de que seu filho morreu de overdose. Desconfiado da versão oficial da história, ele vai atrás dos verdadeiros responsáveis pela morte do filho e acaba se envolvendo com pessoas da máfia sérvia e norueguesa.
‘O Cidadão do Ano’ é um filme bem divertido pela forma em que foi produzido. É um filme de ação com boas doses de comédia que mesmo assim não tiram a seriedade do filme e só preenchem mais com diversão.
Conhecido pela parceria com Lars von Trier, com participações em Dançando no Escuro, Dogville, Ninfomaníaca etc, e pelo papel de Erik Selvig em Thor/Os Vingadores, Stellan Skarsgård chega aos cinemas brasileiros em um papel bem diferente do que está acostumado, assumindo o papel de protagonista na ação e comédia de humor negro O Cidadão do Ano e desempenha muito bem seu trabalho.
Bem dirigido, com um roteiro competente e uma boa trilha sonora, ‘O Cidadão do Ano’ é um filme agradável de assistir por mais que não seja nenhuma obra de arte.
De fato o longa conta com alguns problemas que acabam diminuindo um pouco sua qualidade, mas nada tão grave a ponto de comprometer o longa por completo.
Cheio de ação, suspense e comédia, “O Cidadão do Ano’ é um filme que por mais que tenha seus momentos mais parados, ainda consegue encontrar a capacidade de agradar a maior parte de seus espectadores.


Nota : 7.5

Enquanto Somos Jovens


Enquanto Somos Jovens conta a história de Cornelia (Naomi Watts) e Josh Srebnick (Ben Stiller) que são casados há anos. Incomodados com o envelhecimento, estão cansados da maneira conservadora como vivem. Jamie (Adam Driver) e Darby (Amanda Seyfried) se aproximam dos dois e Josh, encantado com o estilo de vida e o ânimo da dupla, sonha voltar a ser jovem.
De cara podemos dizer que Enquanto Somos Jovens é uma reflexão sobre o envelhecimento só de ler a frase que se passa no início do filme e de fato, o filme é realmente isso.
O principal fator dessa reflexão é ser dirigida pelo grande Noah Baumbach, que tem o dom de fazer filmes sérios mas sempre embalados com um tom leve e divertido, bem inocente e gostoso de assistir.
O longa conta com as ilustres presenças de Bem Stiller, Naomi Watts, Amanda Seyfried e Adam Driver que fazem um belo trabalho. Stiller por mais que esteja mais habituado a fazer comédias mais escrachadas vai muito bem em filmes como esse e mostrou isso já em ‘A Vida Secreta de Walter Mitty’ e só repete a dose de diversão/frustração nesse filme. Para os demais não tem muito o que destacar, todos vão muito bem mas da maneira possível. Digo isso pelo fato de principalmente Watts e Seyfried terem grandes papéis como ‘O Impossível’ para Watts e os musicais ‘Os Miseráveis’ e ‘Mamma Mia’ para Seyfried que obviamente ofuscam seus trabalhos em qualquer outro filme, inclusive esse.
A grande sacada dessa comédia é trabalhar a quebra de um paradigma. Os mais velhos são os típicos cidadãos da cidade grande, conectados, "antenados" – e sem filhos, ao contrário dos amigos mais próximos, da mesma idade, o que é motivo de conflito um tanto quanto óbvio. Por outro lado, o casal jovem pende para o lado analógico, de recusa tecnológica, de valorização do vintage, da fita K-7 e do "sorvete caseiro", ou seja, hipsters em sua potência mais elevada.

A condução do filme leva a situações tão divertidas quanto clichês, o que, em comparação com o filme anterior do diretor, põe este em um patamar mais comercial. Mas, ainda assim, Baumbach entrega uma comédia acima da média.

Nota : 8.0

Sob o Mesmo Céu


Em “Aloha” (no original), após fracassar em uma missão, o militar Brian Gilcrest (Bradley Cooper) é enviado de volta para o Havaí, sua terra natal, para supervisionar o lançamento de um satélite. Lá, ele se reaproxima de um amor do passado (Rachel McAdams), ao mesmo tempo que começa a se apaixonar por uma piloto da Força Aérea (Emma Stone).
Sob o Mesmo Céu é uma comédia romântica com alguns clichês como a maioria e difícil de engrenar. Por mais que não seja um filme ruim e difícil de assistir, sua maior parte se torna cansativa pelo fato de ser muita enrolação e apenas o final que realmente empolga o espectador.
Não estivéssemos falando de um diretor que entende do que faz, Cameron Crowe, esse filme beiraria o desastre. Usando de sua sabedoria soube o que fazer para salvar este filme colocando diálogos e uma trilha sonora muito boa que embala o longa. Outra sabedoria usada foram os não-diálogos entre os personagens de Cooper e Krasinski que dão uma divertida no filme.
Seu elenco chega e apresenta um bom trabalho, principalmente Emma Stone que ainda tem uma atuação mais marcante do que Bradley Cooper talvez por ser uma papel mais diferente do que ela está habituada, mas não que os demais estão desastrosos, pelo contrário, estão todos bem.

Enfim, Sob o Mesmo Céu trata-se de um filme minimamente divertido. E inofensivo. Que provavelmente será esquecido até o próximo pôr-do-sol.

Nota : 7.5

A Lição


Em “A Lição” uma honesta professora (Margita Gosheva) de uma pequena cidade búlgara descobre que um de seus alunos roubou uma pequena quantia em dinheiro. Agora, ela precisa descobrir quem foi para ensinar o que é certo ou errado. Ao mesmo tempo, a mulher precisa tomar medidas desesperadas para evitar a ruína financeira de sua família.
Além de um filme podemos dizer também que estamos tratando de uma reflexão entre o certo e errado e os limites onde o ser-humano pode chegar em um momento de desespero absoluto.
Desde o início ‘A Lição’ já se mostra bem interessante na primeira cena onde a professora tenta descobrir qual de seus alunos roubou o dinheiro de lanche da colega. Na verdade o filme inteiro não foge disso, apenas vai se agravando mais a situação para que gere um suspense maior no decorrer do longa.
O elenco do filme vai bem, ainda que quem ganhe o grande destaque seja apenas a protagonista Margita Gosheva, o restante consegue seu momento de brilho em algumas cenas.
A direção não é das melhores mas também não vem para estragar o que já é bom. A junção de trilha sonora com fotografia e uma boa direção e roteiro fazem com que o filme que de longe pareci simples tornar-se grande.

‘A Lição’ passa longe de ser um ótimo filme, mas consegue conquistar a grande maioria que o assistir. Sua tarefa é cumprida com êxito e o longa consegue  tanto ser atrativo pelo suspense da história e também ser reflexivo pela maneira com que as coisas acontecem no decorrer da trama.

Nota : 7.5

Quase Samba


Em Quase Samba, Teresa (Mariene de Castro) é uma cantora de samba, que mora na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Mãe solteira de um filho pequeno, ela está grávida do segundo filho, e luta para sustentar a família. Dois homens aparecem em sua vida: o primeiro é o antigo namorado, um policial grosseiro e violento (Otto), e o segundo é um jovem atencioso (João Baldasserini), disposto a assumir a paternidade do futuro bebê. Enquanto o coração de Teresa se divide, ela conta com a ajuda do melhor amigo (Cadu Fávero).
Quase Samba apresenta uma boa proposta e não decepciona, só deveriam ter menos pressa para fazer o filme. Algumas cenas que poderiam dar mais qualidade ao filme foram poupadas ou nem sequer pensadas, fazendo com que assim o filme ficasse não só mais curto mas mais vazio.
A aparição do ex-namorado de Teresa, que é apresentado como um homem grosseiro e violento pouco é abordada. O personagem aparece muito pouco no filme, de forma que o diretor não consegue nem colocar o público contra ele.
A mesma coisa é com o namorado atual, um homem bom e amoroso que também pouco aparece, de forma que o diretor não consegue colocar o público a favor dele.
Na verdade o filme gira em torno do dia a dia de Teresa e de seu amigo(a) Shirley, que são os único que ganham um bom destaque durante o longa.
Em relação a elenco, é tudo bem mais ou menos tirando claro a participação de Cadu Fávero, que vem todo bem produzido para fazer o papel do travesti Shirley. Nem mesmo Mariene de Castro no papel de Teresa encanta, destaca apenas os momentos em que ela está cantando.
Quase Samba é um filme bom, pena ter faltado vontade e audácia para que o longa fosse muito melhor do que ele realmente é.


Nota : 6.5

Hamlet


Nessa versão, o príncipe Hamlet (Henrique Zanoni) é visitado pelo fantasma de seu pai, que revela ter sido assassinado pelo próprio irmão.  Atormentado pela verdade e com sede de vingança, Hamlet mergulha na eterna questão do sentido da existência. A cidade de São Paulo, nos dias atuais, torna-se o palco desta versão da clássica obra de William Shakespeare.
É horrível quando pegam uma obra tão boa e cheia de qualidades como Hamlet, de Shakespeare e estragam ela tentando a modernizar e pior, ainda fazem filme.
O filme na verdade é mais um ensaio de Hamlet do que uma encenação pronta. Elenco, direção, fotografia, todo nesse filme não funciona muito bem.
O único algo interessante é o diretor tentar mostrar que a obra Hamlet em vários pontos ainda é muito atual nos dias de hoje, mostrando que nós seres-humanos não evoluímos nada de lá pra cá.
O longa é todo filmado em preto e branco, para remeter o tom a antigo da época em que o longa se passa mas tentando modernizar tanto a ‘peça’ fica um pouco desnecessário a filmagem em preto e branco.

Tendo uma história tão incrível por trás apenas para adaptá-la o longa deixou muito a desejar, deviam ter vergonha de gravarem Hamlet e diminuí-lo tanto como foi feito nesse filme por falta de qualidade técnica e profissional da equipe do filme. 

Nota : 5.5

Retorno a Ítaca


Num terraço com vista para Havana, o sol se põe e cinco amigos se reúnem para comemorar a volta de Amadeo, após ter passado 16 anos exilado em Madri. Eles passam a noite conversando sobre a juventude, a banda que formaram e a fé que depositaram no futuro do país.
Retorno a Ítaca é mais um daqueles filmes em que se precisa lutar para permanecer acordado durante toda a sessão. O filme se passa inteiramente no terraço e se resume a diálogos que até que não são ruins, afinal são eles que salvam o filme de ser algo 100% desnecessário.
Um filme bastante sem graça, que não vale o ingresso pago. Pelo formato em que é realizado seria mais interessante gravarem uma peça teatral e rodarem o mundo com ela, seria bem mais legal.

Sinceramente não tem o que falar, não tem muito o que avaliar justamente por ser um longa vazio, fica difícil fazer uma crítica tão diferente do que é o filme, então em poucas palavras é isso, um filme bem fraco apenas de diálogos e debates pouco interessantes, tirando a história final.
O que acaba mais valendo a pena são algumas partes de diálogos e a fotografia que está acima do nível do filme.

Nota : 6.0

Sangue Azul


Em Sangue Azul, o circo Netuno monta lona em uma ilha paradisíaca. Zolah (Daniel de Oliveira), o homem-bala, já conhece o local. Lá ele foi criado, junto com a irmã Raquel (Caroline Abras), até o dia em que a mãe, Sônia (Sandra Corveloni), o mandou para longe temendo um incesto entre as duas crianças. Já adulto, ele reencontra a família depois de vinte anos e é chegado o momento de resolver as questões do passado que ainda o atormentam.
Sangue Azul é um filme com uma direção impecável de Lírio Ferreira  e conta com um roteiro encantador. A trama principal acaba sendo a relação incestuosa entre os irmãos Zolah e Raquel, respectivamente interpretados por Daniel de Oliveira e Caroline Abras, que já era prevista desde a infância entre eles e o filme nos deixa isso bem claro.
O longa conta com uma fotografia impecável que ganha ainda mais qualidade pela beleza de Fernando de Noronha, onde o filme foi inteiramente rodado e tem uma trilha sonora que combina bastante com a proposta do filme, dando um encaixe perfeito.
O elenco é um espetáculo à parte. Para quem acompanha o blog deve se lembrar que critiquei Daniel de Oliveira até mesmo pelo fato de não gostar muito dele como ator nos textos de A Estrada 47 e Romance Policial, mas em Sangue Azul vemos uma transformação de Daniel, que tem uma atuação brilhante. Caroline Abras é outra que encanta os olhos do espectador, com seu jeitinho meigo e sedutor ele apaixona não só o irmão mas também os espectadores na sala.
O filme também tem a presença de outros grandes nomes como Matheus Nachtergaele, Milhem Cortaz, Lívia Falcão e Sandra Corveloni. Todos eles nos apresentam uma atuação digna, mas vale destacar o ‘brutamonte’ Milhem Cortaz que nos surpreende demais nesse filme. Todos estamos acostumados a ver Milhem em papéis de machão, durão, homem com H maiúsculo como em Tropa de Elite, O Lobo Atrás da Porta, Trinta e todos os outros em que ele atuou. Em Sangue Azul, ele também faz o machão, é o homem mais forte do mundo, segundo integrantes do circo, mas ele esconde um segredo : é homossexual. Milhem nos apresenta beijo homossexual e até mesmo cena de sexo, algo que dificilmente imaginaríamos ele fazendo.

Sangue Azul é um filme incrível, nem sempre vemos filmes nacionais tão bons. Perfeição não faz parte do longa que ainda assim conta com alguns defeitos, mas é um filme que surpreende a quem o assiste.

Nota : 8.5

Deixa Rolar


Deixa Rolar fala sobre um amor não correspondido que motiva um roteirista a escrever sobre suas experiências românticas fracassadas. Simples e... simples!
Antes de você se arriscar já vou avisando que é difícil deixar rolar esse filme. Com 30 minutos já bate o sono, o tédio e tudo o que você mais quer e ver o fim dele.
Deixa Rolar é uma comédia romântica bem fraca, onde nenhum dos atores tem carisma o suficiente para que o espectador possa torcer para que dê certo, no final das contas a torcida acaba sendo para a amiga do personagem principal.
O filme ganha umas qualidades em umas ‘paródias’ e animações que entram como umas historinhas paralelas que acabam sendo mais divertidas que o filme em si e no final que mesmo sendo clichê  com o cara correndo atrás para impedir o casamento da mocinha e declarar seu amor por ela acaba sendo mais agradável do que o resto do filme.
Prova de que estamos falando de um filme sem criatividade e fraco é o fato de o próprio filme nos dizer que está usando clichês como cenas correndo em aeroportos e coisa e tal...
Sem dúvida um filme ruim e que rapidamente se apaga da memória por suas poucas cenas interessantes.


Nota : 6.5

Qualquer Gato Vira-Lata 2


Na sequência de Qualquer Gato Vira-Lata, Tati (Cléo Pires) e Conrado (Malvino Salvador), que terminam juntos o primeiro filme, viajam a Cancún, onde ele participa de uma conferência para o lançamento de seu livro. Lá, ela aproveita a ocasião para pedi-lo em casamento, com transmissão via internet para todos os amigos no Brasil. Mas, ao responder, Conrado solta apenas um “Posso pensar?”. A moça, então, se decepciona e Marcelo (Dudu Azevedo), ex de Tati, volta a ter esperanças. Para complicar, Ângela (Rita Guedes), a ex de Conrado, também é convidada para o mesmo evento no México, onde também está lançando um livro, cuja tese bate de frente com a dele.
Qualquer Gato Vira-Lata 2 não é nenhum mega filme mas ao fazer a comparação com o primeiro filme, ele se torna gigante.
Por mais que seja um filme fácil de fazer, com um desenrolar bem tranquilo, Qualquer Gato Vira-Lata 2 ganha muito mais qualidade do que havia no primeiro. Neste filme podemos dar diversas risadas sem muita apelação para que isso acontece e o filme diverte bem mais do que o primeiro, parece que tanto diretor quanto elenco tomaram um chá de maturidade em relação a cinema.
Cléo Pires e Malvino Salvador vão bem em seus papéis, Mel Maia também está uma gracinha no filme, o único que dá uma bagunçada nas coisas é Dudu Azevedo que é um ator que desde seu início nunca me agradou.
Algo desnecessário nesse filme é como muitos dizem o ‘exibicionismo’ de Cléo Pires. Já ouvi muitas pessoas dizendo que a Cléo em qualquer trabalho seu tem que mostrar o corpo de alguma forma. Neste filme, ele não mostra o corpo em nenhum momento, até o biquíni em que usa é comportado mas em uma cena do filme onde Marcelo (Dudu Azevedo) está tendo alucinações e vendo a Tati (Cléo Pires) em todos os lugares, ele olha para a banca de jornal e lá está um pôster enorme de uma Playboy com a Cléo Pires de capa. Algo meio sem lógica afinal Cléo Pires no filme não é Cléo Pires e sim Tatiana Alcântara mas...foi uma forma de se mostrar.
Outra cena confusa é o encontro com o pai Fábio Jr. no longa. Tati e seu pai tem uma conversa que parece até um pouco sobre a vida real e adivinhem, o pai de Tati canta igualzinho o pai de Cléo. Sabemos que Fábio Jr. também é ator mas sua aparição e os diálogos pareceram um pouco familiar demais, já que era pra ter Playboy e pai verdadeiro, porque a personagem não chamava logo Cléo Pires.
Tirando esses contratempos Qualquer Gato Vira-Lata 2 é um bom filme, bastante divertido e capaz de agradar o público de qualquer idade.


Nota : 8.0

Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível


Em “Tomorrowland – Um Lugar Onde Nada é Impossível”, Casey Newton (Britt Robertson) é uma adolescente com enorme curiosidade pela ciência. Um dia, ela encontra um pequeno broche que permite que se transporte automaticamente para uma realidade paralela chamada Tomorrowland, repleta de invenções futuristas visando o bem da humanidade. Ela logo busca um meio de chegar ao lugar e, no caminho, conta com a ajuda da misteriosa Athena (Raffey Cassidy) e de Frank Walker (George Clooney), que esteve em Tomorrowland quando garoto mas hoje leva uma vida amargurada.
Tomorrowland chegou aos cinemas mundiais com grande expectativa e de cara já decepcionou e já vem causando prejuízo a Disney. Mas espera aí, será que esse fracasso de bilheteria é justificado no filme? Sim!
Por mais que a nota que eu tenha dado a este filme não seja baixa, todos nós que vimos ou vocês que verão ao filme sairão da sala com uma pontinha de decepção, afinal quando estamos falando de Disney sempre esperamos algo extremamente grandioso e Tomorrowland não é tão grande assim.
O longa já começa errando no seu próprio nome : Tomorrowland (Terra do Amanhã). Tudo bem que o filme fala sobre o futuro, mas no longa Tomorrowland é um lugar futurístico, uma espécie de outro planeta em uma outra dimensão, mas sabe porque digo que erraram no nome? Porque 85% do filme não se passa em Tomorrowland e sim na Terra. A Terra do Amanhã só nos é apresentada de forma rápida e nada de tão interessante se acontece lá.
No longa também encontramos alguns clichês como falas incentivando as pessoas a cuidarem do planeta pois somos nós quem escrevemos o nosso futuro, poxa, bacana a ideia da conscientização mas fomos ao cinema ver magia e ficção, o que a Disney normalmente transmite.
Em relação às atuações, em especial Robertson e Clooney, tudo anda direitinho e no compasso. O diretor Brad Bird não nos deixou desapontados no quesito de efeitos e ideias mirabolantes, aparecem bastantes coisas novas e diferentes durante o longa.

Enfim, ‘Tomorrowland’ não é um filme ruim, mas poderia ser muito melhor. Pelo menos a proposta principal que é diversão o filme consegue cumprir com êxito.

Nota : 8.0

A Espiã que Sabia de Menos


Em “A Espiã Que Sabia de Menos”, Susan Cooper (Melissa McCarthy) é uma despretensiosa analista de base da CIA, e heroína não reconhecida por trás das missões mais perigosas da Agência. Mas quando seu parceiro (Jude Law) sai da jogada, e outro agente (Jason Statham) fica comprometido, Susan se voluntaria para se infiltrar no mundo de um traficante de armas mortais e evitar um desastre global.
Hoje em dias as comédias americanas costumam sempre se jogar para o lado mais apelativo sempre usando e abusando de sexo e palavrões para gerar uma graça a mais que no final acaba se tornando sem graça. Com Spy (no original) parece que não vai ser diferente, mas é!
Não vou dizer que em nenhum momento usam alguns clichês apelativos bastante encontrados em comédias hoje em dia pois eles usam, a diferença é que usam numa porcentagem menor de vezes e quando é usado não é tão exagerado como em alguns casos.
“A Espiã Que Sabia de Menos” se inspira no nome no filme “O Espião Que Sabia Demais” e em muitas cenas, principalmente na abertura, se inspira em “007”. Na verdade durante grande parte do filme podemos ver algumas semelhanças com 007 e as missões de James Bond, mas o diretor transforma toda a seriedade encontrada nos filmes da série em algo mais cômico para tirar risos do público com a boa atuação de Melissa McCarthy.
Jude Law não aparece tanto durante o filme, mas tem um papel muito importante para o desenrolar, mas infelizmente o ator tem uma atuação bem fraca. Encontramos também Jason Statham no elenco, dessa vez em um papel muito mais leve e cômico do que normalmente costuma fazer, mas ainda assim vai bem. As histórias mentirosas contadas pelo personagem de Statham durante o filme para se vangloriar e ganhar méritos são um ponto positivo na trama.

Sem dúvida não estamos falando de uma comédia perfeita, “A Espiã Que Sabia De Menos” passa longe de ser um filme ótimo, mas é divertido e fica na mente dos espectadores por um bom tempo. Não é ótimo, mas é um bom filme!

Nota : 8.0

Top Girl ou A Deformação Profissional


Em Top Girl ou A Deformação Profissional, Helena (Julia Hummer) tem 29 anos e é mãe solteira de uma filha de 11 anos. Apesar de ter feito um relativo sucesso como atriz, por questões financeiras, ela trabalha como acompanhante sexual. Em meio aos mais variados clientes, ela vive uma relação tensa com sua mãe (Susanne Bredehöft), uma rígida professora de canto. Quando ela conhece David (Rolf Peter Kahl), uma nova oportunidade surge e ela se transforma em uma mulher implacável e de desejos incontroláveis.
Top Girl é um filme bem ruim e que não consegue empolgar quase ninguém que está na sala. É mais um daqueles filmes em que a sala já nem enche e ainda assim podemos contar quantos saem da sala antes de o filme acabar.
Por mais que o roteiro de Top Girl tenha um tom bastante polêmico e nos apresenta o lado das mulheres que vivem da prostituição, o longa todo é mal desenvolvido e nos apresenta cenas bastante confusas e desnecessárias.
O elenco é bastante fraco, exceto Julia Hummer que tem um papel difícil em suas mãos e consegue desempenhá-lo muito bem. Sem dúvida alguma Julia é a salvação desse filme que mesmo assim não se salva.
Top Girl é um filme bem fraco, vazio e nada empolgante. Até mesmo em filmes de arte por mais parado que seja o espectador precisa de algo que o empolgue para que ele consiga assisti-lo até o final e em Top Girl não encontra-se quase nada. Não recomendo!


Nota : 5.5

Cauby - Começaria Tudo Outra Vez


Cauby – Começaria Tudo Outra Vez é um documentário que conta a história do cantor Cauby Peixoto, uma figura icônica na música brasileira. Interpretando músicas desde a Bossa Nova até o Rock’n Roll, ele é considerado o maior cantor do Brasil por grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina e Agnaldo Rayol.
Como eu venho falando em todas as críticas de documentários que faço neste ano, estamos em um grande ano para documentários, afinal são muitas bons documentários que estão chegando esse ano aos cinemas. Infelizmente, Cauby não entra nessa lista.
Cauby – Começaria Tudo Outra Vez é um filme que oscila demais do início ao fim. O longa conta com sequências de cenas empolgantes e outras bem desanimadoras que acabam prevalecendo sobre as boas no desfecho do filme.
O longa perde muito tempo em cenas musicais, nos apresentando algumas interpretações e shows de Cauby Peixoto como uma espécie de passatempo para um roteiro que pouco nos conta sobre o cantor.
Eu já assisti documentários de cantores e celebridades que eu pouco conhecia e saí do filme quase fã do artista ou se não fã pelo menos mais ‘conhecedor’ da pessoa. Em Cauby não senti isso e no fim saí conhecendo apenas o que eu já conhecia antes do filme.
O ponto mais forte do filme são as partes que mostram o amor dos fãs para com Cauby, desde os fãs mais velhos até o garoto mais jovem, de apenas 15 anos que é um fã doente de Cauby Peixoto, algo raro de encontrar em um menino tão jovem.


 Nota : 6.5

Romance Policial


Em Romance Policial, o funcionário público e escritor nas horas vagas Antônio (Daniel de Oliveira), viaja até o Deserto do Atacama, no Chile, em busca de inspiração para um conto. Lá ele acaba encontrando um corpo e é impedido de voltar ao Brasil. Ao se envolver com Florencia (Daniela Ramirez), uma moradora local, ele desvenda o crime e escreve sua grande obra.
Romance Policial é acima de tudo um filme de reflexão. Tem um tom meio europeu, com aquele estilo meio silencioso e parado e junta com isso todo seu romance e suspense que embalam o longa.
Quando se tem um longa gravado em lugares como o Deserto do Atacama fica um pouco mais fácil para a fotografia do filme ser melhor, afinal os ambientes naturais já são extraordinários e em Romance Policial algo que não decepciona mesmo não sendo das melhores é a fotografia.
O diretor Jorge Duran poderia ter um melhor desempenho mas ainda assim fez um trabalho bacana e soube colocar a proposta que o roteiro oferecia nas telas.
Daniel de Oliveira entra em cena como o personagem principal deste longa e também vai bem. Assumo que Daniel de Oliveira nunca me convenceu, não acho que seja um bom ator, mas em Romance Policial ele vai bem, mas apenas isso. O restante do elenco entra melhor do que o protagonista em si, são os casos de Daniela Ramirez que é a melhor em cena durante todo o longa e o policial Alvaro Rudolphy, mais conhecido por seu trabalho no Chile.

A trama é emaranhada de pouquinho em pouquinho, sem truques, para ser abruptamente desenrolada no fim. Se não surpreende, por um lado, pelo menos não engana o espectador com artifícios batidos de roteiro. A resolução, porém, explicada demais, tira o fôlego do filme. Mas o resultado final é um Romance Policial, sobretudo, honesto.

Nota : 7.0

Segunda Chance


No drama dinamarquês Segunda Chance, o policial Andreas (Nikolaj Coster-Waldau) leva uma vida tranquila com a sua esposa.  Um dia, é acionado para intervir em uma briga doméstica comum, de um casal que tem um histórico de violência e de uso de drogas. Na casa do casal, ele descobre um bebê preso no closet . Andreas fica indignado com o tratamento dado à criança, mas as leis não permitem que a família perda a guarda do filho. Cada vez mais obcecado pelo caso, ele decide sequestrar o bebê por conta própria, levando-o para a sua casa. Começam então as investigações sobre o paradeiro do pequeno desaparecido.
Segunda Chance é um bom filme que intercala bem o drama com o suspense de uma maneira bastante envolvente. A princípio parece que o filme vai caminhar para um drama mais familiar e do meio para o final tudo muda e se torna mais um suspense que não dê tanto foco a imagem da ‘família feliz’ e sim para os distúrbios familiares que são bastante frequentes nos noticiários de hoje em dia.
O longa dinamarquês é muito bem dirigido e conta com um roteiro bastante eficiente. O elenco entra bem em cena, faz o trabalho de forma digna e valorizam o filme que por si só já tem grande capacidade de convencer o público.
O roteiro de Anders Thomas Jensen é muito bem desenvolvido, sem exageros, mas com muitas reviravoltas. Ele faz o espectador se colocar no local do protagonista e também refletir (não julgar) suas atitudes. A criança realmente estaria melhor com ele. Mas é certo tirá-la da mãe?

O cenário frio e cinzento colabora para a sensação de melancolia que percorre toda produção. A fotografia ajuda a criar o clima do longa, bem como a instimista trilha sonora. Uma obra para se ver e refletir.

Nota : 8.0

Promessas de Guerra


Em Promessas de Guerra, Joshua Connor (Russell Crowe) perdeu seus três filhos na batalha de Galípoli, em 1919. Após a morte da mãe deles, Joshua promete que irá enterrá-la ao lado dos filhos. Desta forma, ele viaja até a Turquia decidido a recuperar os corpos deles, para que possa enterrá-los em sua terra natal. Por mais que o país esteja agora em paz, devido à derrota dos turcos para os ingleses, Joshua enfrenta muitas dificuldades para chegar ao campo de batalha onde eles teriam morrido. Ele recebe então a ajuda de Ayshe (Olga Kurylenko), uma mulher que está à espera do marido, enviado para a guerra, e de seu filho, o pequeno Orhan (Dylan Georgiades).
Promessas de Guerra é o filme que marca a estreia do ganhador do Oscar, Russell Crowe na direção em Hollywood e por sinal, uma bela estreia.
Promessas de Guerra além de nos trazer uma história incrível com um roteiro bastante eficiente, nos mostra boa fotografia, boa trilha sonora e ótimo elenco.
Russell Crowe não só vai bem na direção mas também atua brilhantemente, assim também como Olga Kurylenko e o pequeno Dylan Georgiades que é uma grande revelação para os cinemas. Mas não só os três como principais que apresentam um bom trabalho mas sim o elenco no geral, não tem nenhum no qual podemos ver uma atuação tão ruim.

Promessas de Guerra é uma obra de guerra interessante, e uma estreia digna para Crowe na direção. O conteúdo minimamente questionador compensa o estilo publicitário das imagens, fazendo o filme se sobressair positivamente em meio a um conjunto tão numeroso de obras heroicas e patrióticas.

Nota : 8.5

Território do Brincar


O longa Território do Brincar tem como propósito sustentar uma narrativa do brincar infantil. Ao longo de vinte e um meses, diversas crianças e seus trejeitos, das variadas realidades do Brasil, foram representadas. O filme faz parte de um projeto de pesquisa, registro e divulgação.
Território do Brincar é um documentário de 1h30 onde durante todo seu decorrer apenas nos mostra crianças de diferentes regiões brincando, sem nenhum tipo de entrevistas, pesquisas e nem sequer narrativa. Proposta complicada, porém muito bem executada.
A principal qualidade deste documentário é que mesmo sem tudo aquilo que eu disse acima e que normalmente acompanha um documentário, esse filme consegue encantar as pessoas que o assistem e em nenhum momento soa cansativo.
As crianças brincando durante o filme, principalmente com brinquedos antigos e os indígenas brincando na natureza lembra muitas pessoas da sua própria infância quando não existiam tantas tecnologias e mostra como é importante o brincar para as crianças de hoje em dia que na verdade nem sabem direito mais o que é isso.

O longa é extremamente bem dirigido, sua fotografia é incrível e a trilha sonora é maravilhosa, tem tudo a ver com cada momento do filme. Um filme muito bom pela proposta que nos oferece e pela dificuldade de fazê-lo dar certo com essa ideia diferente.

Nota : 7.0

The Last - Naruto o Filme


Em The Last, a Lua está em rota de colisão com a Terra, e pode se chocar com o planeta na forma de um meteoro. Enquanto isso, Hanabi é sequestrada por um estranho homem. Cabe a Naruto, Shikamaru, Hinata, Sakura e Sai salvar Hanabi e consertar a situação.
Para ser sincero eu desde criança nunca gostei desses desenhos japonês, ou seja, sou um pouco mais crítico do que normal talvez por não ser afetado por aquela emoção da infância e aquele sentimento de nostalgia que afeta os fãs de Naruto.
Recentemente estreou nos cinemas brasileiros o filme dos Cavaleiros do Zodíaco, que não foi ruim mas também não foi maravilhoso. The Last – Naruto o Filme vem parecido com isso mas sem dúvida é melhor do que Os Cavaleiros do Zodíaco.
As animações japonesas no geral têm um estilo já diferente das demais pela forma que é desenhada no papel, algo que remete um pouco ao passado mas que é de muita qualidade.
Neste filme do Naruto claro que não poderia faltar as cenas de batalha, dos ninjas, mas também tem uma parte romântica entre Naruto e Renata na qual é um romance que acontece desde a infância e dessa forma o filme vai intercalando entre as cenas de ação e romance em todo seu decorrer.
No geral do filme, por mais que as cenas de mais ação não sejam ruim, as parte do romance entre Naruto e Renata acaba muito mais interessante e se mostra melhor no longa, dando um toque mais leve ao filme.

The Last – Naruto o Filme é uma boa animação da série japonesa que chega aos cinemas e sem dúvida vai agradar aos fãs, afinal até eu que nunca gostei de Naruto, sai gostando do filme.

Nota : 7.0

Os Últimos Cangaceiros


Jovina Maria da Conceição e José Antonio Souto são dois senhores que levam uma vida bem comum pelos últimos 50 anos. O que ninguém sabe, incluindo seus filhos, é que estes nomes são falsos. A dupla, na verdade, é conhecida como Durvinha e Moreno. Eles integraram o bando de Lampião, o mais controverso e famoso líder do cangaço. A verdade só vem à tona quando Moreno, aos 95 anos, resolveu compartilhar suas lembranças com os filhos, além de sair à procura de seus parentes vivos, incluindo seu primeiro filho.
Como já venho dizendo, este ano está sendo um grande ano para os documentários, estão estreando muitos documentários de qualidade muito boa nas salas de cinema e Os Últimos Cangaceiros também é mais um desses. Por mais que não seja o melhor, é um documentário muito eficiente.
O diretor Wolney Oliveira faz diversas entrevistas com Durvinha e Moreno onde eles nos contam mais sobre sua vida no cangaço, seus amores, seus filhos e como se sentem hoje, depois de tantos anos que o cangaço já não existe mais.
A história é bem interessante e também importante para nós brasileiros, afinal o cangaço fez parte da cultura de nosso país. O que me espanta em algumas cenas do filme é o tratamento que Durvinha e Moreno recebem em algumas cidades onde chegam, por pessoas desconhecidas. Todos os tratam como heróis do nordeste, algo meio irônico afinal por mais que hoje não sejam mais cangaceiros, um dia eles foram e todos sabemos que cangaceiros eram uma espécie de ‘bandidos’ que matavam sem dó nem piedade.
O próprio Moreno em partes do filme comenta que já matou muitas pessoas e não se arrepende de nenhuma morte, se tivesse que fazer de novo, faria!

Tirando isso que não está diretamente ligado à qualidade do filme, tudo flui muito bem. Bem dirigido, bem fotografado e com uma trilha sonora muito boa, Os Últimos Cangaceiros é mais um bom documentário que chega aos nossos cinemas neste ano de 2015.

Nota : 7.0

Trocando os Pés


Em Trocando os Pés, um solitário sapateiro de Nova York (Adam Sandler) costuma consertar os sapatos de clientes experientes na arte de viver: que frequentemente tiram férias e vivem aventuras. Ao lado de seu amigo barbeiro (Steve Buscemi), ele espera a sua própria aventura, e vê a vida passar diante de seus olhos. Quando recebe uma generosa herança de família, surge a possibilidade do trabalhador assumir outro papel e ver o mundo de uma forma diferente.
Sem dúvida o mais gostoso de Trocando os Pés é que é uma comédia dramática, de tom familiar, doce e praticamente inofensivo. Totalmente diferente das maiorias dos filmes protagonizados por Adam Sandler.
O que eu mais gosto em filmes de comédia são quando conseguem tirar risos do espectador mas aqueles risos que podemos chamar de inocentes. Sem o uso de piadas sujas, palavrões no baixaria. Trocando os Pés conseguiu fazer isso como poucos conseguem, isso já é um grande ponto para mim.
Adam Sandler cumpre bem o seu papel. Como já tinha demonstrado em Embriagado de Amor e Homens, Mulheres e Filhos, ele tem recursos suficientes para compor tipos solitários e tristes, com força no olhar e atenção aos diálogos. Method Man também tem uma atuação satisfatória, enquanto o resto do elenco (Dan Stevens, Ellen Barkin) contenta-se com estereótipos de mulherengos e vilões. Dustin Hoffman e Steve Buscemi também não comprometem em seus pequenos papéis, mas é triste ver que Hollywood não tem nada melhor a oferecer a atores tão bons quanto eles.

Um dos problemas de Trocando os Pés é um presente em quase todas as comédias desse tipo que são os clichês, que são bastante presentes em diversas cenas do longa, mas ainda assim não faz com que atrapalhe diretamente na ‘diversão’ do filme.

Nota : 8.5

O Amuleto


Pensem em um filme ruim! ... Pensaram? Bom, tenham certeza que após assistirem O Amuleto ele entrará para essa listinha dos filmes ruins também.
A praia de Moçambique, em Florianópolis, possui diversos casos de assassinato jamais resolvidos. Um dia, Diana, Alex, Paulinho e Marcinha vão a uma festa na floresta. No dia seguinte, três dos jovens são encontrados mortos, e Diana, a única sobrevivente, não se lembra do que aconteceu. Vídeos gravados nos celulares das vítimas ajudam a desvendar o caso.
Estamos falando agora de um filme totalmente, completamente, absolutamente confuso. No fim das contas mesmo depois de tantas enrolações não é possível entender direito o porque de todos acontecimentos e a ligação com o tal amuleto.
O Amuleto é um filme abarrotado de clichês. Em algumas cenas podemos perceber que o diretor Jefferson De tenta adotar algumas características dos filmes de terror americanos, mas não dos bons e sim dos ruins, o que já caracteriza de cara um dos problemas do filme.
Inúmeros problemas prejudicam O Amuleto. As atuações são péssimas, inclusive a da principal Bruna Linzmeyer, que por mais que se esforce para conseguir ‘salvar’ o longa pouco consegue fazer. Os três jovens que acompanham a protagonista, levaram a plateia às gargalhadas, a direção de fotografia simula as noites mais patéticas que o cinema já viu, a montagem contenta-se em alternar entre passado e presente, a continuidade apresenta erros grosseiros, a direção de arte transforma Maria Fernanda Cândido em uma espécie de Mãe Diná e a própria atriz, uma das mais consagradas do elenco, também é um terror em cena.

Infelizmente no Brasil pouco produzem filmes de terror, mas para fazer filmes como esse é melhor nem fazer. Para não dizer que nada se salva temos até algumas cenas mais no início ainda que podem gerar um suspense a mais, antes do público ver o desastre que o longa é, mas logo após, realmente o terror começa, mas calma, não o terror no filme e sim e terror do filme se é que me entendem. 

Nota : 5.5

Terremoto : A Falha de San Andreas


Em Terremoto : A Falha de San Andreas, um terremoto atinge a Califórnia e faz com que Ray (Dwayne Johnson), um bombeiro especializado em resgates com helicópteros, tenha que percorrer o estado ao lado da ex-esposa (Carla Gugino) para resgatar a sua filha Blake (Alexandra Daddario), que tenha sobreviver em São Francisco com a ajuda de dois jovens irmãos.
Sinceramente eu esperava muito mais desse filme, talvez pela forte divulgação, mas no fim das contas foi mais um daqueles que de certa forma desapontou.
O ponto forte do longa é sem nenhuma dúvida os efeitos especiais, que são muito bons mas não perfeitos. Quem prestar bastante atenção consegue perceber os ‘efeitos’ em alguns momentos onde pode-se ver que é puro efeito em estúdio e nada daquilo é real, principalmente em algumas cenas do tsunami.
Em filmes de ação / aventura raramente podemos destacar alguma atuação porque normalmente não há espaço suficiente para elas e também é o caso de Terremoto. Dwayne Johnson acaba brilhando mais pelo fato de ser o ator principal do longa, mas apenas por isso. Não que ele está mal em Terremoto, mas como costumo dizer é um filme de atuações ‘costumeiras’, nada que foge muito do normal.
San Andreas (no original) começa já com uma cena de ação, com um acidente que aciona o resgate conduzido por Ray (Dwayne Johnson) e sua equipe, em Los Angeles. De fato gostei desse início, bastante empolgante e fez parecer que o filme iria para um caminho muito bom, pena que a cena inicial foi melhor do que muitas outras quando de fato estava ocorrendo o terremoto.

Terremoto : A Falha de San Andreas peca na direção e principalmente nos clichês que são um pouco exagerados. De fato não é um filme ruim, mas quando você entra com uma expectativa maior do que o longa realmente é você acaba ficando um pouco mais chato na hora de avaliar e foi isso que aconteceu. É tanto terremoto que no final fica banalizado e repetitivo.

Nota : 8.0

A Menina dos Campos de Arroz


Aos 12 anos de idade, A Qiu mora em uma pequena cidade no sul da China, cercada por campos de arroz. Ela é criada pela avó, enquanto os pais tentam ganhar a vida na cidade grande. Mas com a morte da avó, os dois são obrigados a retornar à cidadezinha, mudando a vida de A Qiu. Enquanto se adapta à nova rotina, a garota sonha em se tornar escritora.
A Menina dos Campos de Arroz não chega a ser um filme ruim, acho que cabe melhor dizer que é um filme fraco.
O longa conta com um elenco desconhecido, que se mostra fraco durante todo o longa, quando em diversas vezes percebemos o ator buscando a câmera de forma errada.
O roteiro e a direção também são bastante fracos, o filme parece que não engrena e com isso faz com que a gente na plateia não saiba se gostou ou não, fica um sentimento confuso em nossa mente.
A Menina dos Campos de Arroz, intitulado drama também soa estranho em alguns momentos principalmente quando A Qiu começa narrar sua vida e o filme passa a parecer mais um documentário do que drama, mas não um simples documentários e sim aqueles com caras de programas da Discovery Chanel, realmente senti que estava assistindo a esse canal em algumas cenas.

Das poucas qualidades do longa acho que podemos citar a fotografia como uma delas, que é bem feita e ganha bastante ajuda devido a beleza natural que nos é apresentada nos campos de arroz exibidos no decorrer do longa.

Nota : 6.5

O Homem Que Elas Amavam Demais


O Homem Que Elas Amavam Demais se passa em 1976, na Riviera Francesa onde Renée Le Roux (Catherine Deneuve) é a dona do Palácio Mediterrâneo, um luxuoso cassino que enfrenta problemas financeiros. Disposta a tudo para que o local não seja vendido ao seu grande rival, Fratoni (Jean Corso), ela conta com a ajuda do advogado Maurice Agnelet (Guillaume Canet) e de sua filha, Agnes (Adèle Haenel), para assumir a presidência do conselho. Após a eleição, Maurice fica desapontado por não conseguir uma posição de destaque na nova organização do cassino e, com isso, deixa de assessorar Renée. Não demora muito para que ele se envolva romanticamente com Agnes e lhe apresente uma inusitada proposta: que vote contra sua própria mãe no conselho, recebendo uma alta quantia de Fratoni.
O longa, baseado em fatos reais, vem sem dúvida desapontando bastante quem o assiste. Tendo uma sinopse de certa forma bastante atrativa como ele tem e um bom elenco, principalmente pela presença de Catherine Deneuve que por muitos é ainda considerada a musa do cinema francês, o longa deixa a desejar em diversos aspectos.
No quesito elenco, não há muito o que falar pois estamos falando de atuações costumeiras, aquelas que não fogem do normal e no fim das contas quem se saiu melhor nessa foi Adèle Haenel no papel de Agnes, que entre todos é a que acaba ganhando mais destaque. No geral acredite, nem Deneuve faz um bom trabalho.
O Homem que Elas Amavam Demais é um filme confuso em sua proposta. Inicia abordando os bastidores do competitivo mercado de cassinos na Riviera Francesa, tendo como ícones os personagens de Catherine Deneuve e Jean Corso, ele com ligações suspeitas com a máfia italiana. Não demora muito para inserir uma disputa familiar, envolvendo dinheiro e traição, o que dá um certo ar novelesco à trama como um todo. Em uma reviravolta brusca e mal fundamentada, termina como típico drama de tribunal. Por mais que seja baseado em fatos reais, há no longa-metragem uma ambição despropositada de a tudo falar sem se aprofundar de forma devida. Com isso, cada um destes trechos deixa a desejar, muito devido à própria opção do diretor na forma distante como apresenta seus personagens.
O Homem que Elas Amavam Demais é um filme que inicia bem mas perde muita força ao longo de sua duração.


Nota : 7.0

Permanência


Em Permanência, Ivo (Irandhir Santos) é um fotográfo pernambucano que viaja a São Paulo para fazer sua primeira exposição individual. Ele aceita o convite da ex-namorada Rita (Rita Carelli) para se hospedar na casa dela. Mas hoje, Rita já está casada com outro homem, e Ivo também deixou um amor em sua cidade natal. A proximidade entre eles desperta sentimentos antigos.
Quando falamos de Permanência sem dúvida o principal destaque é a presença do ator Irandhir Santos protagonizando o longa, afinal Irandhir tem se mostrada cada vez mais competente e um dos melhores e maiores atores do cinema brasileiro dos últimos anos.
Permanência tem um roteiro que digamos que tem bastante qualidade, o problema desse filme é o fato de ser muito ‘quadrado’ se é que posso dizer mas não em formato de filmagem mas sim no seu desenrolar.
O longa é bastante parado, por mais que o roteiro seja bom a história em si não empolga e por mais que seja apenas 1h25 chega a cansar pelo fato de esperarmos alguns acontecimentos mais interessantes e nada acontece.
O filme é uma espécie de reflexão sobre a vida e os relacionamentos que aqui vivemos, tendo em vista que ao lermos a sinopse tudo no longa se torna previsível demais e nada é feito para mudar essa imagem.
Irandhir Santos, interpretando Ivo, como já disse acima, é um dos melhores atores brasileiros do cinema atual, mas em Permanência pouco o ator pode mostrar. Ele tem uma boa atuação, mas quando fazemos a comparação com seus últimos filme principalmente ‘Tatuagem’ e ‘A História da Eternidade’, seu trabalho em ‘Permanência’ se torna quase invisível.

Permanência é mais um daqueles filmes sem grandes emoções que chega aos cinemas para nos trazer algumas reflexões.

Nota : 6.5

Crimes Ocultos


Durante o governo stalinista na União Europeia, um oficial da segurança ouve falar de um país onde o número de assassinatos de crianças é muito alto, a ponto de se considerar a existência de um serial killer. O Estado não quer saber do caso, que pode ter conexões com altos funcionários do governo, e exila o oficial para que ele não possa prosseguir com a análise dos fatos. No entanto, este homem obstinado decide chamar a sua esposa para investigarem o caso por conta própria.
Crimes Ocultos começa pouco instigante e permanece assim por mais de uma hora de filme. No início o foco não é muito grande no assassinato das crianças, tudo gira mais em torna a carreira de Leo, desde sua infância até se tornan um oficial de segurança e por aí vai. Depois de bem explicadinha sua trajetória, aí sim entramos de fato no filme e tudo começa ficar mais interessante.
Crimes Ocultos conta com um bom roteiro, só acho que poderia ser melhor desenvolvido. Child 44 (no original) fica com um gostinho de que poderia ser melhor, ao vê-lo senti que poderia ser um suspense daqueles muito eletrizantes, mas a maneira em que foi feito acabou completamente com todo o suspense e tornou tudo muito previsível, principalmente quando se entrega o assassino para o espectador antes de todos no filme e com um bom tempo ainda restante para o final.
Crimes Ocultos trás Tom Hardy como protagonista, ator que vem fazendo um baita sucesso em Mad Max : Estrada da Fúria, mas ele decepciona nesse filme. Senti durante todo o longa uma superficialidade muito grande nele, que conseguiu não me convencer em nenhum momento do longa, mesmo no final onde ele se torna uma pessoa mais 'boazinha'. O elenco fortissimo na teoria, em principal Noomi Rapace e Gary Oldman vão melhor que Hardy, mas também não ganham nenhum grande destaque. Quem acaba se saindo melhor no conjunto todo acaba sendo Rapace.
Responsável pelo bom Protegendo o Inimigo, o sueco Daniel Espinosa decepciona na direção. Ele conduz a obra de forma quadrada e nada original. A fotografia, a trilha, a montagem... Tudo passa a sensação de que já foi visto milhões de vezes na tela grande.

Das poucas coisas que realmente foram boas nesse filme destacam-se a direção de arte e os figurinos. A ambientação é realmente bem feita e em alguns momento podemos acreditar que estamos diante da União Soviética stalinista.

Nota : 7.5

Miss Julie


Miss Julie se passa no verão de 1890, no Condado de Fermanagh, onde Julie (Jessica Chastain),  a instável filha de um aristocrata anglo-irlandês incentiva John (Colin Farrell), um empregado de seu pai à seduzi-la.  Eles flertam desafindo psicológicamente um ao outro a tudo. Kathleen (Samantha Morton), a cozinheira, testemunha o jogo entre os amantes. Apesar de perplexa, a empregada não conta a ninguém sobre o caso entre Julie e John.
Miss Julie é um filme de 2h10 de duração com apenas 4 pessoas no elenco sendo uma delas uma criança que interpreta Julie na infância e aparece no longa apenas nos minutos iniciais.  Miss Julie é simples no elenco, nos poucos cenários, no figurino que é o mesmo do início ao fim em todos os personagens e se engrandece nos diálogos, afinal, estamos falando de um filme completamente feito por diálogos.
Um filme com mais de 2h de duração com um elenco pequeno, tornando algumas cenas parecidas e o tema sempre o mesmo tende a ser bastante cansativo. Miss Julie passa perto disso, mas se salva graças a Jessica Chastain e Colin Farrell, que atuam de forma brilhante, especialmente Chastain que nos apresenta uma atuação memorável.
Estéticamente é um filme bem bonito, onde podemos sentir o tom antigo para fazer parecer os ano de 1890, tem boa fotografia e a direção é bastante firme, fazendo de um filme muito difícil algo bom.

O texto é estranho aos dias de hoje, com noções ultrapassadas de dever e respeito, mas o elenco, em especial Jessica, faz tudo ficar mais interessante. Ela é instável e sensual ao mesmo tempo. Chastain consegue despertar no espectador o mesmo sentimento de John. Não sabemos se é melhor se entregar a ela ou deixá-la falando sozinha

Nota : 7.0

O Vendedor de Passados


O  que você faria se pudesse alterar erros ou lembranças dolorosas do passado? Esta é a profissão de Vicente (Lázaro Ramos), ele vende passados às pessoas, criando documentos, fotos e outros indícios necessários para reescrever a história. Esta trama é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito pelo angolano José Eduardo Agualusa.
A sinopse e o trailer do filme é realmente contagiante, entramos na sala de cinema para assistir a esse filme com uma grande expectativa que infelizmente fica desapontada no decorrer e mais ainda no final do longa.
O Vendedor de Passados é um filme de apenas 1h16 (excluindo o tempo dos créditos), que fazem com que seja um filme com cara de 'apressado'. O diretor tinha um roteiro que lhe renderia um filme muito bacana com uma duração um pouco maior mas não soube trabalhá-lo. Tudo acontece muito rápido e o suspense fica de lado pois quando poderia render alguma cena mais tensa gerando um maior suspense, tudo se resolve de maneira ligeira.
Mesmo sendo um filme curto, alguns momentos encontrei-me abrindo a boca com um pouco de sono, pois por mais que tenha pouco tempo duração algumas cenas parecem que existem somente para que esse tempo não se encurtasse mais ainda.
O elenco não é problema, Lázaro Ramos e Alinne Moraes vão muito bem e sustentam o filme de uma maneira que o impediram de torná-lo um desatre.
Outro grande problema de O Vendedor de Passados é abrir histórias e não fechá-las. Um exemplo é o caso do médico argentino que ameaça denunciar Clara devido sua foto estar como um torturador da ditadura em seu livro e consequentemente, 'desmacarar' o trabalho de Vicente, que simplesmente desaparece depois dessa ameaça e o filme acaba e esse médico nada faz.

O Vendedor de Passados é um filme bem fraco, que tenta valorizar uma relação entre Vicente e Clara mas erra pois a relação entre eles por ser desenvolvida de forma rápida não cria nenhum vínculo especial, tornando os dois desconhecidos durante todo o longa e por isso acaba não usando da melhor maneira o suspense que o longa poderia gerar tornando-o um filme totalmente sem definição, ou melhor, sem finalidade.

Nota : 6.5

A Incrível História de Adaline


Adaline Bowman nasceu na virada do século XX. Ela tinha uma vida normal até sofrer um grave acidente de carro. Desde então, ela, milagrosamente, não consegue mais envelhecer, se tornando um ser imortal com a aparência de 29 anos. Ela vive uma existência solitária, nunca se permitindo criar laços com ninguém, para não ter seu segredo revelado. Um dia, ela conhece o jovem filantropo, Ellis Jones, um homem por quem pode valer a pena arriscar sua imortalidade.
A Incrível História de Adaline pode ser considerado um bom filme, mas é bastante simples, dos tipos que viram clássicos da Sessão da Tarde.
O roteiro é até bom, trás uma história bastante interessante de uma mulher que após um acidente para de envelhecer devido um tipo de 'fenômeno da natureza' que a atinge e mostra como sua vida se transforma depois desse acontecimento onde ela vê todos envelhecendo ao seu redor e ela simplesmente parada no tempo, tendo que mudar sempre de identidade e se afastando de seus amigos e paixões para evitar ser usada de cobaia em estudos científicos.
Blake Lively vai bem no papel de Adaline e outra aparição boa e bastante especial é a de Harrison Ford que também ganha um bom destaque no longa quando aparece.

A Incrível História de Adaline é um filme bastante agradável, não chega a ser um ótimo filme mas também não é ruim, fica bem no meio podendo ser considerado um filme regular devido principalmente alguns clichês que o rodeiam.

Nota : 7.0

Poltergeist - O Fenômeno


No longa de terror, a família Bowen acaba de se mudar para uma nova casa. O pai, a mãe e os três filhos parecem se adaptar bem ao novo lar, até perceberem estranhas manifestações na casa, atingindo principalmente a filha pequena, Mad. Um dia, ela é levada pelas forças malignas, fazendo com que os pais procurem a ajuda de especialistas em paranormalidade para recuperar a criança antes que seja tarde demais.
Em Poltergeist - O Fenômeno, podemos encontrar algumas cenas boas que chegam a dar alguns sustos no público e despertam um certo interesse pela história que em si não chama muito a atenção.
Poltergeist é um filme que em toda sua parte balanceia entre o bom e o ruim. Logo no início o longa já mostra para o que veio e com poucos minutos já vem com algumas cenas 'sobrenaturais' como os fios de cabelos das crianças que se levantam ao encostar no puxador do guarda-roupa (uma das cenas boas), mas medo que é o que esperamos em um filme de terror demora para aparecer, ou para algumas pessoas nem sequer aparece.
Momentos que prejudicaram o filme foram algumas cenas totalmente desnecessárias e forçadas como a aparição do apresentador de TV que em alguns momentos do filme tenta levá-lo um pouco para uma comédia, principalmente na cena extra.

O elenco é digno de um filme de terror, bastante fraco e o filme não conta com nenhuma atuação que realmente chame a atenção. Direção e roteiro também não são dos melhores. A Morte do Demônio é sem dúvida, muito melhor!

Nota : 7.0

O Desejo da Minha Alma


Um grande terremoto atinge o Japão e deixa milhares de pessoas mortas e feridas. A pequena Haruna e seu irmão Shota ficam órfãos, e são acolhidos pelos tios, que cuidam muito bem deles. Mas as crianças não conseguem se acostumar à vida sem os pais. Haruna tem problemas na nova escola, e Sotha não compreende que o pai e a mãe realmente se foram.
O Desejo da Minha Alma é acima de tudo um filme bonito. Mostra a relação dos tios com os sobrinhos orfãos e a dificuldade de ambos em lidar com a morte dos pais das crianças na tragédia.
Olhando por quesitos sem dúvida o filme se sai melhor na parte do elenco, mas não pelos tios e sim pelas crianças, principalmente a que faz o papel de Haruna que tem uma atuação incrível mesmo com tão pouca idade.
O roteiro e a direção até que vão bem, mesmo sendo um filme bastante simples e sem nenhum exagero. É um longa de 1h25 que ainda poderia ser menor que isso, não sei se for falta de criatividade em criar situações entre a família ou se era essa a intenção mesmo e assim poder dar mais ênfase em algumas cenas que julgassem mais importante que outras.

O Desejo da Minha Alma lembra bastante o outro japonês lançado também neste ano O Segredo das Águas, que também faz uma reflexão entre crianças e a morte. Mesmo que não seja um ótimo filme e fique apenas no 'agradável', O Desejo da Minha Alma tem pretensões mais modestas, sem ambições de originalidade. Mas é uma obra consciente de seu porte e coerente em suas escolhas.

Nota : 6.5

A Lei da Água


O documentário discorre sobre as florestas e como elas são importantes para os recursos hídricos do Brasil. Através de entrevistas com ruralistas, ambientalistas, cientistas e agricultores, o documentário relembra a votação no Congresso do Novo Código Florestal e questiona seu impacto com opiniões divergentes. Além de problematizar as mudanças na legislação responsáveis por decidir o que deve ser preservado e o que pode ser desmatado nas propriedades rurais do Brasil.
De vez em quando é bom nós cinéfilos e qualquer outra pessoa sair um pouco da ficção e acordar para a realidade. A Lei da Água nos propõe isso. Através de cientistas, agricultores e políticos, o longa nos apresenta a situação vivida hoje no Brasil com o novo código florestal e o grande número de desmatamente que ocorre no Brasil, causando vários problemas para o ecossistema e natureza sendo um desses problemas a nossa maior crise atual : a falta da água.
Para um documentário ser bom basta um tema interessante e entrevistados que realmente entendem do assunto e possam nos apresentar a situação passada, a atual e uma possível solução para o problema em um caso como esse. A Lei da Água consegue isso, o documentário faz com que quem assiste fique mais atento a situação ambiental do Brasil e comece a cuidar mais do meio ambiente, mesmo que seja a partir do jardim de sua casa.

Quando vamos avaliar algo, no meu caso um filme, naturalmente usamos a comparação como suporte. Esse ano é difícil afinal estamos tendo muitos bons documentários chegando aos cinemas, o que faz com que essa comparação fique mais exigente. A Lei da Água comparado a alguns outros documentários lançados neste ano é um tanto fraco, mas sem usar comparação, é um documentário bem feito, bastante explicativo e importante para os dias de hoje.

Nota : 7.0

Um Pombo Pousou Num Galho Refletindo Sobre a Existência


Dois homens, Sam (Nisse Vestblom) e Jonathan (Holger Andersson), são vendedores ambulantes que estão cansados ​​do mundo. Um mergulho sobre o caos atual, um quase apocalipse iminente, mas que também enxerga o mundo cheio de pequenos momentos únicos, de sonhos e fantasias, lembrando da grandeza da vida e da fragilidade do homem.
Um Pombo Pousou num Galho Refletindo Sobre a Existência já começa que sendo um filme bem estranho. Entende-se que o longa é justamente o que o título propõe, uma reflexão sobre a existência, mas ele é um tanto confuso.
As cenas vão e vem, dando destaque aos dois vendedores, mas pulando de galho em galho como um pombo, como diz o título, nos trazendo algumas cenas que são únicas, aparecem apenas uma vez e acabam.
Eu particularmente não gostei do filme. Falta uma história para se interagir, você reflete, reflete, reflete e acaba nisso mesmo, a coisa não anda.
O filme não é um desastre afinal é o que o título diz, uma reflexão sobre a existência e esse tipo de reflexão sempre é curiosa, e isso que o longa é : curioso. O filme nos pensar sobre a nossa vida, o dia a dia, as atitudes que tomamos e vemos os outros tomar e o individualismo que vivemos hoje em dia, em um mundo que mais parece solitário com tanta gente ao nosso redor pelo fato de nos fecharmos no nosso mundo exclusivo esquecendo do mais importante : o próximo.

Sem dúvida é um filme para filósofos, esses irão amá-lo, mas como não sou um, apenas achei 'legal' a ideia trazida para as telonas.

Nota : 6.0

O Franco Atirador


Depois de uma longa carreira como matador de aluguel, Martin Terrier (Sean Penn) pretende se aposentar e passar o resto da vida ao lado de sua amada. Mas quando ele descobre que está sendo traído por pessoas de sua confiança, Martin começa uma viagem por toda Europa para acertar as contas com cada homem que tentou trapaceá-lo.
Sean Penn, vencedor do Oscar pelos trabalhos em Sobre Meninos e Lobos e Milk - A Voz da Igualdade, sempre dedicou sua carreira mais a dramas, suspenses, romances e até mesmo comédias. Em O Franco Atirador, Penn tem sua estreia em filmes de ação e ele até que vai bem, mesmo tendo a suas mãos um roteiro fraco, algo que comprometeu em partes o desempenho de seu personagem.
A história é simples e a solução é previsível. O que acaba salvando o filme de ser um desastre total é o elenco. Além de Penn, temos nomes como Javier Bardem, Ray Winstone e Idris Elba. Jasmine Trinca interpreta a amada de Sean, que é uma personagem que pouco acrescenta na produção. Está ali apenas para ser salva.
Tem problema na direção, tem problema no roteiro, tem problema no visual, na trilha sonora, ou seja, o filme todo é rodeado de problemas, assim fica difícil o elenco fazer com que o filme seja bom. Eles fizeram quase o impossível já o salvando de um desastre, os dois pontos do longa vai justamente para eles.

Com poucos momentos realmente chamativos, o longa não empolga. Se quiser brilhar no mundo da ação, Sean terá que procurar projetos mais interessantes, porque esse filme foi em dúvida uma escolha completamente errada.

Nota : 7.0

A Gangue


Em A Gangue, o deficiente auditivo Sergey (Grigoriy Fesenko) é matriculado em uma escola especializada e logo toma ciência das regras da gangue que age na instituição. Após praticar uma série de roubos, ele cresce na hierarquia do grupo, mas coloca tudo a perder ao se envolver com Anna (Yana Novikova), concubina do líder da organização.
O que mais chama atenção em A Gangue é o fato de vermos um elenco surdo/mudo em cena em um filme todo em linguagem de sinais, sem tradução, narração ou legenda. 
O fato de o longa ser em linguagem de sinais assusta uma parte do público que teme não compreender o filme, mas isso não acontece. Se esse era seu medo, perca-o. O filme pode ser compreendido inteiramente mesmo sendo completamente mudo.
O filme em si não é nada de tão espetacular como parece de início, o que dá mais credibilidade é o fato justamente da deficiência dos personagens e atores que mesmo com suas deficiências dão um show em cena e fazem com que nenhum problema que venha ser apresentado no longa seja por conta do elenco bastante capacitado.
O roteiro do filme é bastante simples em alguns momentos, mas em sua grande parte é bastante pesado. Devido o 'bullying' sofrido pelo personagem principal, ele começa guardar um ódio reprimido dentro de si até o momento em que ele perde literalmente a cabeça e acaba tomando atitudes assustadoras e bastante vingativas.
As principais cenas do filme, que são justamente as que ficaram guardadas na nossa memória depois de um tempo da sessão são justamente a última cena e as cenas mais 'calientes' entre os personagens Sergey e Anna. Algumas cenas são bastante fortes lembrando até alguns filmes como Azul é a Cor Mais Quente num tom hetero e Ninfomaníaca mas com um pouco menos de realismo.

A Gangue é um filme bastante marcante, que sem dúvida será lembrado para sempre pelas pessoas que o assistirem, mesmo que não seja um filme grandiosos, algumas cenas bem impactantes e o fato do elenco ser totalmente surdo/mudo são tópicos que fazem com que esse filme ganhe uma importância a mais e seja marcante para todos que o assistirem.

Nota : 7.0

O Pequeno Quinquin


No longo longa francês O Pequeno Quinquin, um mistério instiga o capitão da polícia alemã, Van der Weyden (Bernard Pruvost), e seu parceiro Carpentier (Philippe Jore): uma vaca foi morta e preenchida com restos humanos, e deixada em um galpão abandonado após a Segunda Guerra Mundial. Enquanto investigam o mistério, são perseguidos pelo pequeno Quinquin (Alane Delhaye), um jovem que adora criar confusões com seus amigos.
O Pequeno Quinquin, pelas suas longas 3h20 de duração, é um filme que consegue usar diversos gêneros como o suspense, a comédia e o drama em cenas bastante detalhadas e bem trabalhadas.
Semana passada escrevi sobre Winter Sleep, um outro filme que está em cartaz com também 3h20 de duração e que também é bom mas critiquei o fato de em algumas cenas notar uma 'enrolação' desnecessária onde alguns diálogos duravam cerca de 30 a 40 minutos, diálogos esses que poderiam ser encurtados para que o produto final não terminasse tão longo, até mesmo porque um filme com 3h20 acaba retraindo o público, afinal nem todos tem paciência para algo tão longo.
Já em O Pequeno Quinquin são 3h20 sem exageros. Não existem diálogos prolongados, o que faz com que o filme fique longo é o fato de ter vários casos de morte e todos eles são estudados pela polícia e mostrado ao público com todos os detalhes.
O mais incrível é que por mais que o filme seja bom, com essa duração, certamente em algum momento o espectador se cansa, mas em O Pequeno Quinquin pelo menos eu não me cansei nem um pouco. Achei um filme sério no caso das mortes, mas o fato de ter um capitão de polícia todo atrapalhado e um menino atentado sempre fazendo bagunças pelas redondezas faz com que o filme fique mais leve e passe desapercebido o longo tempo de duração.
O elenco todo vai bem em cena, principalmente as crianças que acabam sendo os principais no longa e vale destacar também o canto da personagem Aurélie. Agora não tenho o nome da atriz mas ele de fato canta muito bem.
Outro ponto interessante é o desfecho, quando vemos que na verdade as mortes são apresentadas apenas àquelas pessoas que cometeram algum tipo de pecado, como uma espécie de punição pelos seus erros. É algo para se refletir após o filme.

O Pequeno Quinquin é um filme simples porém bom. Talvez fosse até filme para Sessão da Tarde, pois tem cara, só que suas 3h20 o impedem que seja.

Nota : 7.5

Divã a 2


Em Divã a 2, Eduarda (Vanessa Giácomo) é uma ortopedista bem-sucedida, casada com o produtor de eventos Marcos (Rafael Infante) há 10 anos. Devido ao desgaste do relacionamento, eles resolvem fazer uma terapia de casal. Só que, durante as sessões, eles decidem se separar. É quando Eduarda conhece Leo (Marcelo Serrado), por quem fica interessada.
Divã a 2 é uma espécie de sequência do filme Divã, estrelado por Lília Cabral há alguns anos atrás e que mesmo não sendo espetacular conseguiu ser melhor do que esse segundo filme onde a proposta continuou a mesma, na questão da terapia mas o elenco mudou completamente.
Nesse filme temos Vanessa Giácomo e Rafael Infante nos papéis principais, tendo de suporte os coadgjuvantes Marcelo Serrado e Fernanda Paes Leme.  Por se tratar de uma comédia romântica, esperamos um destaque de Rafael Infante com seu lado humorista, mas nada acontece e quando o ator aparece ainda vai mal em cena. 
Vanessa Giácomo faz o papel da médica orgulhosa onde a única coisa que importa na sua vida é o trabalho e todos os seres são inferiores ao profissionalismo dela. Giácomo até que vai bem nesse papel, o que não ajuda dessa vez é o roteiro. Já Marcelo Serrado e Fernanda Paes Leme têm aquela atuação digna de coadjuvante, em nenhum momento ganham um destaque maior do que os protagonistas, mas ainda assim conseguem divertir mais do que os personagens principais. Divã a 2 já é sem graça e se não existisse a personagem da Paes Leme no filme ficaria realmente intragável de assistí-lo já que estamos falando de comédia.

Enfim, Divã a 2 é um filme cheio de difeitos. Existem problemas no roteiro, na direção, no elenco... Talvez a trilha sonora salve um pouco o longa, mas também ela só aparece devido tantos problemas no longa. É sem dúvida um dos filmes brasileiros mais fracos deste ano de 2015.

Nota : 6.5

Metanoia


Em Metanoia, Eduardo (Caique Oliveira) é mais um em meio aos milhares de usuários regulares e dependentes do crack. Criado no Jardim Angela, periferia de São Paulo, a boa educação oferecida por sua mãe, Solange, não o impediu de ficar preso no mundo das drogas. Ele fica perdido em meio à autodestruição, enquanto Solange tenta desesperadamente salvar o filho do vício.
Metanoia é um filme de extrema importância nos dias de hoje e nos mostra a dificuldade que viciados em crack tem para sair do mundo das drogas. O longa mostra Eduardo desde quando ele ainda não tinha nenhum tipo de vício, até ele ser apresentado ao mundo das drogas primeiramente através da maconha e assim ir cada vez para uma droga mais forte até chegar a um ponto que para muitos já é sem volta. Eduardo vai viver na crackolândia (região central de São Paulo), atrás de crack, chegando a um ponto ele começa a roubar para poder sustentar seu vício. Eduardo chega a ir se tratar em uma clínica para viciados em Ibiúna, interior de SP, mas mesmo assim nada adianta e sua vontade de se drogar continua o dominando.
A principal qualidade desse longa é sem dúvida o roteiro. Ele consegue nos mostrar a verdade de uma maneira brilhante, como poucas vezes conseguimos ver. A direção não é das melhores mas também tem um papel ativo e não desaponta.
Caio Blat é a grande estrela do elenco mas não é o personagem principal. Blat faz o papel justamente do rapaz que apresenta Eduardo as drogas e Blat faz um papel incrível, onde você se convence de que ele é um usuário de drogas.
Já os demais do elenco não fazem nenhum papel maravilhoso, mas também não são terríveis em cena. O principal Caíque Oliveira, que interpreta Eduardo, até que vai bem. Assistindo o filme conseguimos encontrar alguns problemas em seu desempenho em cena mas levando em consideração que ele é um estreante e ainda mais tendo um papel de viciado em crack nas suas mãos, percebemos que ele deu o seu melhor.

Metanoia é um filme que por mais que tenha bastante qualidades sofre com alguns clichês e inexperiências em diversas áreas que acabam atrapalhando no desenrolar e na produção do filme. Problemas que aparecem, mas não o tornam um filme ruim.

Nota : 7.0

Mad Max : Estrada da Fúria


Em Mad Max : Estrada da Fúria, após ser capturado por Immortan Joe, um guerreiro das estradas chamado Max (Tom Hardy) se vê no meio de uma guerra mortal, iniciada pela Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) na tentativa se salvar um grupo de garotas parideiras. Também tentanto fugir, Max aceita ajudar Furiosa em sua luta contra Joe e se vê dividido entre mais uma vez seguir sozinho seu caminho ou ficar com o grupo.
Mad Max é um filme insano, cheio de loucuras que são muito bem produzidas e assim acabam sendo bem aceitas pelo público. O filme esteticamente é perfeito, tem efeitos especiais magníficos nos trazendo novidades poucas vezes ou talvez nunca vistas em nenhum outro filme. Maquiagem e figurino também dão um show a parte, é tudo muito bem feito, tudo impecável e isso sem dúvida dá muito mais qualidade a esse longa.
Mad Max : Estrada da Fúria é um filme de 2 horas que em sua maior parte é composta por cenas de ação com muita insanidade e explosões que mesmo sendo muitas são extramamente bem vindas pelo fato de a proposta do filme desde o início ser essa : dar um show de efeitos para quem está na poltrona dos cinemas.
O elenco vai muito bem, principalmente Nicholas Hoult, que vai melhor até mesmo que o principal Tom Hardy. Charlize Theron no papel de Imperatriz Furiosa também faz um bom trabalho seguido de todos os outros do elenco, que não desapontam.
Com direito apenas a uma breve apresentação no início, o filme conta com praticamente duas horas de ação ininterrupta. É basicamente uma grande e insana perseguição de carros, com pouco espaço para descanso e para nenhum espaço para. Sem medo de soar repetitivo, é insano. Por sinal, insana também é a forma como a quantidade de ação cai como uma luva no roteiro. O espectador não tem muito tempo para respirar. Mas ele também não pede por isso. Ele quer mais e mais, como os habitantes do universo em cena pedem por água.
Outro ponto que já ia me esquecendo de falar mas que merece um grande destaque é a trilha sonora do longa, que está constante de fundo sempre durante as cenas de ação, a trilha dá mais emoção ao longa, foi muito bem selecionada e toca na hora e cena certa, dando mais intensidade ao filme.
Um filme para você viajar em um mundo mirabolante de grandes ideias e insanidade, um filme que vale apenas assistir em uma sala IMAX ou XD e de preferência em 3D.


Nota : 8.5

Super Velozes, Mega Furiosos


Paródias de filme de sucesso ultimamento estão em alta, muitas estão sendo feitas e infelizmente muitas catástrofes. Normalmente essas paródias são péssimas, com tom apelativo, comédias de fato bastante sujas e forçadas tentando causar graça onde dificilmente haveria. Exemplos disso são 'A Saga Molusco : Anoitecer', 'Se Beber, Não Entre no Jogo', 'Os Vampiros que se Mordam', entre outros. Dos menos piores podemos selecionar a série 'Todo Mundo em Pânico' e 'Inatividade Paranormal', mas ainda sendo melhores não são tão bons quanto poderiam ser.
Super Velozes, Mega Furiosos usa os filmes da série Velozes e Furiosos para realizar uma paródia cômica e não acerta muito. De fato não é a pior paródia já feita, pelo contrário, podemos até colocá-la na lista das melhorzinhas levando em consideração que as melhores ainda são bem fracas.
As principais qualidades desse longa é a tentativa de encontrar atores semelhantes ao da série verdadeira e realizar algumas cenas semelhantes a cenas que já vimos em alguns dos filmes, como exemplo a cena em que carregam um cofre puxado por dois carros que aperece no sexto filme e podemos ver de uma outra maneira nesse filme. O longa também hostiliza o nome de alguns personagens e é legal quando caçoam de acontecimentos absurdos que vemos nos filmes de ação Hollywoodianos hoje em dia de maneira limpa.

O principal problema desses filmes é abusar do absurdo e serem totalmente apelativos. O melhor momento do filme, ironicamente, vem após os créditos. Os erros de gravação mostram um elenco comprometido, experimentando alguns improvisos que poderiam ter funcionado na história. Estas são as únicas boas risadas, mostrando que pelo menos a equipe se divertiu fazendo o filme. “Esses filmes de paródia nunca ganham o Oscar”, lembra Chaparro durante uma cena cortada pelos editores. Se essa autocrítica e honestidade tivessem integrado Super Velozes, Mega Furiosos, talvez a comédia pudesse ser um pouco melhor.

Nota : 5.5

Sorria, Você Está Sendo Filmado


Mathias (Bruce Gomlevsky) é um solitário roteirista de piadas, que trabalha para a Rede Globo. Um dia, ele posiciona a webcam do seu computador e, diante dela, se mata com um tiro na cabeça. Não demora muito para que o porteiro Geneton (Lázaro Ramos), a faxineira Neide (Roberta Rodrigues), o síndico Valdir (Otávio Augusto) e sua esposa Vera (Susana Vieira) cheguem ao apartamento, onde encontram o morto. Eles chamam a polícia e, enquanto esperam, conversam sobre o ocorrido e suas próprias vidas. Tudo sob o olhar atento da webcam, que continua em pleno funcionamento.
Sorria, Você Está Sendo Filmado é um filme simples, gravado apenas em um ambiente com uma câmera fixada (representando a câmera de webcam), o longa acontece totalmente diante do computador do suicida Mathias, como uma espécie de peça teatral com um elenco e cenário reduzido.
Daniel Filho na direção sempre encanta, o diretor sabe muito bem o que faz diante das câmeras e um belo e recente trabalho seu que podemos dar como exemplo é Confissões de Adolescente que também foi excelente. Já nesse novo longa, a comédia é mais forte do que em Confissões, mas ainda assim Daniel Filho desempenha sua direção com maestria.
O longa ainda conta com um elenco de bastante pretígio como Lázaro Ramos, Suzana Vieira, Otávio Augusto, Lúcio Mauro Filho, entre outros nomes que dão mais qualidade a comédia com os diálogos que geram uma comédia bem divertida durante os acontecimentos pós-morte de Mathias.

Sem dúvida estamos falando de uma comédia bastante divertida  e leve, gostosa de assistir, tira gargalhadas do espectador e com seus poucos 80 minutos não cansa e nem fica repetitivo ou apelativo em nenhum momento do longa.

Nota : 8.5

Cala a Boca, Philip!


Em 'Cala a Boca, Philip', o escritor Philip (Jason Schwartzman) está em crise: ao mesmo tempo em que o relacionamento com a fotógrafa Ashley (Elisabeth Moss) não vai nada bem, ele não consegue lidar com a demora na publicação de seu segundo romance. A situação se transforma quando Ike Zimmerman (Jonathan Pryce), ídolo de Philip, oferece a sua própria casa para o escritor passar um tempo e refletir.
'Cala a Boca, Philip' é uma comédia dramática num formato indie americano que não convence nem agrada. O diretor vem com a proposta de trazer um personagem principal que vive um conflito consigo mesmo, com dificuldades de se aceitar, se socializar com as outras pessoas e definir qual rumo da vida ele quer seguir. Jason Schwartzman, que faz esse papel, até não vai mal encorporando Philip, o problema realmente é o roteiro bem confuso em seu desenvolvimento.
Cala a Boca, Philip não consegue decidir seu ponto de vista. A história começa seguindo o olhar do protagonista, mas depois o abandona durante vinte minutos para falar apenas da sua ex-namorada Ashley, voltando em seguida às montagens paralelas. Chegando ao terço final da narrativa, a história introduz abruptamente mais uma personagem que dilui a trajetória de Philip. A importância dada a Yvette comprova o desequilíbrio de uma história indecisa entre a identificação subjetiva com o protagonista e a análise externa de todos os envolvidos.

O roteiro mostra um apego bem particular a este humor amargo quanto condescendente com as atitudes de Philip. Incapaz de se dissociar do egocentrismo do escritor, Cala a Boca, Philip termina parecendo, ele também, apaixonado demais por seu próprio talento.

Nota : 6.5

Winter Sleep


No turco Winter Sleep, Aydin (Haluk Bilginer), um ator aposentado, comanda um pequeno hotel na região da Anatólia central junto a sua esposa Nihal, de quem ele se afastou emocionalmente, e sua irmã Necla, que ainda sofre com seu divórcio recente. No inverno, a neve desperta um tédio e ressentimento que fazem Aydin querer partir.
Winter Sleep é um LONGA com letra maiúscula pelo fato de ter 3h20 de duração que na minha opinião é realmente desnecessária. Não sei o que o diretor estava pensando em fazer um filme de 4h30, tendo que reduzí-lo para 3h20 mas sem nenhuma necessidade de tudo isso.
Alguns filmes longos como esse de fato tem um motivo por ser tão longo, grandes exemplos são algumas sagas como O Senhor dos Anéis, que tem filmes de uma grande duração, mas com cenas e momentos que são diferentes e necessários no filme, pena que Winter Sleep não é assim.
Neste longa, vemos cenas de apenas diálogo entre duas pessoas que quase 30 minutos de duração, foram conversas gravadas em tempo real, como se os personagens estivessem em um bate papo na vida real, com grandes pausas, discussões e comentários. Isso até é uma proposta legal, mas se tratando de cinema, fica cansativo.a
Um longa de 3h20 em si já cansa e quando temos apenas de duas a três cenas em 1 h de filme isso fica entediante, por mais que o filme seja bom, como é o caso de Winter Sleep.
Tirando essas horas desnecessárias, Winter Sleep é um belo filme. Tem um roteiro muito eficiente, tráz tramas bastante interessantes e bem desenvolvidas, sem falar na boa direção e na ótima parte técnica como a fotografia e trilha sonora que aparece apenas nos momentos certos, aqueles momentos que são melhores no silêncio acontecem e dão mais veracidade ao longa.

Winter Sleep é um bom filme apesar de ser desanimador pela sua duração, mas para quem gosta de filmes de arte são 3h20 que vale de fato muito apena. Só espero que Nuri Bilge Ceylan não se empolgue tanto em seu próximo longa.

Nota : 7.0

A Estrada 47


Na Segunda Guerra Mundial, o Brasil era aliado dos Estados Unidos, Inglaterra e França. Na época, foram encaminhados mais de 25 mil soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira) para combater os inimigos, representados pelo Eixo: Alemanha, Itália e Japão. Quase todos de origem pobre e, em sua maioria, despreparados para o combate, os pracinhas tiveram que aprender na prática a lutar pela sobrevivência. Depois de sofrerem um ataque de pânico coletivo, no sopé do Monte Castelo, os soldados Guimarães (Daniel de Oliveira), Tenente (Julio Andrade), Piauí (Francisco Gaspar) e Laurindo (Thogum) tentam descer a montanha, mas acabam se perdendo um do outros. Quando conseguem se reencontrar, precisam decidir se retornam para o batalhão e correm o risco de enfrentar a Corte Marcial por abandono de posto, ou voltam para a posição da noite anterior e se arriscam a enfrentar um ataque surpresa do inimigo. É quando conhecem o jornalista Rui (Ivo Canelas), que conta sobre um campo minado ativo e eles acham ser essa a chance de se redimirem da mancada que cometeram, mas muita coisa ainda está por acontecer e a guerra está longe de acabar.
A Estrada 47 é um filme brasileiro diferenciado, bem dirigido, bem filmado, com um roteiro de qualidade e com um toque bem europeu de fundo pelo fato de ser uma produção que conta com europeus no meio. Uma pena, a história em si não ser tão interessante quanto parecia ser através da sinopse e trailer.
O longa perde um pouco na qualidade devido algumas atuações atrapalhadas do elenco, no qual até mesmo o mais experiente Daniel de Oliveira se mostra com dificuldades em algumas cenas do filme e também na enrolação que acontece em algumas cenas como se acontecessem justamente para render mais filme e não deixá-lo tão curto.

Pontos positivos do longa são as  boas cenas de batalha e um desfecho impactante, A Estrada 47 levanta questionamentos relevantes sem jamais desprezar os envolvidos na batalha. Sem glorificação, mas reconhecendo os feitos conquistados, aborda com sobriedade a participação da FEB na Segunda Guerra Mundial. 

Nota : 7.0

A Vida Privada dos Hipopótamos


No documentário A Vida Privada dos Hipopótamos, um técnico de informática americano e entediado se muda para a Colômbia para conhecer os hipopótamos que Pablo Escobar deixou de legado. Lá ele conhece uma bela mulher, filha de um japonês, e uma colombiana, por quem se apaixona profundamente. Os dois começam um relacionamento diferente de tudo que já viveram, mas ele lida com uma pessoa repleta de contradições. O que seria facilmente a trama de um filme de ficção é a história de Christopher Kirk, preso em 2009 no Brasil por tráfico internacional de drogas. Uma história que ele conta obsessivamente e que pode ter a ver, ou não, com sua prisão.
A Vida Privada dos Hipopótamos é um documentário cheio de suspense que sem dúvida poderia ter se tornado em um filme de ficção, mas que por sei lá qual motivo, se tornou em um bom documentário, onde o espectador ficará curioso para saber o desfecho.
Além de competentes no desenvolvimento da narrativa e na investigação dos fatos, os documentaristas Maíra Bühler e Matias Mariani também contaram um pouco com a sorte. Inicialmente, eles pretendiam fazer um documentário sobre presos estrangeiros no Brasil. Ao descobrirem Chris, perceberam que só sua história já renderia um filme.

A Vida Privada dos Hipopótamos é um documentário que conta uma história interessantíssima que ganha mais qualidade pela boa direção e produção do filme. Estamos em um ano onde estão aparecendo bons documentários e sem dúvida esse é mais um para entrar para essa lista.

Nota : 7.5

Últimas Conversas


Em Últimas Conversas, seu último documentário, o cineasta Eduardo Coutinho entrevista diversos estudantes do ensino médio público no Rio de Janeiro, perguntando sobre a suas vidas atuais e expectativas para o futuro.
Algo que me admira desde que conheci o trabalho de Coutinho é o fato dele através de seus entrevistados desconhecidos com histórias simples para contar transformar as histórias em incríveis, belas e polêmicas não só nesse filme mas em todos os outros no qual dirigiu.
Hoje em dia vemos muitos entrevistadores que mesmo fazendo documentários e entrevistas com pessoas famosas não conseguem nos dar tanto interesse como os anônimos de Coutinho nos dá.
Últimas Conversas, até mesmo para o próprio diretor, como diz no filme, não seria um bom filme pelo fato de ele achar que os adolescentes são desinteressantes, mas de fato, Coutinho estava enganado.
É um documentário sem um tema específico onde cada entrevistado irá contar um pouco sobre sua vida e cada um com histórias diferentes, que em alguns momentos batem uma com a outra pelo fato de estarem na mesma fase de vida e em mundos parecidos, que fazem com o espectador se identifique com alguns deles, se comova, emocione, apaixone e ria com as simples histórias expostas no filme.
Coutinho usa seu dom de 'curiosidade' para que os entrevistados revelem até seus segredos mais íntimos e o permita que seja exibido no filme. Este é o caso de Rafaela Marques, uma adolescente de 19 anos que conta sua história de vida extremamente triste e conturbada e mesmo assim, sob lágrimas a jovem ainda mostra para nós o dom do perdão, que infelizmente nem todos tem.

Um documentário riquíssimo, com belas histórias de adolescentes que estão buscando seu lugar no mundo. Talvez Coutinho estivesse errado a respeito dos adolescentes serem desinteressados, afinal, todos sabemos que a adolescência é a fase da vida onde mais temos opiniões, dúvidas e curiosidades para serem descobertas à qualquer custo.

Nota : 8.5

De Gravata e Unha Vermelha


De Gravata e Unha Vermelha é um documentário onde transsexuais, transgêneros, adeptos do crossdressing e entusiastas debatem sobre a construção individual do próprio corpo. Uma defesa da livre escolha de gênero feita por Ney Matogrosso, Laerte, Rogéria, entre outros nomes não tão conhecidos no mundo colorido.
São sempre muito bem-vindas produções que são feitas com temas que buscam dar um basta no preconceito tão frequente nos dias de hoje, não só contra os homossexuais mas todos os tipos de preconceitos existentes.
Infelizmente, por tráz de um bom tema, que poderia gerar um longa bastante polêmico e curioso, faltou competência para fazê-lo valer realmente o que deveria. As entrevistas são fracas, a direção também é bem fraca e isso afeta profundamente no final do filme.

De Gravata e Unha Vermelha peca por não se aprofundar em determinados momentos. Diante de tantas histórias ricas que passam por temas sensíveis e importantes, como o uso (ou não) de hormônios, a necessidade (ou não) de fazer a operação de mudança de sexo, o lado emblemático da depilação e a manutenção (ou não) do nome original, o filme por vezes passa rapidamente por elas de forma a trazer cada vez mais, ao invés de decupar melhor cada um de seus elementos – algo que também acontece devido ao grande número de entrevistados. São os prós e contras de sua proposta conceitual, que fazem com que por vezes se torne redundante e até cansativo. Ainda assim, é um filme riquíssimo pela variedade de temas abordados e importante também devido à onda de conservadorismo que, infelizmente, assola o Brasil.

Nota : 6.5

O Exótico Hotel Marigold 2


Em O Exótico Hotel Marigold 2, Sonny Kapoor (Dev Patel) tenta encontrar tempo para expandir os negócios enquanto se preprara para o casamento com Sunaina (Tena Desae). O Hotel Marigold tem lotação praticamente esgotada e ele precisa de uma nova propriedade para receber novos hóspedes.
Infelizmente não pude assistir ao primeiro Hotel Marigold quando estreou nos cinemas e de lá pra cá também não tive tempo e honestamente nem interesse de vê-lo, ou seja, fica um pouco complicado para fazer uma 'crítica' de uma sequência da qual não vi a primeira, mas uma coisa é certa, depois de ver O Exótico Hotel Marigold 2 continuei desinteressado em ver o primeiro.
Não posso falar que estou falando de um filme ruim, porque ele não é. O Exótico Hotel Marigold 2 conta com alguns problemas que o fazem perder e muito a qualidade, mas nada tão grave que o torne tão ruim.
O longa conta com um elenco experiente e de peso que não tem espaço suficiente para desempenharem o trabalho da melhor maneira possível por conta de uma direção e um roteiro não tão bom.
O que mais gostei no longa foi além da fotografia e trilha sonora que remete bastante o clima indiano que o filme propõe nos trazer e consegue de fato representar bem não só as músicas mas também as vestimentas e culturas do país.

O Exótico Hotel Marigold, com 125 minutos de duração, cansa por talvez não ousar, é muito tempo de filme para poucos acontecimentos, pouco humor, pouco romance, pouco drama, pouco tudo.


Nota : 7.0

Noite sem Fim


Em Noite sem Fim, Jimmy Conlon (Liam Neeson) é um atirador da máfia que sempre foi leal a Shawn Maguire (Ed Harris), que conhece há décadas. Seu passado fez com que se afastasse do filho, Michael (Joel Kinnaman), que vive ao lado de esposa e filha. Michael tentou ser lutador de boxe profissional, mas não teve sucesso no esporte e hoje trabalha como motorista de limusine. Um dia, ao realizar um trabalho, ele leva dois traficantes à casa de Danny Maguire (Boyd Holbrook), o filho de Shawn. Danny mata ambos e, após perceber que Michael viu uma das mortes, passa a persegui-lo. Jimmy consegue matá-lo antes, o que desperta a fúria de Shawn, que agora quer que Michael morra para que seu antigo parceiro sinta o mesmo que ele.
Hoje em dia é inevitável ver o nome de Liam Neeson e não associá-lo a um filme de ação com bastante apelo familiar no meio e em Noite sem Fim não é diferente, Liam Neeson está mais uma vez lutando para defender dua família assim como em todos os da série de Busca Implacável e mais alguns parecidos.
Run All Nigth (no original) até que é um filme de ação com um roteiro bem fechadinho, direção não é ruim e elenco também dá seu melhor, inclusive Liam Neeson nesse papel que é bem sua cara, mas o que mais atrapalha o longa são exatamentes os clichês presentes na maioria dos filmes recentes do ator.
Noite Sem Fim busca criar um clima de suspense a partir da trilha sonora e do carisma de Neeson e Harris. Os veteranos até cumprem seu papel de forma satisfatória, dentro das possibilidades oferecidas por seus personagens, por mais que Neeson em determinado momento ignore toda a dor e ferimento sofrido para encarnar o modo máquina de matar – exageros típicos neste tipo de filme onde o bangue-bangue, muitas vezes, é tratado com mais atenção do que o lado humano.
Neeson já provou que pode oferecer bem mais ao público, mas ao menos por enquanto, infelizmente, tem se contentado com filmes como este, menores que seu talento.


Nota : 7.0

Garotas


Marieme é uma menina de 16 anos que vive cercada de proibições: a censura do bairro, a lei dos meninos, os impasses da escola. Entretanto, as coisas parecem mudar quando ela encontra com três meninas que resolveram lutar por sua própria liberdade, o que faz com que ela mude o seu jeito de  vestir, seu comportamento e saia da escola. Com elas, Marieme aprende a rir, gritar e aproveitar a sua juventude.
Garotas mostra por trás de uma obra de ficção uma realidade que acontece nos subúrbios franceses e não só lá mas em diversos lugares do mundo devido ao machismo e ao preconceito existente até os dias de hoje.
O longa nos mostra todas as dificuldades que Marieme sofre na escola, nas ruas e até mesmo em casa onde vive pressionada por seu irmão mais velho, e por conta disso Mariame resolve se unir a uma gangue de mais três garotas e com isso acaba mundando sua maneira de vestir, agir e de se comportar.
O longa é muito bem dirigido por Céline Sciamma, tem um bom roteiro e fotografia e conta com boas atuações em especial do quarteto principal que mesmo inexperiente tenta dar o seu melhor para o filme.
Em Garotas algumas cenas são tão marcantes que se tornam difíceis de esquecer como a da briga entre as gangues e as meninas cantam a música Diamonds da Rihanna em uma espécie de passagem de uma fase da vida para outra de Marieme. Vejamos que até na música acertaram, nada mais justo que uma música de Rihanna para um filme nesse teor.
Um filme bem agradável e gostoso de assistir. Triste em algumas escolhas erradas da protagonista mas afinal são erros da vida, todos erramos e acertamos e o longa mostra a busca pela liberdade de uma adolescente negra de certa forma oprimida pelo preconceito que está a seu redor.


Nota : 8.0

Quando Meus Pais Não Estão em Casa


Quando Meus Pais Não Estão em Casa se passa em Singapura, 1997. A rotina da família Lim é modificada com a chegada de Terry, empregada doméstica que foi para a cidade sonhando com uma vida melhor. Encarregada de cuidar do filho do casal, ela desenvolve uma relação íntima com o menino.
Não é sempre que temos um longa do Singapura estreando em nossos cinemas, então quando chega é bom vermos afinal de vez em quando saem boas obras de lá e este é o caso de Quando Meus Pais Não Estão em Casa.
É um filme bonito, tocante em alguns pontos até revoltante por ver tantos conflitos acontecerem por descaso ou simplesmente rebeldia não só da criança mas de seus pais também e a dificuldade que a empregada passa para se adaptar sem falar nas injustiças e no preconceito que ele também sofre.
Quando Meus Pais Não Estão em Casa é um filme bem dirigido, tem o roteiro bem organizado e o elenco é bastante eficiente em seu trabalho, até mesmo o garoto que interpreta o rebelde Jiale.

É um filme gostoso de assistir, bonito e acima de tudo bom. Não chega a ser uma obra de arte cinematográfica, mas sem dúvida agrada a quem o assiste e surpreende de maneira positiva.

Nota : 7.5

Anna K.


Apaixonada pela cultura russa, Joana Fonseca (Leona Cavalli) desenvolve uma dupla identidade na qual acredita ser uma versão de Anna Karenina, protagonista do livro homônimo escrito por Leon Tolstoi. Ela está em tratamento com um analista, que acredita que ter aulas de russo possa ajudá-la. É desta forma que entra em sua vida o professor Nikitin (Vadim Nikitin), que passa a lhe dar aulas particulares. Nikitin acompanha não apenas as transformações de Joana, mas também suas projeções no alter-ego Anna K., e aos poucos se apaixona por ela.
O longa de 80 minutos poderia ser um bom filme se interpretado de uma maneira diferente, mas a tranformação entre Joana e Anna Karenina é tão exagerada na minha opinião que o filme que seria ruim se tornou horrível.
Estamos falando de um filme com um roteiro fraco, mal dirigido e com um elenco péssimo. Leona Cavalli no papel de Joana e Anna K. dá uma melhoradinha no filme mas ainda assim não faz um bom trabalho. 

É de fato um filme difícil de assistir, dos poucos que entram na sala metade sai antes mesmo de o filme acabar mesmo sendo de curta duração. Tenta se salvar em algumas cenas mais 'artísticas' como as de transformações e umas espécies de metamorfose entre Joana e Anna K., mas não consegue.

Nota : 5.5

Cake - Uma Razão Para Viver


Em Cake - Uma Razão Para Viver, Claire Simmons (Jennifer Aniston) é uma mulher traumatizada e depressiva, que busca ajuda em um grupo para pessoas com dores crônicas. Lá, ela descobre o suicídio de um dos membros do grupo, Nina (Anna Kendrick). Claire fica obcecada pela história desta mulher, e começa a investigar a sua vida. Aos poucos, começa a desenvolver uma relação inesperada com o ex-marido de Nina, Roy (Sam Worthington).
Cake é aquele tipo de filme feito para atores brilharem, o roteiro e o diretor façam com que isso se torna muito possível devido as diversas cenas solo, longas, demonstrando bastante tristeza e sofrimento para o papel de Jennifer Aniston que usa bem de seus artifícios para nos apresentar um lado menos conhecido por nós espectadores através de uma personagem feia e deformada devido a um acidente que ele sofreu e deprimida principalmente pela perda de seu filho.
O filme em si não é tão bom quanto parece mas o que destaca bastante é de fato seu elenco. Além de Aniston que eu já comentei acima, temos também uma boa atuação de Sam Worthington e Anna Kendrick. Além deles também tem o elenco secundário que pouco aparece mas que quando entra em cena vai bem também, assim como Adriana Barraza no papel da empregada, Felicity Huffman como Anette e Britt Robertson como Becky, a jovem que faz o bolo de chocolate.

Tudo muito bem demarcado, são artifícios que resultam em um filme, por vezes, calculado demais. O tipo indie que Hollywood é capaz de comprar. Mas Cake é, em última análise, um filme de atriz. 

Nota : 7.5

Uma Longa Jornada


Chega aos cinemas mais um longa baseado em um romance de Nicholas Sparks e como já é de se esperar, é mais um filme cheio de clichês assim como todos os outros baseados em obras do escritor.
Em Uma Longa Jornada, aos 91 anos, com a saúde debilitada e sozinho no mundo, Ira Levinson (Alan Alda) sofre um acidente de carro e se vê abandonado em um lugar isolado. Ele luta para manter a consciência e passa a ver sua amada esposa Ruth (Oona Chaplin), que faleceu há nove anos. A poucos quilômetros de distância, a bela Sophia Danko (Britt Robertson) conhece o jovem cowboy Luke (Scott Eastwood), que a apresenta a um mundo de aventuras e riscos. De forma inesperada, os dois casais vão ter suas vidas cruzadas.
Que tal um desafio? Conte quantos filmes baseados em livros do Nicholas Sparks você já viu. Bom, são muitos, você pode até não ter visto todos mas foram diversos como 'A Última Música', 'Um Porto Seguro', 'Um Amor Para Recordar', 'Querido John', 'Diário de Uma Paixão', 'Um Homem de Sorte', 'O Melhor de Mim'... Quantos heim! O probleminha é que são todos muito parecidos.
Nesses filmes sempre tem um romance que acontece no interior, nunca na cidade grande, que sempre conta com diversas adversidades no caminho devido algumas situações que sempre fazem com que atrapalhe a união do casal. Normalmente também encontramos uma guerra na história, não importa o momento mas sempre temos uma guerra e um idoso para dar de certa forma uma 'lição da vida' para os protagonistas em cena. Outro item que não falta nos filmes de Sparks, são os acidentes quase fatais que acontecem normalmente com o homem da relação. Esqueci de algum? Talvez sim, mas acho que já deu para entender os inúmeros clichês que aparecem nesses filmes e sem dúvida em Uma Longa Jornada não é diferente.
Uma Longa Jornada não é um filme ruim não, pelo contrário, é bom, só o que atrapalha é justamente o que eu disse, os clichês e as semelhanças com os filmes anteriores, o elenco é bem fraquinho também, gostei de Britt Robertson no papel de Sophia mas Scott Eastwood no papel de Luke deixa bastante a desejar.
Outro ponto que atrapalha o filme e acaba o deixando um pouco cansativo é o fato de serem duas histórias em uma, o filme vai e volta no romance de Sophia e Luke e Ira e Ruth e acaba entediando o público em sua grande maioria jovem.

Enfim, um filme bonito, de fato um pouco cansativo pelo vai e vem das histórias mas para o público que não liga muito para os clichês de filmes de romance e ainda os acham 'fofos', tenho certeza que irão gostar.

Nota : 7.5

Para o Que Der e Vier


Em Para O Que Der e Vier, dois amigos na faixa dos trinta anos de idade (um apresentador de programa de meteorologia e o outro desempregado) só pensam em fugir das responsabilidades da vida de adulto. Mas esta rotina se transforma quando o pai de um deles morre, deixando como herança para o filho uma loja, uma casa no campo e milhões de dólares. Já sua irmã não recebe nada.
Na divulgação desse filme, vemos apenas comédia e mais comédia, mas na verdade não se trata disso, temos uma boa dose de drama e um pouco de romance também rodeando a trama.
Se trata de uma comédia fraca, perdida em diversos momentos, cansativa e com atuações fracas mesmo tendo Owen Wilson e Zach Galifianakis no elenco. Unir drama e comédia não é uma tarefa fácil e é o que pretende Weiner aqui. Quanto bem sucedida, a junção de gêneros normalmente gera filmes que são verdadeiros queridinhos do público, como Pequena Miss Sunshine e (500) Dias com Ela. Infelizmente, obras como estas são exceções. O que acontece na maioria das vezes é que a produção acaba não convencendo nem como drama, nem como comédia. E este é o caso de Para o que Der e Vier.

A produção investe em vários clichês de comédias e romances, com direito até a beijo na chuva. Uma obra ordinária que desperdiça atores com grande talento para a comédia e não faz justiça a carreira televisiva de seu diretor. Não é um desastre, mas poderia ser bem melhor!

Nota : 7.0

Entre Abelhas


Nesta "tragicomédia" brasileira, como o próprio elenco afirma ser, Bruno (Fábio Porchat), um editor de imagens recém-separado da mulher (Giovanna Lancellotti), começa a deixar de ver as pessoas. Ele tropeça no ar, esbarra no que não vê, até perceber que as pessoas ao seu redor estão ficando invisíveis. Com a ajuda da mãe (Irene Ravache) e do melhor amigo (Marcos Veras), ele tentará descobrir o que se passa em sua vida.
À primeira vista, pelo simples fato de vermos os rostos de Fábio Porchat e Marcos Veras nas divulgações e trailers do filme, inevitavelmente nos vem a mente que Entre Abelhas seja uma comédia nacinal daquelas para darmos bastante risadas, mas ao pensarmos assim, acredite, estamos completamente enganados.
Entre Abelhas acaba se tornando um pouco de comédia pelo fato de Bruno, personagem de Porchat, sofrer de uma doença onde ele não enxerga mais as pessoas e isso acaba gerando algumas cenas divertidas e que nos tiram uns risinhos do rosto, mas no fundo é um filme bastante trágico e dramático, que chega aos cinemas para fazermos uma reflexão sobre as relações entre as pessoas que hoje em dia está cada vez mais inexistente, cada um pensa em si próprio e acaba não 'enxergando' mais as pessoas ao seu redor.
Estamos falando de um bom filme brasileiro, que agrada principalmente pelo fato de nos trazer algo novo, coisa que o cinema nacional até um tempo atrás não fazia. Fábio Porchat surpreende, até hoje não tínhamos o visto em um filme mais sério e em um papel não tão cômico, algo que acontece nesse filme e nos encanta. Porchat mostra que ele não é apenas um comediante e sim um ator.

O longa ainda conta com as boas aparições de Marcos Veras, Irene Ravache e Giovanna Lancellotti e um roteiro bem organizado. Ian SBF também vai bem na direção, mostrando que ele entende não só de comédia e faz um filme que sem dúvida vai agradar a maioria do público que topar assistir Entre Abelhas.

Nota : 8.0

Vingadores : Era de Ultron


Os Vingadores estão de volta tentanto proteger o planeta de ameaças como as vistas no primeiro Os Vingadores, Tony Stark busca construir um sistema de inteligência artifical que cuidaria da paz mundial. O projeto acaba dando errado e gera o nascimento do Ultron (voz de James Spader). Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) terão que se unir para mais uma vez salvar o dia.
Eu costumo dizer que uma publicidade avassaladora como a de Vingadores : Era de Ultron acaba prejudicando o longa não em questão de bilheteria, mas sim de qualidade pelo simples fato de os espectadores irem ao cinema esperando demais  e acabarem se decepcionando. Caminha aí, não estou falando que o filme não seja bom, só disse que eu e acredito que muitos outros esperavam mais do que vimos nas telonas.
Como já era de se esperar no quesito efeitos especiais, Os Vingadores : Era de Ultron dá show, o probleminha maior do longa foi tentar superar não só o primeiro filmes mas quase todos os anteriores da Marvel e por isso acabaram se prejudicando.
Em filmes como esse não tem muito o que falar do elenco, mas no geral foram todos bem. A direção também vem boa, junta com um roteiro também bom, de fato o filme é bom, só que ainda preferi o primeiro.
Com 2h22 de duração, o filme consegue distribuir bem seu tempo, oferecendo grandes cenas para todos os seus heróis, incluindo os estreantes Mercúrio (Aaron Taylor-Johnson) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen). É realmente impressionante que o filme tenha conseguido lidar com tantos personagens, contando ainda com nomes que até então estavam restritos aos universos solos dos heróis, como o Máquina de Combate (Don Cheadle), o Falcão (Anthony Mackie), e Heimdall (Idris Elba).

O que me deixa curiosos mesmo é ver o que farão no próximo filme para dar uma importância igual a todos os heróis, afinal, aumentaram o número de vingadores... Que venha o 3 e o 4 que já estão confirmados!

Nota : 8.5

Dólares de Areia


Nesse longa dominicano, a francesa Anne (Geraldine Chaplin) se encanta por Noeli (Yanet Mojica), uma dominicana bem mais nova que ela, que se esforça para sobreviver em uma economia que só dá espaço para a exploração. A conexão entre as duas gera um fluxo de acontecimentos comoventes e a esperança de uma chance de vida digna para Noeli.
Dólares de Areia é um daqueles casos de filmes salvos por seu protagonista. O longa conta com uma narrativa problemática, com elenco irregular e roteiro com falhas, mas tudo parece em segundo plano diante de uma atuação realmente especial da veterana Geraldine Chaplin, filha de Charles Chaplin.
O longa apesar de ter um roteiro bacana, com uma história até que atrativa, não deslancha por não ter um diretor tão qualificado e um elenco bastante fraco. Tecnicamente é um filme fraco, não mostra boa trilha sonora, não agrada muito na fotografia, no roteiro, nos efeitos, no figurino, no elenco, ou seja, em quase nada.
Dólares de Areia, mesmo sendo um filme de apenas 80 minutos, cansa a quem o assiste pelo fato de se auto mostrar perdido em muitas cenas. Até mesmo seu desfecho é confuso, parece em alguns momentos que faltou criatividade e o final foi mudado para que conseguissem encontrar um fim 'mais correto' para fechar um longa tão meia boca.

Dólares de Areia tenta mas não consegue cumprir sua proposta de forma bonita, talvez se não fosse Geraldine Chaplin o filme nem seria comercializado.

Nota : 6.0

Três Corações


Em Três Corações, após perder o trem de volta para Paris, Marc (Benoît Poelvoorde) encontra Sylvie (Charlotte Gainsbourg) em uma cidade provincial francesa. Eles andam pelas ruas até de manhã, conversando sobre tudo, menos sobre suas vidas pessoais. A química entre os dois é muito forte, mas Marc tem que pegar o trem. Então, ele combina um reencontro, alguns dias depois. Mas, por causa de imprevistos, os dois não se veem. Marc acaba conhecendo Sophie (Chiara Mastroianni) e se aproxima dela, sem saber que ela é irmã de Sylvie.
3 coeurs (no original) é um filme que não sabe se é drama, romance ou suspense. Ele balança entre os gêneros mas não consegue se definir nem mesmo no final. Lendo uma sinopse do filme parece mais um drama com bastante romance mas o longa já começa se perder em seu início, antes mesmo da primeira cena, onde o diretor insiste em uma trilha sonora de suspense totalmente desnecessária. O pior é que esse som vai tocando durante o filme inteiro, tentando causar uma emoção ou um suspense no espectador que o filme em si não conseguiu transmitir e no fim ainda vemos que não tinha necessidade alguma daquele suspense.
O filme nada mais é do que os amores e os desencontros do dia a dia do ser humano, algo que pode acontecer com qualquer tipo de pessoa e que não tem o porquê de tentar transformar esse fato de algo totalmente assustador.
O longa ainda conta com dois grandes nomes que são Catherine Deneuve e Charlotte Gainsbourg. Deneuve é coadjuvante e em poucas cenas não consegue desempenhar seu trabalho da melhor forma como já vimos em alguns outros filmes, já Gainsbourg mesmo sendo a principal do longa, desaparece no meio do filme quando o foco muda para o outro romance vivido por sua irmã, mas quando aparece também não demonstra nada brilhante, nada que se compare a Ninfomaníaca (lembrando que lá ela também não foi tão brilhante, mesmo tendo grandes desafios pela frente).

Enfim, Três Corações é um filme simples, que não nos apresenta nada de surpreendente e diferente e ainda usa um pouco de clichês, mas acaba não sendo tão cansativo pela sua história que de fato costuma agradar bastante o público brasileiro.

Nota : 7.5

Pássaro Branco na Nevasca


Em 'Pássaro Branco na Nevasca', Eve Connors (Eva Green), mãe de Katrina (Shailene Woodley) abandona a família, deixando todos em estado de choque. Kat e seu pai tentam colocar a vida em dia, mas logo a jovem começa a ter sonhos perturbadores. Aos poucos, ela irá perceber que há uma verdade terrível por trás do desaparecimento da mãe.
O diretor Gregg Araki volta ao cinema trazendo um filme que balança muito entre drama e suspense de forma brilhante em ambos os gêneros. Araki pega um ótimo roteiro e traça uma trama incrível em seu novo filme que é bastante agradável.
O elenco vem bem, desde Shailene Woodley, que se torna mais apaixonante a cada filme seu, sempre desempenhando um bom papel e se mostrando cada vez mais um dos grandes nomes de Hollywood, depois temos Eva Green no papel da mãe que também nos apresenta cenas bem bacanas e bem feitas e essa qualidade também se arrasta para alguns coadjuvantes, assim como Shiloh Fernandez no papel de namorado de Katrina, que por mais que não atue de maneira brilhante, desempenha um bom trabalho.
Normalmente suspenses nesse estilo de 'Pássaro Branco na Nevasca' perdem bastante qualidade por serem muito previsíveis. Esse filme faz de fato uma bagunça na cabeça do espectador, em grande parte do longa avaliamos ele de uma maneira não tão boa justamente por achá-lo previsível demais, mas notamos no final que previsível era a intenção do diretor fazer com que o achássemos previsível.

Pássaro Branco na Nevasca é um filmaço, que vale muito apena o ingresso e sem dúvida quem o assistir sairá da sala ao mesmo tempo que encantado também bastante surpreso.

Nota : 9.0

A Viagem de Yoani


Agora sim vamos falar de um grande documentário. A blogueira cubana Yoani Sánchez construiu seu primeiro computador e criou um blog mesmo sem ter acesso à internet em casa. Hoje, sua página recebe milhões de visitantes por mês. Depois de anos tentando obter permissão para viajar, a principal opositora dos irmãos Castro dentro da ilha veio ao Brasil, onde encontrou muita polêmica, a fim de discutir a liberdade de expressão no mundo atual.
As viagens de Yoani Sanchéz, principalmente ao Brasil, causaram bastante polêmica pelas suas posições e atitudes tomadas em relação a Cuba, seu país natal. Onde Yoani foi, encontrou diversas manifestações a favor e contra sua presença nos locais onde estava.
A principal qualidade desse documentário é que ele não toma partido em nenhum momento, durante todo o longa mostram os motivos para a aceitação e também para a negação de Yoani no Brasil, basta você decidir em qual lado acreditar e se será contra ou a favor das atitudes da blogueira.
O filme explora com vigor as infinitas contradições que circundam a cubana. Ela é capaz de abraçar o petista Eduardo Suplicy e depois tirar fotos com o fascista Jair Bolsonaro; ela é defendida pelos conservadores do DEM (como suposto símbolo de combate ao comunismo) e pela presidenta Dilma Rousseff (como ícone da luta pela liberdade). A visitante é instrumentalizada por políticos de todos os tipos, simpatizando com as correntes mais distintas. Todos conseguem se apropriar da mulher silenciosa para vender sua própria ideologia – até Bolsonaro, em um desses surrealismos semânticos de que só ele é capaz, defende Sánchez comparando-a ao papel “libertador” da ditadura militar. Enquanto isso, ela acena e sorri.

A Viagem de Yoani é um documentário interessante, esclarecedor e do tipo que agrada a qualquer público pelo seu tom polêmico. De fato, um bom documentário.

Nota : 8.0

Um Sonho Intenso


Em 'Um Sonho Intenso' renomados economistas e historiadores discutem os avanços socioeconômicos do país e analisam os principais erros e acertos do processo de industrialização nacional, indo a fundo nas origens do subdesenvolvimento analisando a gestão de cada presidente da nação brasileira.
'Um Sonho Intenso' é um documentário que apresenta um tema bastante interessante e importante para todos nós brasileiros, é de fato uma reflexão sobre a economia do país, mas ele não foi feito da melhor maneira possível.
Documentários no geral, tendem a ser bastante cansativo dependendo do tema, tempo de duração e da maneira em que ele é exibido e por esse fato costumam ter um público bem menor do que os demais gêneros do cinema, e esse filme em si apresenta alguns problemas que dificultam ainda mais a aceitação da maioria de seus espectadores.
A primeira mão, alguns dos entrevistados nos expõe opiniões não tão técnicas mas também muito pessoais, mas não todos, apenas alguns. Outro probleminha é que por se tratar de um documentário político, poderia ter alguns fatos mais atrativos durante o longa para que não tornassem os 105 minutos deste longa um tanto massante.

O mais engraçado de Um Sonho Intenso é que é um filme que por mais que a partir de um certo momento seja cansativo, quem o assiste também tem a leve sensação de que ele píncela de forma rápida e pouco explicativa em alguns fatos que pareciam importante para a nossa política, ou seja, talvez uma reformulação desse longa o tornaria um pouco melhor, afinal não estamos falando de nenhum desastre. Pena ser tarde demais.

Nota : 6.5

O Fim de Uma Era


Para O Fim de Uma Era pouca coisa irei falar. Não vou nem perder tanto tempo escrevendo esse texto porque é o terceiro filme da Operação Sônia Silk e é tão ruim quanto os dois anteriores 'O Uivo da Gaita' e 'O Rio nos Pertence', ou seja, se quiser um pouco mais do que terá escrito aqui, leia os textos anteriores de ambos os filmes, pouca coisa irá mudar.
Nesse terceiro filme, eles viveram, atuaram e amaram. Hoje, dolorosamente, quatro pessoas lembram e revivem o passado para tentar compreender a inexplicável experiência de amar. Mas, o amor é apenas uma passagem segundo o longa.
Aqui a coisa piora, porque nem elenco parece mais acreditar que essa trilogia possa ter salvação. Se o espectador optar assim como eu de assistir aos 3 filmes na sequência cronolôgica correta, muitos já nem verão esse terceiro e último filme, pois já estarão extremamente cansados de tanta falta de qualidade nos anteriores.
Essa trilogia de fato vem como uma prova de resistência para os corajosos que entrarem na sala. O desafio é assistir aos três filmes, ou até mesmo um apenas, sem cochilar e sem sair da sala antes do término.

Realmente, em meio a tantos filmes que já assisti no longo desses 4 anos, não me lembro de três tão difíceis como o dessa operação... E olha que já teve muito filme ruim!

Nota : 5.0

O Rio nos Pertence


O Rio Nos Pertence é o segundo filme da Operação Sonia Silk e neste, após 10 anos longe da cidade do Rio de Janeiro, Marina (Leandra Leal) recebe um cartão postal misterioso que a faz retornar à cidade. Sem saber claramente os motivos que a fizeram retornar, ela procura por respostas. Aos poucos, sua mente é conturbada com paranoias e os sonhos começam a se confundir com a realidade.
Não muito diferente dos demais filmes da operação, O Rio Nos Pertence é mais um filme totalmente perdido. Leandra Leal se esforça ao máximo para dar rumo  a um longa totalmente desfigurado, mesmo tendo uma proposta interessante que também poderia gerar um grande filme.
É mais um filme bastante parado, foca muito nas paisagens e no silêncio assim como O Uivo da Gaita, mas agrada a pouquíssimos espectadores. A grande qualidade dos filmes dessa operação, é o fato de serem bastante curtos e acabarem com nosso sofrimento de forma rápida, mas tirando isso quase nada se salva tirando o esforço do elenco para fazer com que seja melhor.

Nessa sessão o que também não ajudou foi a projeção péssima do Caixa Belas Artes. O filme já era perdido e a projeção fez com que ele se perdesse mais ainda. Foi realmente um filme e uma sessão desastrosa.

Nota : 5.0

O Uivo da Gaita


Em O Uivo da Gaita, o casal Antônia (Mariana Ximenes) e Pedro (Jiddu Pinheiro) veem sua relação fragmentar com a chegada da bela Luana (Leandra Leal) por quem Antônia se apaixona. As duas vivem uma intensa paixão em um filme muito ruim.
O Uivo da Gaita é o primeiro filme da Operação Sônia Silk que também tem "O Rio Nos Pertence" e "O Fim de Uma Era", que também são péssimos.
Uma pena, afinal, temos duas grandes atrizes diante de uma proposta que poderia render um ótimo filme.
Leandra Leal e Mariana Ximenes são a única coisa que consegue fazer com que esse filme não seja um desastre total devido o grande desafio que elas aceitam, protagonizando um casal de lésbicas que logo no início já nos apresenta uma cena mais quente e as duas a desempenham de maneira perfeita.
O Uivo da Gaita é um filme quase mudo, podemos contar nos dedos quantas pelavras e diálogos acontecem nesse curto filme de apenas 75 minutos. A imagem é paisagista, lembra bastante alguns filmes europeus mais 'cult', por diversos minutos a câmera não mostra nenhum dos personagens e foca apenas em paisagens e objetos na tentativa de torná-lo um filme pensante.

O filme é totalmente perdido, seria mais bonito fazer um curta de apenas 15 minutos, afinal é praticamente é esse tempo que temos de filme na tela, o demais é apenas enrolação.  

Nota : 5.5

O Grande Kilapy


Joãozinho é um jovem angolano, descendente de uma rica família do período colonial. Este rapaz mestiço quer apenas viver a vida, saindo com mulheres, se divertindo com os amigos e gastando seu dinheiro. Embora seja alto executivo do Banco Nacional Angolano, ele desvia os fundos da própria instituição onde trabalha, distribuindo dinheiro aos colegas, militantes pela libertação de Angola. Joãozinho vai preso, mas quando sai da prisão, é acolhido pela sociedade como um herói local.
Passada nos anos 1960/70, a história tem como pano de fundo ainda os anos de ditatura Salazarista em Portugal e, sobretudo, a luta pela independência do país africano (processo que culminou bem sucedido só em 1975). Por mais que tenha esse fundo um tanto histórico, pouca coisa é abordada sobre isso, o diretor prefere mais dar foco à vida de festas e curtições de Joãozinho, deixando para segundo plano e luta pela independência e o lado herói do protagonista.
O Grande Kilapy, por mais que contenha algumas atuações bacanas, como a de Lázaro Ramos, é um filme fraco em quase todos os quesitos. É bastanta cansativo e faz com que os olhos dos espectadores pisquem de forma prolongada durante vários momentos.

O Grande Kilapy deixa a impressão de ser um filme em cima do muro. Ou em cima do Atlântico. No raso, a produção é um exercício cinematográfico sem potencial para levar o espectador muito longe. 

Nota : 6.5

Casa Grande


O que falar de Casa Grande? Bom, por mais que não seja perfeito, é muito difícil encontrar defeitos nesse filme. No longa, Sônia (Suzana Pires) e Hugo (Marcello Novaes) são da alta burguesia carioca e levam uma vida bastante confortável. Aos poucos vão à falência, mas ninguém sabe de seus problemas financeiros, nem mesmo o filho Jean (Thales Cavalcanti), que faz de tudo para se desvencilhar dos pais superprotetores. Para se manter, o casal corta despesas e ele, que só se preocupava com garotas e vestibular, enfrenta pela primeira vez a realidade.
Dá gosto de fazer uma avaliação de um filme brasileiro como esse, tão complexo, com boas doses de realidade e ficção, drama e comédia, romance e suspense e tudo o que se pode imaginar e o melhor, tudo muito bem feito. De fato, é um filme brasileiro diferenciado!
Casa Grande olhado por fora parece um filme que mostra o drama de uma família que está indo à falência, suas dificuldades e o drama de um adolescente em fase de vestibular e namoros. Mas olhando fundo, Casa Grande é muito mais, é um filme bastante político e mostra a situação do nosso país. No decorrer do longa, podemos presenciar até alguns debates políticos tanto em um almoço de família quanto na sala de aula como em relação as cotas para ingressar numa universidade e "Eike Batista", nome que tem bastante a ver com esse filme. Até leis trabalhistas de forma mais tímida aparece nesse longa.
Em certo sentido, a produção mantém uma tradição do cinema brasileiro do filme de denúncia social. Por outro lado, inova com um roteiro redondo, sobretudo apoiado em diálogos críveis, tão raros em produções nacionais, o que resulta em um apelo comercial igualmente inusitado para uma obra cinematográfica brasileira que não é filha da TV.
O elenco também faz brilhantemente seu papel. Suzana Pires e Marcello Novaes no papel dos pais dão bastante realidade na trama. Thales Cavalcanti, que faz o papel de Jean também atua bem, mesmo não sendo um ator profissional e Bruna Amaya no papel de Luiza, também estreante, faz o papel de uma jovem "parda" com um status social menor que o de Jean, e mesmo assim engatam um namoro que mesmo em poucos momentos no filme já são suficientes para a jovem Bruna fazer com que o espectador se apaixone por ela. E por fim, a atriz Clarissa Pinheiro no papel da empregada doméstica Rita, que é uma grande revelação e destaque para esse longa.
Para driblar o risco de cair em um tom panfletário, Barbosa, que também é responsável pelo roteiro (ao lado de Karen Sztajnberg) usa de leveza e bom humor – à parte um discurso polêmico da personagem de Amaya.

Esse é um filme brasileiro com inúmeras qualidades mas sem dúvida é o conteúdo o maior trunfo que habita esse Casa Grande.

Nota : 9.0

As Maravilhas


As Maravilhas é um filme diferente. É difícil se empolgar, mas também é difícil não se envolver. Não conta com uma trama mirabolante ou ousada, mas oferece personagens complexos e cativantes.
O longa conta a história de uma família que vive na região da Toscana, mas tem seu foco voltado mais para a Gelsomina, a irmã mais velha quatro. A vida da família é calma e serena mas as coisas começam a mudar de forma brusca quando uma emissora de televisão chega na região para a gravação do programa "País das Maravilhas" e muda mais ainda com a chegada do garoto Martin, que acaba atraindo Gelsomina que sofre com o machismo de pai.
É um filme quieto, silencioso, mas também bastante bonito e rico, não pense que por ser silencioso ele é vazio. As relações entre os personagens são muito bem desenvolvidas, mas eles também funcionam individualmente. Estreante na tela grande, Maria Alexandra Lungu passa com perfeição a inocência e sabedoria desta menina que tem responsabilidades de adultos.
Sam Louwyck interpreta o pai da protagonista e passa bem o sentimento de sonhador e ao mesmo tempo tímido, mas que tem orgulho da família e de seu mel. Ele protagoniza boas cenas com Alba Rohrwacher e Sabine Timoteo, na clássica dinâmica de família italiana barulhenta e confusa.

Enfim, As Maravilhas é um filme simples que cativa o espectador em seu todo e diverte em algumas cenas específicas, principalmente a cena em que o mel é todo derramado pelo laboratório.

Nota : 7.0

Não Olhe Para Trás


Danny Collins (Al Pacino) é um músico muito popular, que vive há mais de 30 anos sem compor uma música sequer, apenas reprisando os seus maiores sucessos. Cansado da rotina de drogas e excessos, ele descobre uma carta que John Lennon escreveu para ele há décadas, mas que nunca tinha chegado às suas mãos. Inspirado pelas palavras do músico, Danny decide interromper a carreira e tentar reatar com o filho já adulto, que ele nunca conheceu.
Não Olhe Para Trás é um filme que pelo tom familiar que tem já vem com aqueles certos clichês que como quase por obrigação sempre vem no pacote "família", mas tirando isso é um filme e tanto.
Al Pacino no papel de Danny Collins dá de fato um show, interpreta bem e convence a quem o assiste. Os demais do elenco também valorizam mais o longa, com destaque maior para Anette Bening, Christopher Plummer e Bobby Cannavale. E claro, impossível de esquecer  a pequenina Hope, que é uma criança incrível em cena, literalmente apaixonante.

Danny Collins (no original) conta com um bom roteiro, a direção também agrada e conta com uma trilha sonora bastante agradável. Fotografia, por mais que não seja perfeita, não é nenhum problema para o longa que além de divertido e também emocionante podendo tirar até algumas lágrimas dos mais chorões.

Nota : 8.5

Chappie


Em um futuro próximo, a África do Sul decidiu substituir os seus policiais humanos por uma frota de robôs ultra resistentes e dotados de inteligência artificial. O criador destes modelos, o brilhante cientista Deon (Dev Patel), sonha em embutir emoções nos robôs, mas a diretora da empresa de segurança (Sigourney Weaver) desaprova a ideia. Um dia, ele rouba um modelo defeituoso e faz experiências nele, até conseguir criar Chappie (Sharlto Copley), um robô capaz de pensar e aprender por conta própria. Mas Chappie é roubado por um grupo de ladrões que precisa da ajuda para um assalto a banco. Quando Vincent (Hugh Jackman), um engenheiro rival de Deon, decide sabotar as experiências do colega de trabalho, a segurança do país e o futuro de Chappie correm riscos.
Chappie é uma ficção científica baseada em "robôs" que se difere bastante das outras pelo fato de dar mais vida e sentimento ao robô principal, o Chappie. Ele é demonstrado no filme desde seu suposto "nascimento", como se ainda fosse um bebê conhecendo o mundo e o filme inteiro acaba girando na educação e criação dada pela gangue que tenta o tornar um bandido e por Deon, seu criador que tenha ensiná-lo o bom caminho.
Chappie conta com alguns efeitos bem bacanas, mas nada tão surpreendente, o diretor poupa exageros.  Neill Blomkamp, de Distrito 9 e Elysium, é bastante ambicioso, o diretor deseja brincar com os clichês de gângsteres, de cientistas brilhantes, de robôs mais humanos que pessoas comuns, de mafiosos e de famílias disfuncionais, enquanto fala sobre a pobreza na África do Sul, a inteligência artificial, a segurança nacional, a cobiça, a importância de acreditar em si mesmo... Ufa, quanta coisa! Mas nem sempre tanta coisa dá tão certo... E isso que acontece, Chappie é bastante legal, mas perde pontos por querer ser tanta coisa em um só.
Para quem não estiver esperando muito sentido desta história, é possível se divertir com o ritmo ágil da trama. Blomkamp sabe construir cenas espetaculares, abusando das explosões em câmera lenta rumo ao final. Sigourney Weaver, Dev Patel e Hugh Jackman são muito competentes, mesmo em papéis maniqueístas como estes. A aparição do trio em tela melhora o nível da narrativa, em comparação às atuações fracas dos músicos e atores amadores Yo-Landi Visser e Ninja Visser. Neste sentido, as cenas no escritório são muito mais interessantes do que o núcleo familiar na usina abandonada.
Chappie consegue manter uma aparência naturalista na direção de arte e na fotografia, que nunca embeleza excessivamente os corredores cinzentos ou os edifícios da cidade. Exceto pelas roupas coloridas dos ladrões (Yo-Landi e Visser), este é um universo cinzento, marcado pelas desigualdades sociais.

Neste mosaico de guerra, Chappie nada mais é do que o bom selvagem, o robô inocente corrompido pelos homens malvados, cínicos e desumanos. Partindo de uma premissa tão complexa e multifacetada, Blomkamp conclui seu filme com um simples moralismo.

Nota : 8.5

Frank


Em Frank, John Burroughs (Domhnall Gleeson) sonha em ser tecladista e compositor de uma grande banda. Um dia, um acidente lhe fornece a oportunidade de tocar em um grupo, liderado por Frank (Michael Fassbender).  John fica fascinado com este vocalista, ao mesmo tempo generoso e estranho, e marcado por uma peculiaridade: ele nunca retira a sua gigantesca cabeça artificial, nem mesmo para comer, tomar banho ou dormir. Logo, John, Frank e os outros membros do The Soronprfbs se isolam em uma cabana para experimentar novos sons, se conhecer e produzir o melhor álbum musical possível. Mas a interação entre eles nem sempre é muito fácil.
Sem dúvida o principal destaque neste longa é Michael Fassbender que se destaque brilhantemente mesmo usando a cabeça gigante durante praticamente todo o filme. Domhnall Gleeson no papel de John também faz um bom trabalho e agrada aos espectadores sem dúvida.
O roteiro, muito satisfeito com suas próprias esquisitices, às vezes se esquece de fornecer explicações verossímeis para a trama. A aparição abrupta de certa quantidade de dinheiro constitui uma solução fácil demais para explicar como o grupo se sustenta, e a própria hesitação de Frank entre querer ficar escondido (afinal, ele usa uma cabeça falsa) e querer ser amado pelo grande público revela uma incoerência na construção do personagem. Também é uma pena que o filme nunca observe o mundo pelos olhos de Frank: quem o acompanha é o novo tecladista dos Soronprfbs (Domhnall Gleeson), verdadeiro protagonista da história. Frank é retratado em terceira pessoa, visto por pessoas que não o compreendem. O público, igualmente, não desvenda todos os seus segredos.

Frank talvez funcione mal como filme sobre música ou sobre músicos, mas constitui um retrato divertido e terno sobre pessoas em situações limitadas.

Nota : 8.0

O Dançarino do Deserto


Baseado em fatos reais, o filme O Dançarino do Deserto conta a história de Afshin Ghaffarian (Reece Ritchie), um iraniano rebelde que desafia as leis e ignora o clima constantemente tenso fazendo aquilo que mais gosta: dançar. Ele forma uma companhia clandestina com amigos próximos e ensaia em casa assistindo vídeos de Michael Jackson, Pina Bausch e Gene Kelly na internet. Como dançar em público é proibido no país, ele planeja uma performance do grupo no meio do deserto.
Normalmente filmes que se passam em países do ocidente tendem a ser bastante polêmicos devido as diversas regras e leis absurdas que esses países mantêm até hoje. O Dançarino do Deserto não é diferente, por mais que seja um filme que tecnicamente não surpreenda muito, a história que ele nos trás é bastante interessante e importante devido os absurdos que acontecem em países como o Irã que é mostrado no filme.
O filme se mostra mais político também pelo fato de acompanhar as eleições presidenciais do Irã na qual o candidato moderado Hassan Rohani perdeu para o condenável Mahmoud Ahmadinejad, em uma suspeitíssima contagem de votos. Só que, por mais que as ultraconservadoras posições políticas de Ahmadinejad sejam questionáveis, sobretudo aos olhos do ocidente, o embate no filme, mais uma vez, entra na conta da disputa do bem contra o mal. É o caminho fácil de "bater em cachorro morto".

Enfim, por mais que o longa se mostre bastante importante pelo tema que é abordado, se perde já em seu idioma (falado em inglês) e escorrega bastante em clichês e em sua trilha sonora que é bastante melosa.

Nota : 7.5

O Diário da Esperança


O Diário da Esperança se passa no final da Segunda Guerra Mundial, quando a Hungria está praticamente destruída e derrotada. Dois garotos gêmeos de 12 anos de idade são enviados pelos pais para a casa da avó, que não demonstra o menor afeto por eles. Durante um ano os irmãos tentam lidar com a nova realidade do país e da nação.
Este drama de guerra além de bonito também é bastante triste e doloroso, mostrando a visão de duas crianças até então inocentes vivenciando tantos maltratos e todos os males que uma guerra pode causar para sua nação.
Os dois garotos gêmeos fazem uma demonstração brilhante em cena, conseguindo mesmo com pouca experiência diante das câmeras uma imagem de medo e revolta ao mesmo tempo, nos momentos em que são maltratados pela avó, pelas pessoas da região onde vivem e também nas cenas em que eles se mahucam para poderem suportar melhor a dor que os outros poderiam causá-los.

Um filme bem dirigido, com uma boa fotografia e trilha sonora. Conta com alguns probleminhas no decorrer da trama mas ainda assim não deixa o filme menos interessante.

Nota : 7.0

Velozes e Furiosos 7


Após os acontecimentos em Londres, Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Walker), Letty (Michelle Rodriguez) e o resto da equipe tiveram a chance de voltar para os Estados Unidos e recomeçarem suas vidas. Mas a tranquilidade do grupo é destruída quando Shaw (Jason Statham), um assassino profissional, quer vingança pela morte de seu irmão. Agora, a equipe tem que se reunir para impedir este novo vilão. Mas dessa vez, não é só sobre ser veloz. A luta é pela sobrevivência.
Bom, todos nós estamos carecas de saber que Velozes e Furiosos é uma das franquias que mais adora usar e abusar dos absurdos, mas nesse sétimo filme da franquia realmente o número de absurdos aumentaram. Mas tudo bem, afinal estamos em Hollywood e tudo vale... E vamos ser realistas, todas as cenas foram muito bem feitas e parecem até serem reais.
Ao assistir ao Velozes e Furiosos 7 pode-se notar claramente uma maturidade maior de toda a equipe e elenco quando começamos comparar lá atrás desde o primeiro filme. Não é atoa que este filme saiu tão bacana e bem feito surpreendendo a todos, inclusive aos que não são fãs da saga.
O filme já inicia mostrando seu principal foco, que são as corridas e muita velocidade, afinal, tudo começou por causa disso, mas dessa vez vai mais longe, conta com cenas extraordinárias e efeitos mirabolantes, gerando uma adrenalina e uma emoção extraordinária ao espectador.
Dirigido por James Wan, o filme é tão absurdo que é quase uma paródia. Mas quem for preparado para cenas sem sentido pode se divertir. Os fãs da franquia também vão gostar de ver, ainda que brevemente, o universo das corridas de rua, que esteve mais presente nos primeiros longas.
Velozes e Furiosos 7 sofre com alguns problemas no roteiro, em especial no que diz respeito às lições de moral de Vin Diesel e as frases de efeito do vilão vivido por Statham. Muito clichês e lições de moral que não caem bem para um filme de tanta ação quanto esse. Talvez as diversas falas de família de Vin Diesel fossem devido a trágica morte de Paul Walker, mas por mais que o ator tenha grande importância na série, já estaria de bom tamanho a homenagem do final, que por sinal é muito bonita. Não era necessário tanto melodrama em todo o decorrer da trama. Mas compensa com muita ação insana. Quem quiser ver perseguições e explosões não irá se decepcionar.
O elenco está em boa sintonia, embora ninguém ligue muito para a jornada de redescoberta da personagem de Michelle Rodriguez. Jordana Brewster é deixada praticamente de lado, enquanto que Tyrese Gibson e Ludacris surgem como alívio cômico e divertem bastante em meio a tanta ação.

Assim como nos últimos filmes, Diesel fala algumas vezes que "chegou a hora do desafio final", mas como já sabemos, teremos novos Velozes & Furiosos pela frente. É esperar para ver e aguardar a hora desse desafio final que pelo o que parece ainda está longe de acontecer.

Nota : 8.5

Club Sandwich


Pois é meus amigos, a coisa está realmente feia para quem leu as últimas críticas. Club Sandwich não foge muito dos demais não. Durante férias num resort, uma mãe solteira passa a sofrer de ansiedade quando seu filho de 15 anos começa uma grande amizade com uma garota de sua idade.
É mais uma perdição que chega ao cinema com exaltação dos críticos profissionais. Club Sandwich tem um roteiro bom, apresenta uma proposta interessante e até tenta ser convincente. É bacana tentar mostrar essa fase da adolescência, a descoberta pela sexualidade e como a mãe totalmente apegada ao filho reage a tudo isso, mas podia ser melhor desempenhado né...
Falar de diálogos se tratando desse filme é besteira, afinal, são 1h22 de filme com mais de sua metade no silêncio. As câmeras ficam paradas e não se mexem, apenas o que se move em cena são os personagens, a câmera fica estática em uma posição única em todas as cenas de mini-longa e o pior são as cenas em que os atores entram em cena e ficam um ao lado do outro apenas parados sem fazerem ou falarem nada e lá fica a câmera, mostrando as gordurinhas dos jovens atores e as até que poucas celulites da atriz que faz o papel da mãe.
Outro acontecimento exagerado são os adolescentes que mesmo extremamente tímidos, com apenas pouco dias se conhecendo já vão lá se masturbarem um ao outro ainda mais na praia enquanto a mãe se banha.

Enfim, um filme totalmente desnecessário e alongado só para o diretor ter o gostinho de dizer que foi um longa metragem, porque com tantas cenas paradas de forma desnecessária, esse filme era pra ser um curta de no máximo 30 minutos, sem dúvida 50 minutos foi caçado nessas cenas de "nada".

Nota : 5.0

Noites Brancas no Píer


Horrível. É isso que já posso adiantar desse filme! O longa se passa no píer de uma cidade portuária, onde uma mulher espera o homem de sua vida. Todos os dias, um homem, que está passando por um período sabático, caminha pela região. Ao longo de quatro noites, eles conversam, até que ele se apaixona por ela.
É triste saber que alguém chama algo como esse filme de cinema e ainda avalia como ótimo. Fazer um filme de 1h35 em um único ambiente com atores péssimos que conversam entre si "apaixonadamente" com diálogos totalmente formais e em diversos momentos sem nem olharem um para a cara do outro sem transmitirem sentimento algum ao personagem chega a ser absolutamente estranho, e o mais estranho ainda é ver alguns críticos se ajoelhando para algo desse tipo. Me desculpem, mas ou esses acham que cinema é atores lendo seu texto diante de uma câmera ou eu que não entendo mais nada.
Outra cena totalmente fora de contexto é quando a protagonista começa cantar e dançar no meio do piér num momento onde a imagem foge do lugar onde o casal estava dialogando para outro canto do cenário e nos apresenta uma cena músical, que lembra bastante alguns desenhos animados onde uma conversa para do nada para vir uma dança feliz e depois a cena voltar para onde estava como se nada estivesse acontecido. Em animação isso é bonitinho mas em um filme completamente adulto chega a ser ridículo.
Sem falar numa paixão louca que os personagens passaram a ter um pelo outro por apenas 4 dias como se fossem meses ou anos, e o mais incrível é que quando o homem que ela esperava chega é como se nada tivesse acontecido e a protagonista nunca tivesse conhecido seu "amorzinho" das quatro noites no píer.

Literalmente um péssimo filme. Ao entrar para a sessão estamos entrando realmente em uma prova de resistência, ganha quem chegar até o final da sessão e sem dormir, porque muitos saem antes mesmo do filme acabar e os que ficam certamente lutam para manter os olhos abertos e não se entediarem com o que está na tela.

Nota : 5.0

Risco Imediato


Após herdarem uma casa em Londres, Tom (James Franco) e Anna (Kate Hudson) deixam os Estados Unidos e se mudam para a cidade. Devido à dificuldade de Tom em conseguir um bom emprego, eles logo passam por problemas financeiros que os ameaçam de despejo. Para minimizar a situação, resolvem alugar um quarto no andar de baixo para Ben Tuttle (Francis Magee). Só que, três meses depois, Ben aparece morto devido a uma overdose de heroína. Após a polícia ir ao local, Tom encontra uma maleta repleta de dinheiro. Não demora muito para que o casal utilize o dinheiro para pagar dívidas e realizar seus sonhos, o que desperta a atenção do policial John Halden (Tom Wilkinson) e também de dois traficantes, um que é o dono do tal dinheiro e outro que sofreu um grande golpe.
Risco Imediato é um suspense fraco e bastante previsível. As atuações de James Franco e Kate Hudson são fracas, mesmo em cenas que os atores poderiam demonstrar mais desespero e caçar um brilho maior para sua atuação eles deixam a desejar, como se estivessem fazendo o filme sem inspiração.
Mais do que trazer uma história batida, Risco Imediato peca pela absoluta falta de lógica do roteiro. A começar pela morte do inquilino, que aconteceu no dia anterior mas, ainda assim, há o som da TV subindo abruptamente após sua suposta morte - e ainda o cheiro impregnado do cadáver poucas horas após o falecimento. Com o desenrolar da trama, as justificativas em torno dos traficantes e do policial interpretado por Tom Wilkinson (completamente perdido) são as mais estapafúrdias possíveis. Chega a dar pena do quão mal aproveitado é Omar Sy (de Intocáveis) ao vê-lo fazer cara de mau ao explicar o porquê de seu traficante se chamar Genghis Khan.

Enfim, um filme que por mais que tenha algumas poucas qualidades, é em grande parte de seus poucos 90 minutos totalmente perdido.

Nota : 7.0

Cada Um Na Sua Casa


O planeta Terra foi invadido por seres extra-terrestres, os Boov, que estão em busca de um novo planeta para chamar de lar. Eles convivem com os humanos pacificamente, que não sabem de sua existência. Entretanto, um dia a jovem adolescente Tip (Rihanna) encontra o alien Oh (Jim Parsons), que foi banido pelos Boov devido às várias trapalhadas causadas por ele. Os dois logo embarcam em uma aventura onde aprendem bastante sobre as relações intergalácticas.
"Cada Um Na Sua Casa" é uma animação fraca e recheada de clichês. Traz alienígenas fofinhos se relacionando com humanos, assim como em E.T - O Extraterreste e Lilo & Stitch e tem como lição de moral a importância da amizade e da família. Cheio de cenas emotivas, o longa usa de músicas melancólicas em sua grande maioria da própria Rihanna para causar uma emoção maior ao espectador e procurar uma lágrima no olho do público.
O filme não é pior graças a seus protagonistas que são carismáticos, principalmente Tip, que na minha opinião eleva o filme a um nível que nem Oh com seu jeito estranho conseguiu. Tip é uma menininha cheia de personalidade e jorra simpatia nas telonas.
Em certo ponto, a animação parece já terminada como se já tivessem acabado as ideias e eis que surge mais uns minutos de continuação. O longa merece destaque pela opção de utilizar uma menina fora dos padrões das animações. Sai a menina loirinha, branquinha e de cabelo liso para uma garotinha negra repleta de personalidade e com os cabelos cacheados.
Os efeitos visuais são de qualidade e a trilha tem bons momentos, embora exagere no número de canções de Rihanna. É de se entender que quiseram aproveitar a presença da cantora no projeto, mas cinco canções de uma mesma artista na trilha beira ao exagero.


Nota : 7.5

14 Estações de Maria


Maria (Lea Van Acken) se encontra dividida entre dois mundos. Na escola, a menina de 14 anos tem todos os interesses típicos de uma adolescente de sua idade, mas quando está em casa com a família, ela precisa seguir com rigidez os tradicionais ensinamentos católicos. Qualquer coisa que Maria faça ou pense deve ser examinado por Deus, o que a deixa com um medo constante de cometer algum pecado. Preocupada em agradar a todos, a menina logo se vê em meio ao fogo cruzado: como conciliar seus sentimentos pelo colega de classe com seus votos de pureza em nome de Deus?
Podemos dizer que "14 Estações de Maria" é um filme com um fundo digamos que polêmico por "debater" ou talvez até afrontar a religião católica clássica cheia de suas regras e doutrinas digamos que até certo ponto absurda que fazem com que Maria tenha medo de sua própria vida.
Maria não pode ouvir música, cantar, se preocupar com sua beleza, se apaixonar e é orientada por seus pai e padre a viver de sacrifícios para que seu coração esteja cada vez mais aberto e com espaço para que Jesus possa penetrar nele.
Bom, todos sabemos que doutrinas existem e algumas realmente são toleráveis e cabíveis, porém a maneira que é transmitida pelo filme chega até a incomodar quem assiste ao longa, o filme nos mostra a imagem de um Deus totalmente castigador que pune a todos os atos de seus fiéis.
Mas não vou falar de religião, agora que já está claro o que é o filme vou me concentrar nas atuações, que são todas fracas. Quem mais ganha destaque é Lea Van Acken, no papel de Maria que não é nada surpreendente mas faz bem o papel de devota e também Franziska Weisz no papel da mãe. Franziska se destaca bastante em algumas cenas, principalmente a cena do almoço em família e a cena final, quando cogita a beatificação de Maria.
14 Estações de Maria é um filme ruim porém interessante, que friamente mostra um pouco da realidade vivida em algumas religiões não só católica, mas que quem somos nós para julgar. Religião ninguém discute.


Nota : 6.0

O Ano Mais Violento


"O Ano Mais Violento" se passa em Nova Iorque, 1981. Em um dos invernos mais violentos da história da cidade, o imigrante Abel Morales (Oscar Isaac) e sua esposa, Anna (Jessica Chastain), tentam prosperar nos negócios, mas não conseguem escapar da corrupção, decadência e brutalidade que dominam a região devido ao grande número de ataques a seus caminhões e motoristas que vêm ocorrendo.
O filme é um suspense de muita qualidade, começa um pouco desinteressante mas com pouco tempo já vai ganhando a atenção do espectador não só pela qualidade de seu enredo e roteiro mas também pelos bons trabalhos desenvolvidos por parte da direção e do elenco.
J.C Chandor, mais uma vez, se mostra um grande diretor e roteirista diante de um grande suspense. Conseguiu ainda se superar por Margin Call e Até o Fim, seus últimos e ótimos trabalhos.
Partindo para o quesito elenco, temos simplesmente Oscar Isaac e Jessica Chastain, que dão um show a parte durante o longo nos transmitindo uma realidade que poucos atores hoje em dia conseguem nos transmitir principalmente em um suspense.
Isaac, que recentemente brilhou em "Balada de Um Homem Comum", não desaponta e se  destaca novamente em seu novo longa. Já Chastain é incrível, recém indicada ao Oscar por A Hora Mais Escura, a atriz vêm tendo ótimos atuações, foi assim no recente Dois Lados do Amor e melhor ainda agora em O Ano Mais Violento. Jessica não só atua de forma brilhante mas também brilha no quesito beleza, é realmente uma dama de personalidade e bastante sedutora em seu novo trabalho.

A produção ganha, sobretudo, na construção do clima. Um filme de época, de tom sépia, elegante e direto, com conflitos claros. Paradoxalmente, A Most Violent Year, no original, caminha para uma resolução sem grandes surpresas, fruto do roteiro redondo que, porém, se arrasta no ritmo, até que... uma manobra no encerramento, que até então parecia previsível, faz o longa recuperar a força inicial.

Nota : 9.0

Um Momento Pode Mudar Tudo


Bec (Emmy Rossum) é uma universitária meio perdida, que está se relacionando com um professor casado e perdendo o interesse no seu futuro acadêmico. Ela começa um novo trabalho, cuidando de Kate (Hilary Swank), uma mulher que sofre de uma doença terminal. Aos poucos, a jovem vai aprendendo a aproveitar o mundo, mas acaba se afastando cada vez mais da sua antiga vida.
Hilary Swank é uma atriz que vive constantemente altos e baixos e intercalo bons atuações com algumas péssimas de maneira que poucos conseguem fazer. Em "Um Momento Pode Mudar Tudo", por mais que Swank tivesse um papel quase ideal para ter uma brilhante atuação, ela deixou passar em branco. Foi artificial e não nos transmitiu sentimento e verdade em sua personagem.
Estamos falando de um filme bonito porém fraco. O roteiro não ajuda, oferecendo cenas desconexas e pouco interessantes e clichês fazem a festa neste longa, com alguns exageros e apelações para causar uma emoção no público que até pode chorar, mas pela história que por ser o que é acaba comovendo uma parte do público.
A direção de George C. Wolfe (Noites de Tormenta) é apenas ordinária, criando um filme sem ritmo e sem alma. A trilha sonora é discreta, mas não consegue evitar sequências melodramáticas.
Emmy Rossum, no papel de Bec, faz um bom trabalho e dá vida ao personagem. São um dos poucos profissionais que realmente fizeram um trabalho digno para o que o filme poderia ser. Sinceramente, percebe-se uma leve insipração em "Intocáveis" porém bem mal reproduzida.

"Um Momento Pode Mudar Tudo" é um filme apesar de bonito, bastante fraco e digo com quase toda certeza, que ele é um grande título para se tornar clássico da Sessão da Tarde daqui alguns anos.

Nota : 7.5

Um Fim de Semana em Paris


Em Um Fim de Semana em Paris, Nick (Jim Broadbent) e Meg (Lindsay Duncan) são professores universitários na faixa dos 60 anos que estão próximos de comemorar 30 anos de casamento. Vivendo sem emoções em Birminghan, na Inglaterra, Meg sugere que eles voltem para Paris e se hospedem no mesmo hotel em que passaram a lua-de-mel. Mas um encontro casual com ex-aluno de Nick pode significar mudanças na vida do casal.
Le Week-end (no original) é um filme sem graça e cansativo mesmo tendo apenas 95 minutos. A história é cheia de clichês que podemos encontrar em diversos filmes ambientados em Paris e em comédias de "velhinhos"
Pra não dizer que ele não agrada a ninguém, um certo público mais idoso acaba dando algumas tímidas risadas em algumas cenas que talvez se identifiquem um pouco mais, mas nada que faça o filme valer tanto a pena.
Jim Broadbent tem uma boa atuação, ou melhor, faz o filme se tornar um pouco melhor com a qualidade de seu trabalho. Já Lindsay Duncar não vai mal, mas também não agrada. Fazendo o papel de uma velha de mal com a vida, que depende de luxos e gastos excessivos para ser "feliz", Duncan não foge seu estilo e não sai do normal.
Algo que com certeza ajudou o filme a ganhar mais qualidade foi a fotografia e claro, o lugar onde o longa se passa, a cidade luz, a linda e romântica Paris. Fazendo a junção de uma boa fotografia com boas locações e paisagens, visualmente é fácil de o filme ficar esteticamente bonito.

Um Fim de Semana em Paris não surpreende e poderia ser bem melhor, por mais que não seja nenhum desastre e tenha sim suas qualidades, é um filme para ser visto e esquecido.

Nota : 7.0

Fala Sério!


Três adolescentes, amigas inseparáveis, compartilham o mesmo sonho: viver um grande amor. Na ânsia de realizar esse desejo, elas atingem rápido demais a realidade da vida adulta.
Fala Sério! é um filme completamente amador. Tão amador que o diretor faz questão de deixar isso claro logo no início informando ao espectador que os atores são moradores da região onde o filme é gravado e apenas três atores profissionais estão no longa. Talvez, essa informação seja para que já desde o início ninguém fique esperando grande coisa em relação ao longa. Mas acho injusto avaliar de maneira diferente dos outros, afinal, está no circuito como os demais.
O roteiro foca em abordar histórias de gravidez na adolêscencia no litoral da Bahia. Bacana, um tema não só interessante mas também importante para os dias de hoje, porém muito mal desenvolvido.
As cenas são todas mal gravadas, a câmera sai de foco e as passagens de cena são daquelas que apagam a cada vez que irá mudar de ambiente. A trilha sonora é uma das poucas coisas que podem se tirar um pouco de proveito no filme, mas ainda assim também é fraca.
O diretor pecou principalmente no fato de colocar um grupo de três amigas e fazer com que ambas tenham praticamente a mesma história e destino no decorrer do longa. Todas ficam grávidas ao mesmo tempo de maneira inesperada, a única mudança é a reação dos pais das crianças e das famílias de cada uma. Esse fato de engravidar as três juntas, deixou o filme mais cansativo e consequentemente perdeu a pouca qualidade que já tinha por ter ficado um tanto repetetivo.
O elenco, como já adiantei, é bastante fraco. Por mais que apenas três atores sejam profissionais, esses três são piores do que alguns que não são profissionais. Quem se destaca um pouco mais são as atrizes Naiara Carvalho como Daia e Luciana Louvadini como Lê, ambas demonstram um grande esforço para conseguir um desempenho quase profissional durante o longa. Já a terceira protagonista, Mônica Oliveira no papel de Mônica acaba com o que Naiara e Luciana tentam fazer, ela literalmente não serve para atriz.

Em meio a tantos defeitos, Fala Sério! tem algumas poucas qualidades que são a proposta em relação ao tema e o esforço de alguns participantes do longa de tentar fazê-lo da melhor maneira que fosse possível.

Nota : 5.5

Happy, Happy


Família é a coisa mais importante para Kaja, uma eterna otimista, apesar de seu companheiro não retribuir a atenção e o carinho que recebe. Porém, quando o casal muda de casa, Kaja se esforça para manter suas emoções sob controle, mas um novo mundo se abre para ela.
Happy, Happy é uma comédia dramática familiar que mostra duas famílias que não estão em seus melhores momentos e vivem diversas crisas tanto o casal quanto os filhos. Em meio a essas diversas dificuldades e crises familiares, um romance de certa forma proibido acontece e alguns segredos começam a ser revelados.
O filme conta com uma direção que é eficaz, na maneira simples, mas consegue atingir seu objetivo em frente a um roteiro não tão forte. O elenco também não desaponta, os quatro principais fazem um trabalho bastante eficiente e trazem um tempero a mais a este drama.
Analisando tecnicamente, o longa não é nenhuma beleza mas também não chega a ser ruim. Conta com uma fotografia bastante bonita e uma trilha sonora que ajuda bastante a levar sentimento durante algumas cenas do filme.

Happy, Happy é um bom filme, agradável de assistir e é do tipo que prende a atenção do espectador para saber qual será o desfecho da trama. Mesmo não sendo um dos melhores filmes em cartaz, vale apena conferir.

Nota : 7.5

Amor à Primeira Briga


Esta nova comédia romântica francesa trás Arnaud (Kevin Hazaïs), um jovem que acaba de perder o pai, e decide seguir os passos dele, tornando-se carpinteiro. Um dia, ele conhece Madeleine (Adèle Haenel), uma garota bruta e de poucos amigos, que acredita no fim do mundo e no caos social. Por isso, ela pensa apenas em sobreviver a qualquer custo; já ele não se preocupa com essas coisas. O sonho de Madeleine é entrar na divisão mais difícil do exército. Arnaud fica fascinado com ela, e passa a acompanhar o treinamento da amiga. Quando a garota parte para a divisão militar, ele decide se alistar também.
Amor à Primeira Briga é uma comédia leve e divertida, bem na cara das boas comédias francesas que pintam de vez em quando nos cinemas. O cineasta faz questão de tornar a dupla central complexa e madura, tanto pelo roteiro cuidadosamente desenvolvido quanto pelas atuações excepcionais da dupla principal. Kévin Azaïs é uma boa descoberta, ganhando força ao longo da história, mas o espetáculo se deve mesmo a Adèle Haenel. Depois de mostrar o seu talento em filmes como L’Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância e Suzanne, a atriz faz um uso incrível do corpo, da voz e dos olhares, conseguindo ser ao mesmo tempo ríspida e terna, impulsiva e melancólica. Sua presença em cena é brutal, e fica difícil desviar os olhos quando Madeleine entra em cena. Os diálogos afiados contribuem às trocas explosivas entre os dois.
A câmera explora muito bem os espaços, os sons, a passagem entre a cidade, a floresta e o retorno ao meio urbano. Rumo ao fim, a impressão de catástrofe prevista por Madeleine se concretiza de maneira poética, colocando-os finalmente diante dos obstáculos que tanto esperavam. O clímax na cidade fantasma é perfeito para uni-los e para representar o vazio que se apresenta diante dos dois.

Amor à Primeira Briga é um filme leve e gostoso de assistir. Agradável pela história e bonito pelos bons trabalhos da equipe e elenco.

Nota : 8.5

Vício Inerente


Vício Inerente, o novo longa dirigido por Paul Thomas Anderson, conta a história de um detetive particular que investiga o sequestro de um bilionário latifundiário. Joaquin Phoenix interpreta o protagonista da história, papel que quase foi de Robert Downey Jr. Adaptação de livro homônimo de Thomas Pynchon.
Em Vício Inerente, Paul Thomas Anderson volta a  trazer a comédia em seus filmes de forma agradável e divertida. O filme é melhor em categorias técnicas do que de fato em sua história em si. Fotografia, figurino, penteado e trilha sonora dão um show a parte neste longa que por mais que não seja ruim, é cansativo em seus longos 148 minutos.
Poucas vezes nas telonas um filme refletiu tão bem a personalidade de seu personagem principal. Vício Inerente é Doc. O longa é instável, louco e bizarro como o sujeito, mas também é inteligente e charmoso. Tudo parece tão aleatório, desconexo e colorido que, em alguns momentos, a sensação é que estamos no meio de uma viagem de ácido, que lembra um pouco a experiência com O Grande Lebowski, dos irmãos Coen. Mas, aos poucos, as peças do quebra-cabeça passam a se encaixar e o espectador se verá completamente dentro da jornada de Doc.
Do elenco principal, o destaque é Joaquin Phoenix, que continua a ser um dos atores mais intensos dos Estados Unidos. A principal surpresa é a grande atuação de Katherine Waterston, que surge quase como uma revelação aos 35 anos. Ela fez participações em Conduta de Risco, Aconteceu em Woodstock e na série Boardwalk Empire, mas jamais havia se destacado tanto como aqui. Ela oferece uma performance incrivelmente sexy. Brolin também carrega na intensidade de seu personagem, oferecendo cenas surtadas e bem legais. Já Owen Wilson não compromete, embora sua participação possa ser resumida a “Owen Wilson nos anos 70”.
Não é um filme fácil e de fato é um tanto cansativo de assistir, mas quem for de mente aberta e disposto a embarcar nesta viagem tem tudo para aproveitar a experiência.

Nota : 7.5

Dívida de Honra


A trama se passa em 1854. Por mais que seja forte e independente, Mary Bee Cuddy (Hilary Swank) guarda uma profunda mágoa devido à solidão que sente. Ela precisa levar três mulheres insanas até o Iowa, onde poderão viver em paz. No caminho ela encontra Georges Briggs (Tommy Lee Jones), um criminoso que tem sua vida salva por Mary Bee. Em retribuição, ele segue viagem ao lado dela e a ajuda em sua jornada.
Tomy Lee Jones encara a direção desse longa e faz muito bem seu trabalho tanto como diretor tanto como ator no papel de Geroge Briggs. Dívida de Honra além de trazer uma história ao mesmo tempo triste e bonita, desempenha bem todas as funções técnicas como figurino, fotografia, trilha sonora e maquiagem.
O elenco, com grandes nomes de Hollywood, também vai bem, com destaque para os principais Tomy Lee Jones e Hillary Swank que desempenham um ótimo trabalho. Grande destaque também para Miranda Otto que faz papel de uma das mulheres loucas e as participações curtas de Meryl Streep e Hailee Steinfeld também dão um luxo a mais ao longa.
A presença de uma imponente personagem feminina não apenas surpreende como traz à trama nuances que fogem do habitual do gênero. Seja pelos traumas sofridos pelas passageiras ou pela angústia aos poucos revelada por Mary Bee, associando sua posição decidida à dor de não ter alguém ao seu lado, o filme aborda questões femininas com a delicadeza possível – estamos no Velho Oeste, terra de durões, não se esqueça. Além disto, o roteiro chama a atenção pela inusitada mudança de protagonista no decorrer da trama, surpreendendo o espectador, e pelo fato de que Lee Jones está bem mais leve que o habitual, apresentando um toque de humor sem que esteja ligado ao seu habitual ar carrancudo. Ele até dança!

Em meio a tantas ousadias, Dívida de Honra ainda investe em características tradicionais do gênero: as amplas paisagens, captadas pela bela fotografia de Rodrigo Prieto, a envolvente trilha sonora de Marco Beltrami e o road movie, onde os personagens principais passam por um processo de descoberta e transformação. Belo filme.

Nota : 8.5

O Sal da Terra


O filme conta um pouco da longa trajetória do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado e apresenta seu ambicioso projeto "Gênesis", expedição que tem como objetivo registrar, a partir de imagens, civilizações e regiões do planeta até então inexploradas.
Concorrente merecido do Oscar de melhor documentário, "O Sal da Terra" conta de maneira breve sobre a vida de Sebastião Salgado e logo em seguida já foca em seu trabalho e fotografias tiradas ao longo de sua carreira.
Durante o filme, são exibidas diversas das principais e mais marcantes fotografias de Sebastião Salgado e ele explica o que cada uma significa, a importância das fotografias tiradas e a incrível história que está por de trás de cada imagem.
O filme conta com uma direção incrível e tecnicamente é impecável, principalmente no quesito fotografia. Quanta irônia!
Não se trata de uma obra didática, mas ao mesmo tempo oferece muitas informações acerca do fotógrafo. A infância em Minas Gerais, os estudos no Espírito Santo, a formação em economia, tudo é abordado até chegarmos na compra da primeira câmera pela esposa, pessoa fundamental em sua trajetória. Temos acesso à primeira foto tirada por ele e descobrimos que ele trabalhou como fotógrafo esportivo e fez até nus antes de descobrir sua verdadeira vocação como fotógrafo social.
É difícil não se abalar com algumas das fotografias tiradas na Etiópia, em Mali, em Serra Pelada e principalmente em Ruanda, que ele mesmo define como o "inferno na terra" (a situação de conflito, não o país). É impressionante ouvi-lo falar sobre deixar um trabalho com a alma doente.

Em sua parte final, o longa mostra o trabalho ambiental realizado por ele no Instituto Terra e através do ensaio fotográfico Genesis, considerado por ele como sua homenagem ao planeta.

Nota : 8.0

O Último Ato


Em O Último Ato, Simon Axler (Al Pacino) é um ator consagrado que, aos 65 anos, sente que perdeu a capacidade de interpretar. Em crise, ele se interna em uma clínica de repouso e passa a ter consultas via Skype com um terapeuta. Ao deixar o local para viver sozinho em uma casa enorme localizada em Connecticut, ele reencontra Pegeen Stapleford (Greta Gerwig), a filha de um grande amigo, que não via desde quando ela era uma criança. Pegeen sempre nutriu uma paixonite por Simon, mas há 16 anos decidiu se assumir como lésbica e mantém um relacionamento estável com Louise Trenner (Kyra Sedgwick). Ao perceber que Simon está solitário, ela joga tudo para o alto e decide ter um relacionamento com ele. Lisonjeado pelo súbito interesse de alguém bem mais jovem, Simon embarca na relação mas logo percebe que diferenças de idade e de pensamento são grandes problemas a serem enfrentados.
Por mais que Greta Gerwig entre para protagonizar esse romance vivido no longa, a paixão em si fica de lado na trama, seu foco principal é de fato a crise vivida internamente pelo ator Simon Axler e sua capacidade de interpretar. O romance entra no longa também para de uma certa forma afetar nessa crise e dar um rumo a vida pessoal e profissional de Axler.
Pacino desempenha bem seu papel, principalmente em algumas cenas jogadas mais para o lado cômico como o caso da fã que deseja que ele mate o marido dela. Greta Gerwig também agrada bastante com o papel de ex-lésbica e "adolescente" eternamente apaixonada pelo astro de Hollywood.

O Último Ato se sustenta muito graças à qualidade da dupla Pacino/Gerwig e as situações inusitadas em torno do relacionamento deles. O desfecho pra lá de exagerado até é condizente com o que o personagem principal representa, mas não deixa de ser também uma supervalorização excessiva da situação vivenciada.

Nota : 8.0

Duas Irmãs, Uma Paixão


O filme acompanha a história do triângulo amoroso das irmãs Caroline (Hannah Herzsprung) e Charlotte (Henriette Confurius) com o escritor Friedrich Schiller (Florian Stetter). As irmãs sempre foram muito próximas e amigas uma da outra, e partilhavam de um coração e alma muito interligados. Com a chegada de Schiller, as duas se veem presas a um mesmo amor, e são levadas pelo escritor, que se apaixona pelas duas igualmente. Carolline é casada, mas vive uma vida infeliz com o marido, e encontra em Schiller seu conforto. Já Charlotte vivia sonhando com um bom marido, e vê igualmente em Schiller o homem de sua vida. Os três começam a viver um romance juntos, mas os laços das irmãs podem não ser tão fortes para sustentar essa situação.
O roteiro é até bom e geraria um bom filme, porém Dominik Graf consegue estragar o filme com a maneira que ele vai decorrendo. Por mais que seja uma história atrativa, o formato em que o filme se desenvolve não só cansa mas faz o filme levar um ritmo totalmente oposto do que ele poderia ser.
O longa foi escolhido para representar a Alemanha na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015. O que deixa a pergunta: será que não teve nenhum filme alemão melhor que este em 2014? Difícil de acreditar. Estamos diante de uma obra superficial, desinteressante e pouco envolvente. Um melodrama sem fim, que conta com 138 minutos de duração. A direção, a montagem, as atuações... Tudo é tão mal desenvolvido que a impressão é que estamos diante de um longa de quatro horas de duração.
Duas Irmãs, Uma Paixão retrata algumas das mudanças que a Europa sofreu no século XVII e no início do XVIII, mostrando, por exemplo, a modernização do processo de impressão. Mas tudo é deixado de lado em prol do romance, inclusive o valor da obra de Schiller. Mais uma vez, não há problema em mudar o foco, o problema é não saber desenvolvê-lo. E é o que acontece aqui. Não descobrimos nada sobre o poeta e também não nos envolvemos o bastante para se importar com sua vida romântica. Ao longo da projeção, a única torcida é para que o filme acabe logo. 
Para não dizer que trata-se de um longa sem virtudes, é importante elogiar os trabalhos de direção de arte, figurino e maquiagem. Visualmente, há um bom trabalho de produção. 

Nota : 7.0

Ponte Aérea


Em Ponte Aérea, tudo começa quando um voo do Rio de Janeiro para São Paulo tem seu curso desviado para Belo Horizonte, devido à forte chuva que castiga a capital paulista. Diante do imprevisto, os passageiros são hospedados em um hotel para que, na manhã seguinte, sigam para São Paulo. Entre eles estão o carioca Bruno (Caio Blat) e a paulista Amanda (Letícia Colin), que se conhecem no hotel. Após um rápido flerte, eles passam a noite juntos mas se desencontram no dia seguinte, já que Bruno pega um voo logo cedo. Já em São Paulo, ele a procura bem no dia em que é promovida na agência de publicidade em que trabalha. Aos poucos o sentimento entre eles se intensifica, mesmo que tenham que lidar com as dificuldades dos 432 quilômetros de distância entre as cidades que vivem.
Não é de hoje que venho falando que o cinema brasileiro vem melhorando e se abrindo para mais gêneros distintos da comédia, que ainda assim é o nosso forte. Ponte Aérea é um exemplo de filme não comédia que estréia bem e se destaca entre os últimos nacionais lançados ultimamente. 
Ponte Aérea é um romance que foca não só a relação vivida entre os personagens Bruno e Amanda mas também faz questão de dar uma valorizada para as diferenças que existem entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro que são ao mesmo tempo muito longe e muito perto uma da outra.
No filme, a diretora Julia Rezende não fixa apenas nos pontos turísticos como a Avenida Paulista e a Praia de Copacabana, ela vai além, como mostrando o dia carioca com as maravilhosas paisagens e a tradicional noite paulista. Também é mostrado no filme a diferença entre as pessoas paulistas e cariocas, transmitindo a tranquilidade e o sossego do famoso jeitinho carioca e a pressa e o stress do povo paulista.
Caio Blat faz um bom carioca, daqueles bem tradicionais com aquele pinta de moleque ainda mais diante da personagem de Letícia Colin, que faz uma paulista com sede de sucesso profissional, uma mulher séria que se deixa levar por uma paixão que a tira completamente da rotina "comum" de sua vida.
Para Colin, é necessário um espaço a mais nesse texto. Para quem viu "Bonitinha, mas Ordinária", sempre que vemos Letícia Colin remetemos na mesma hora aquela adolescente mimada e perversa do filme, é simplesmente automática essa lembrança. Com certeza, essa lembrança ainda permanecerá, mas durante Ponte Aérea, Colin consegue apagar essa imagem de adolescente e se mostra de fato uma grande atriz e um verdadeiro mulherão. 

Ponte Aérea passa longe da perfeição, mas é um romance brasileiro agradável e bonito, por mais que não termine da maneira que a grande maioria espera. Pelo menos assim, foge um pouco do típico clichê dos finais de romance.

Nota : 8.0

Em um Pátio de Paris


Nessa nova comédia francesa que chega aos cinemas brasileiros, desanimado demais para seguir tocando em sua banda de rock, Antoine (Gustave Kervern) busca uma nova ocupação. Sem experiência, ele acaba conseguindo emprego como zelador de um antigo prédio parisiense e logo revela-se muito bom na função. Assim ele conhece Mathilde (Catherine Deneuve), senhora recém-aposentada com quem desenvolve uma relação de amizade.
Sem dúvida, Deneuve é um grande motivo para que esse filme dê uma alavancada nos complexos em que o filme ser exibido, afinal, estamos falando de uma das maiores e mais antigas "musas" do cinema não só francês mas também europeu.
Em um Pátio de Paris é uma comédia leve e divertida, fácil de agradar a quem o assiste. O elenco também agrada o público, inlcusive Deneuve que por mais que não seja a principal no longa, também desempenha um papel bastante agradável naquele seu estilo de sempre.
Com uma direção e um roteiro não muito forte, o longa se sustenta na simplicidade e nos acontecimentos do dia a dia que são transmitidos de uma maneira levemente cômica em situações divertidas e complicadas.

Em um Pátio de Paris tem uma pinta de Sessão de Tarde pelo seu toque leve e familiar, mas é uma boa pedida para uma literal sessão de matinê ou até mesmo noturna em algum cinema por aí.

Nota : 7.5

O Garoto da Casa ao Lado


Neste filme, após ser traída pelo marido, a professora Claire Peterson (Jennifer Lopez) está em vias de se divorciar. Ela vive sozinha com o filho adolescente, até perceber que um jovem acaba de se mudar para a casa ao lado. O sedutor Noah Sandborn (Ryan Guzman) rapidamente oferece ajuda nas tarefas da casa e se torna o melhor amigo do filho de Claire. Aos poucos, o vizinho passa a seduzi-la, levando a uma noite de amor entre os dois. No dia seguinte, a professora está decidida que tudo foi apenas um erro, mas Noah não pretende abandoná-la tão cedo. O caso de amor torna-se uma perigosa obsessão.
O Garoto da Casa ao Lado traz suspense com uma dose de erotismo recheado de clichês. Por mais que a trama seja interessante e deixe o público preso na tela para ver o que vai acontecendo no decorrer do longa, esse é aquele tipo de filme completamente previsível.
Em diversas cenas vemos o filme se perder em clichês e em situações que parecem de fato até mesmo cópias de outros filmes do mesmo gênero. O fato de Noah se tornar o melhor amigo do filho de Claire e colocá-lo contra o pai, a traição dele ao amigo, as ameças de Noah a Clairee algumas cenas criadas para assustar o público são totalmente previsíveis desde o início do filme.
Sua direção não é muito boa e o roteiro é apenas fraco. Jennifer Lopez até que não vai mal de atriz, mas continua melhor cantando do que atuando. O resto do elenco apenas faz uma atuação comum, sem nenhum grande destaque para ninguém.

O Garoto da Casa ao Lado é um filme de suspense que nos mostra uma relação de ciúmes possessivo com alguns exageros no final mas sem grandes surpresas e qualidades. Podemos dizer apenas que é um filme comum, daqueles que depois de alguns dias ou meses você simplesmente o esquece.

Nota : 7.5

No Meio do Rio, Entre as Árvores


Este filme é o resultado de uma expedição ao Alto Solimões, onde foram ministradas oficinas de vídeo, circo e fotografia às comunidades ribeirinhas, dentro de reservas ambientais. O filme é feito por pessoas dessas comunidades a partir da tecnologia recém-aprendida e com a visão “de dentro para fora”, sem intérpretes. Do coração da Amazônia para o mundo, ficamos sabendo como é o cotidiano de pessoas que habitam rincões remotos do Brasil. Assim como o que pensam, quais os seus sonhos e como resolvem os problemas que enfrentam por viverem no meio do rio, entre as árvores.
É um documentário que por mais que tenha aquela pinta de amador e de fato realmente até seja um pouco, é bastante interessante por mostrar as dificuldades enfrentadas no dia a dia para os moradores de uma região da Floresta Amazônica bastante afastada da cidade grande onde a única maneira de chegar é através de barco pelo rio.
No longa podemos conhecer melhor o trabalho das mulheres com a natureza, a união das pessoas da comunidade, a pesca, a educação e o difícil acesso a saúde que essas pessoas tem por conta de um devido esquecimento do governo em relação a elas.

Por mais que a imagem seja um tanto tremida e que o documentário parece até em alguns momentos um trabalho escolar, é um filme que vale a pena ver para sabermos mais sobre a cultura e o dia a dia das pessoas simples que vivem no coração da Amazônia.

Nota : 7.0

Eduardo Coutinho, 7 de Outubro


Neste filme, Eduardo Coutinho diante de sua fiel equipe, concede a Carlos Nader uma entrevista de quatro horas. Ele, o homem acostumado a questionar, assume aqui um diferente papel e revela suas ideias expondo ao público um pouco mais sobre sua opinião em relação a seus filmes e seus métodos para realizar documentários tão ricos de maneira simples e de forma que façam sucesso.
Na verdade este filme é uma "longa" entrevista de 1h12 em que Carlos Nader abre espaço a Coutinho para falar não de sua vida, mas sim um pouco mais sobre seus filmes, seu estilo de documentárista e a maneira com que ele consegue que as pessoas se abram de uma maneira tão espontânea durante as entrevistas para seus filmes.
Por mais que Eduardo Coutinho não fale sobre sua vida pessoal pelo fato de a proposta do mini-longa ser outra, o filme é bastante claro em relação a sua carreira. Muito bacana é de Nader pedir a Coutinho que escolha um número e aleatoriamente selecionar um dos personagens de seu filme para que ele comente sobre a pessoa que está sendo entrevistada, como foi realizar aquela entrevista e que opine sobre a opinião expressa pelo entrevistado a respeito do tema que está sendo tratado.

Quem realmente gosta de cinema e de documentários, certamente é um fã de Eduardo Coutinho, então vale muito apena assistir a esse filme. É muito bacana você poder ver a visão do próprio diretor a respeito de sua própria obra. E de uma coisa podemos ter certeza ao terminarmos de ver esse filme : Eduardo Coutinho era realmente muito fumante!

Nota : 7.0

Marcas da Água


Através de vários países do mundo, Marcas da Água é um documentário que busca retratar a interação entre os seres humanos e a água. O filme busca compreender nossa necessidade de água, como ela separa os povos e atrai as pessoas, e quais são as consequências do seu uso. Entre as locações filmadas estão um imenso aqueduto na China e o delta do rio Colorado, nos Estados Unidos.
Durante a primeira parte do filme, ele chega a ser insuportável. Pouco explicativo sobre a água e sua escassez, o longa passa toda sua primeira parte com falas pouco proveitosas e imagens de seca, algo que já estamos cansados de ver.
Do meio pra frente a coisa começa a melhorar. O sono vai passando e o interesse começa a surgir em relação ao filme e ao tema exibido na tela. Marcas da Água não vem aos cinemas com a intenção de dar dicas de como economizar água, nada disso. Seu foco principal é justamente mostrar a importância de nossas vidas através do uso e de cada cultura no mundo dando maior ênfase aos chineses e indianos.
A melhor qualidade desse documentário é a fotografia que é incrível, com paisagens ao mesmo tempo belas e assustadoras. A outra grande qualidade é a maneira de mostrar através da tela a cultura de países tão diferentes como a Índia, dando destaque principal a idolatria em relação a Ganges e quando os indianos vão se banhar para se lavarem interiormente através das águas abençoadas do rio.

Marcas da Água é um documentário não tão explicativo, que até da um soninho, mas que dá para se tirar coisas boas como a culturas de países e a importância da água em nossas vidas.

Nota : 6.5

Terceira Pessoa


Com um elenco de peso, o filme conta três histórias de amor diferentes: Michael (Liam Neeson) é um escritor veterano, que acaba de romper com a esposa (Kim Basinger) e viaja a Paris, buscando novas histórias. Ele encontra na aspirante a escritora Anna (Olivia Wilde) uma amante e uma inspiração, devido ao passado sombrio da garota. O empresário Scott (Adrien Brody) está passeando por Roma, quando conhece a misteriosa cigana Monica (Moran Atias) e simpatiza com sua perigosa busca para reencontrar a filha pequena. Julia (Mila Kunis) é uma jovem mãe, traumatizada após perder a guarda do filho para o ex-marido famoso (James Franco), e conta com a ajuda da advogada Theresa (Maria Bello) nesta batalha judicial.
Terceira pessoa começa um pouco confuso até conseguirmos encaixar uma história na outra pelo fato de termos 3 histórias "distintas" que vão dividindo entre elas o espaço em cena. Mas após um certo tempo de filme, quando começamos entender melhor as histórias em si apresentadas, a trama começa ficar bem mais instigante.
Com um elenco de peso, com grandes nomes como Liam Neeson, Mila Kunis, Olivia Wilde, Maria Bello e Kim Basinger o filme se mostra uma grande oportunidade em especial para Kunis e Wilde demonstrarem as grandes atrizes que são.
Acredito que o maior pecado do filme tenha sido o fato de esticar muito as cenas,  repetindo ações e construindo momentos que pouco acrescentam ao conjunto. A longuíssima cena do bar Americano, as dezenas de idas e vindas entre Michael e Anna no hotel, os diversos instantes de Julia correndo em corredores servem para fazer a história continuar, mas não necessariamente se desenvolver, ou seja, não tinha necessidade de uma trama de 2h17, afinal, se fosse menos tempo seria até mais atrativa.
O grande elenco também deve seduzir o público. Kim Basinger se sobressai em uma pequena cena e é sempre bom ver Liam Neeson em um papel menos bruto.

Terceira Pessoa é um filme gostoso de se ver apesar de ser aqueles filmes pensantes. Ou seja, já vou avisando, assistam com muita atenção pois o final não é nada fácil de compreender. É o tipo de filme que você sai da sala debatendo opiniões com seu companheiro de sessão para compreender de fato o que o final quis transmitir como desfecho. 

Nota : 8.5

Cinderela

Todos já sabem que está na tendência adaptar histórias que fizeram parte da nossa infância para filmes de grande orçamento. Se formos listar alguns deles lembramos de muitos, alguns mais recentes como Branca de Neve e o Caçador, Oz : Mágico e Poderoso, Malévola, João e Maria : Caçadores de Bruxas, Caminhos da Floresta que é uma junção de vários contos em um só filme e ainda tem aqueles que estão se preparando para iniciar filmagens como A Bela e a Fera. Pois é, são muitos. Cinderela é só mais um que vem traduzindo uma clássica história da Disney para um grande filme épico.
Cinderela, diferente de alguns no estilo, manteve fiel a história clássica que nos é apresentada na animação. Após a trágica e inesperada morte do seu pai, Ella (Lily James) fica à mercê da sua terrível madrasta, Lady Tremaine (Cate Blanchett), e suas filhas Anastasia e Drisella. A jovem ganha o apelido de Cinderela e é obrigada a trabalhar como empregada na sua própria casa, mas continua otimista com a vida. Passeando na floresta, ela se encanta por um corajoso estranho (Richard Madden), sem desconfiar que ele é o príncipe do castelo. Cinderela recebe um convite para o grande baile e acredita que pode voltar a encontrar sua alma gêmea, mas seus planos vão por água abaixo quando a madrasta má rasga seu vestido. Agora, será preciso uma fada madrinha (Helena Bonham Carter) para mudar o seu destino.

Algumas coisas mudam na história, como o fato de Cinderela já ter encontrado o príncipe antes do baile e também de mostrar mais sobre a infância de Cinderela e a maneira de como ela perde seus pais. Mudanças que não afetam na verdadeira história, pelo contrário, só complementam.

Cate Blanchett no papel de madrasta desempenha muito bem seu lado má e agrada a quem assiste ao longa, já a novata Lily James no papel de Cinderela não faz nenhum show de atuação mas encanta o público com sua doçura e beleza. Outra que se sai bem é Helena Bonham Carter em sua pequena participação como Fada Madrinha. Os demais do elenco, não fogem da rotina.

Ao se tratar de Disney, é de se esperar belos efeitos especiais, algo que nesse filme podemos encontrar novamente. A cena da transformação da Cinderela para ir ao baile, quando a fada madrinha tranforma a abóbora em carroagem, e os animais em suas respectivas tarefas para levar Cinderela ao baile é a melhor cena do filme na minha opinião.

Cinderela é fiel e agrada bastante, não é dos melhores, fica atrás de muitas adaptações, mas é de fato um bom filme

P.S : Não cheguem atrasado na sessão, antes do filme está sendo exibido o curta "Frozen : Febre Congelante" trazendo todos os personagens de Frozen em uma nova e curta história mas bastante divertida e cantada, tão boa quanto o longa.


Nota : 8.0

Branco Sai, Preto Fica

Tiros em um baile de black music na periferia de Brasília ferem dois homens, que ficam marcados para sempre. Um terceiro vem do futuro para investigar o acontecido e provar que a culpa é da sociedade repressiva. Branco Sai, Preto Fica é um filme que assim como vem na divulgação é político e apocalíptico porém bem mal desenvolvido.

Volto a questionar a crítica profissional que cultua filmes que são quase desastrosos. Branco Sai, Preto Fica é um desses. Por mais que a ideia seja bastante interessante e o tema seja não só polêmico mas também importante para a sociedade no momento em que vivemos, o filme é muito "nada a ver"

Os atores são péssimos, direção ruim e o roteiro até que é legal mas foi muito atrapalhadamente desenvolvido. Não adianta ter uma proposta boa se nada mais funcionar, sou dessa opinião.

É um filme realmente de doido, que o protagonista quer gravar algumas músicas e sons da cidade onde vivem em Brasília e através de uma máquina mirabolante tipo uma rebimboca da parafuseta jogar esse som no espaço para alcançar a todas as pessoas do universo com a música em destaque sendo "A Dança do Jumento".

Realmente é um filme político, com um fundo de protesto por trás das cenas, mas mesmo assim não dá pra achar isso bom, me desculpem os que gostaram mas sejamos mais direto ao ponto. Aquele homem do futuro é literalmente horrível no filme, morando no containner de uma obra e uma mulher do futuro com cara de estudante que aparece numa tela ao lado de dentro de sua "humilde residência", ele revoltado no final quando é "atacado", o protagonista gravando numa rádio que pelo que parece ninguém a escuta e cantando como se estivesse na balada em que ele foi ferido mostrando sempre as mesmas fotos que acredito serem as únicas sobreviventes do dia fatídico e mais outras cenas são uma imagem do desastre que esse filme acabou sendo.

Sinceramente, a única coisa que salvou esse filme foi a proposta que realmente nos dias de hoje, é muito importante. Só faltou mais habilidade em traduzi-la


Nota : 5.5

O Amor é Estranho

Love is Strange (no original) conta a história de Ben (John Lithgow) e George (Alfred Molina), que formam um casal há quatro décadas. Quando finalmente decidem se casar, a cerimônia é aprovada por amigos e familiares, mas acaba levando George a perder o seu emprego. Sem dinheiro, os dois são obrigados a viver separadamente até conseguirem vender a casa e comprar outra, mais barata. A nova vida em lares provisórios torna-se bastante desgastante para o casal e para os amigos envolvidos.

O longa mostra um pouco das dificuldades que os casais homossexuais têm ainda em meio a sociedade só que dessa vez ao invés de abordar um casal jovem, é abordado um casal de idosos onde por mais que a família os aceitem e amem do jeito que são, a sociedade lá fora ainda os julga por causa de sua opção sexual.

O Amor é Estranho é um filme simples, sem tanta polêmica devido ao seu tema e com cara de sessão da tarde. Mostra os típicos dramas familiares entre pais e filhos e as dificuldades do dia a dia.

O Amor é Estranho não é um romance habitual, do tipo que mostra o início, o desenrolar e o fim (ou o possível fim) de um casal. É uma história singela, com uma certa dose de melancolia, que acompanha situações absolutamente cotidianas dentro do relacionamento humano. A banalidade dos eventos retratados acaba sendo o grande trunfo do filme, pela possibilidade do espectador tão bem se identificar com o que acontece na tela, aliado a momentos ternos como o olhar carinhoso que Lithgow sempre oferece a Molina quando seus personagens se encontram. É neste ato tão puro de afeição que é possível notar que o amor não é estranho, mas sim o que está à sua volta. E que, às vezes, a vida é estranha.


Nota : 7.0

Força Maior

Em Força Maior uma família sueca passa as férias nos Alpes para esquiar. Eles ouvem um estrondo, que poderia ser um alerta de avalanche. Mas o pai não acredita na possibilidade de perigo. Enquanto comem, são surpreendidos pela avalanche. O pai reage com covardia abandonando sua família, o que fará com que ele seja perseguido pelos seus erros até o fim de sua vida.

O diretor propõe uma investigação profunda sobre as expectativas que a família mantém sobre o papel do pai (supostamente forte e protetor), da mãe (supostamente sentimental e dependente da ajuda masculina) e das crianças. O roteiro aparenta seguir o caminho típico das produções de Michael Haneke o pequeno evento que se torna gradativamente maior, até a inevitável explosão mas este filme sueco opta por um caminho menos linear, mais soturno. Existe o prazer em ver ruírem as convenções sociais, mas existe também um estudo interessantíssimo sobre os mecanismos necessários para sustentar estas convenções.

É um filme que não chega a ser nenhuma obra de arte, mas é muito bom, em todos os quesitos. A atuação das crianças é bastante curiosa e interessante, desempenharam bem o papel.

Força Maior conta com uma fotografia impecável com locações que geram imagens lindíssimas e uma música de suspense que caiu muito bem na trama. O legal é que por mais que seja um drama com um assunto bastante complicado, o filme ainda conta com alguns momentos divertidos que acabam se tornando um tanto cômico para quebrar um pouco a tensão da trama trazendo um pouco de risos leves ao público.

Sabemos que Força Maior foi um dos indicados a concorrer o Oscar de 2015 como melhor filme estrangeiro mas acabou ficando de fora, na minha opinião, por injustiça. Merecia sim ter concorrido ao Oscar, consegue ser melhor do que os concorrentes Timbuktu e Leviatã.

Força Maior é um bom filme que peca apenas por alongar muitas cenas sem tanta necessidade, sendo em alguns momentos um tanto repetitivo com cenas muito parecidas, mas fora isso é um bom filme e uma ótima dica para os fãs de filmes estrangeiros de arte.


Nota : 7.5

Mapas Para as Estrelas

Nessa trama incrível de David Cronenberg, Agatha Weiss (Mia Wasikowska) acabou de chegar a Los Angeles e logo conhece Jerome Fontana (Robert Pattinson), um jovem motorista de limusine que sonha se tornar ator. Eles começam a sair juntos e flertar um com o outro, por mais que Agatha mantenha segredo sobre seu passado. Não demora muito para que ela comece a trabalhar para Havana Segrand (Julianne Moore), uma atriz decadente que está desesperada para conseguir o papel principal da refilmagem de um sucesso estrelado por sua mãe, décadas atrás. Paralelamente, o garoto Benjie Weiss (Evan Bird) enfrenta problemas ao lidar com seu novo colega de elenco, já que é a estrela principal de uma série de TV de relativo sucesso. Entretanto, como esteve internado recentemente, está sob a atenção especial de sua mãe (Olivia Williams) e dos produtores da série, que temem um escândalo.

Mapas Para as Estrelas é aquela típico filme feito para atores, um filme que dá grandes deixas para que o elenco se destaque em suas atuações e quem acaba usando melhor isso é de fato a vencedora do Oscar pelo filme Para Sempre Alice, a deslumbrante Julianne Moore.

Moore dá um show em cena, na minha opinião ela atua melhor até mesmo do que atuou em Para Sempre Alice. Mostra a grande atriz que é, convence, encanta e desempenha de forma brilhante o papel de Havana Segrand.

Destaques também para Mia Wasikowska e para o jovem Evan Bird, que fazem um papel de irmãos numa certa relação de amor e ódio, loucuras e insanidade muito bem introduzida na trama. Ambos também são um deslumbre em cena.

Para terminar o quesito elenco, sobraram Robert Pattinson que não surpreende, tem apenas uma atuação tradicional do que já é acostumado a ter e John Cusack, um dos atuais mestres do suspense que coube bem no longa com sua cara de psicopata e maluco ao mesmo tempo.

Pra falar de direção, vou antes tirar meu chapéu. Cronenberg mais uma vez desempenha bem sua função numa trama pesada e polêmica que mostra o obscuro mundo das estrelas de Hollywood.

O roteiro também é bom, porém ele já é um tanto confuso. O vai e vem de uma história para outra acaba confundindo os que não estão tão acostumados com esse tipo de filme.

Mapas Para as Estrelas é um filme muito bom, que mostra a realidade de algumas estrelas em busca pela fama e como acabam de fato jogando suas vidas no lixo devido a arrogância e a superioridade que tem com as pessoas que estão ao seu redor. 


 Nota : 8.5

Um Jovem Poeta

Em Um Jovem Poeta, o maior sonho de Rémi é tornar-se um grande poeta e emocionar o mundo com seus versos. Rémi decide procurar por inspiração na cidade de Sète, na França, e já está preparado para iniciar seu trabalho. Mas com tantos lugares para conhecer, ele não sabe por onde começar.

Se trata de um filme péssimo. Sem pé nem cabeça e cômico de tão ruim principalmente no final quando Rémi está bêbado. Outra cena horrível e o diálogo da "tela" como se fosse o conciente do personagem falando com ele mesmo.

Mal dirigido, mal atuado e sem nexo nenhum, é um filme difícil de ver até o final, só se é possível graças a seus poucos 71 minutos de duração.

O filme é tão confuso quanto o personagem que é meio louco também, impulsivo e sem ideias, algo estranho para quem quer ser um poeta.

É um filme leve mas que não agrada, o roteiro é muito fraco, algo que não ajuda e faz com que seja difícil prender a atenção numa história tão sem pé nem cabeça.

Resumindo e em poucas palavras assim como esse texto : RUIM!


Nota : 5.5

O Duelo

Partindo do dito "Quem conta um conto, aumenta um ponto", O Duelo chega aos cinemas contando a história do comandante Vasco Moscoso de Aragão (Joaquim de Almeida), um homem que está cansado da sua vida aventureira em alto mar, e busca um lugar tranquilo para viver. É assim que ele chega até a vila de Periperi, uma cidadezinha costeira, e logo conquista a todos no local. Aragão ganha a admiração dos homens que se juntam para ouvir suas histórias fantásticas, e conquista as mulheres, com seus ares românticos da Europa. Só que o fiscal Chico Pacheco (José Wilker), até então o homem mais admirado da cidade, desconfia de Aragão e começa a investigar a vida do forasteiro, querendo saber se tudo que ele diz é verdade ou não.

Fruto da obra "Os Velhos Marinheiros" de Jorge Amado, O Duelo é uma comédia leve e divertida, principalmente quando coloca em cena o glorioso José Wilker em sua, de certa forma, despedida das telas grandes. Quando Wilker está em cena o filme cresce, ele coloca mais diversão na trama com o seu papel divertido e intrigante de Chico Pacheco. Sem dúvida é o ponto mais alto do filme.
 
O diretor acerta ao evitar ao máximo o recurso da narração, traduzindo a narrativa em imagens – afinal, é de cinema que estamos falando – de forma criativa. Vasco começa a contar os seus "causos" para a pequena plateia de Periperi e, de repente, todo o cenário ao redor se transforma, e eles (e o espectador) são jogados para dentro da história.

Já o grande elenco global que além de José Wilker tem Claudia Raia, Patricia Pillar, Tainá Müller, Milton Gonçalves e Márcio Garcia também não tem grande destaque no longa, passam quase desapercebidos, com atuações apenas "simples".

O Duelo também faz um bom uso de efeitos especiais, bem convincentes, fundamentais para dar conta das reviravoltas e acidentes (meteorológicos, inclusive) pelos quais o personagem passa, conduzindo o espectador para um final surpreendente. Afinal, depois da tempestade, sempre vem a bonança.
 


Nota : 7.5

Insubordinados

Em Insubordinados, Janete (Sílvia Lourenço) está sempre em um hospital, onde acompanha a internação de seu pai, um coronel aposentado da Polícia Militar, que está inconsciente. Ela ocupa as horas ociosas escrevendo seu primeiro romance, uma história policial influenciada pelos relatos do próprio pai quando era mais jovem. Aos poucos as pessoas que ela conhece em sua monótona rotina ganham vida também nas páginas do livro em formação, de acordo com a imaginação da autora.

O curioso é que o longa tem como subtítulo "Trilogia da Vida Real - Parte 1" e eu de fato não vi muito de vida real no longa. A trama passa mais tempo dentro das ideias escritas pela personagem Janete do que de fato na vida real da protagonista, que é seu pai em fase terminal.

É aquele filme brasileiro com cara de amador, desde a direção até as partes mais técnicas como trilha sonora e fotografia. Nada combina com nada. Atuações então, todas muito fracas, atores sem expressão, que não conseguem transmitir realidade ao público.

Para não dizer que nada se salva, o filme não é totalmente perdido quando falamos do roteiro, que apesar de fraco ainda consegue fixar um pouco da atenção do público para saber o decorrer da trama e como será o desfecho da história que não surpreende muito.

Insubordinados é mais um filme brasileiro de baixo orçamento que não vinga e nem vai vingar pelo jeito. Resta agora coragem literalmente para se concluir a "Trilogia da Vida Real"
 


Nota : 6.5

Dois Lados do Amor

Dois Lados do Amor é um romance com uma grande dose de drama que se passa em Nova York, Estados Unidos. Connor Ludlow (James McAvoy) e Eleanor Rigby (Jessica Chastain) são casados, mas a incurável dor de um trágico acontecimento a faz deixar repentinamente o marido e a vida que levava até então. Enquanto ela tenta recomeçar e busca novos interesses, ele tenta reencontrar o amor desaparecido e entender o que de fato aconteceu.
O roteiro é muito bom, é uma história bastante triste mas que se bem interpretada também consegue ser um tanto bonita. A direção de Ned Benson, também autor do roteiro, é boa mas tem algumas falhinhas que não são tão levadas em consideração.
Algo que merece um grande destaque também é a impressionante atuação de Jessica Chastain, pela fortaleza que representa e a sensibilidade na verdadeira montanha-russa que é sua personagem. James McAvoy também faz um bom trabalho, mas é ofuscado pelo brilho dela. Um casal que combina, na alegria e na tristeza, na química e no choro. Um casal de verdade.
Um filme tecnicamente bem, mas que não chega a ser perfeito pelo simples fato de na sua maior parte não ter uma explicação e ser um tanto "enrolado" e dessa maneira acaba cansando um pouco o público em certa altura da trama. Descobrimos o motivo da separação do casal nas cenas finais, ou seja, por quase 2 horas fica uma história sem motivo aparente para os espectadores em meio tanta enrolação, mas ainda assim, é uma ótima opção para quem gosta de boas histórias e belas atuações.


Nota : 7.0

A Série Divergente : Insurgente

Chega de espera, Insurgente está nos cinemas e dessa vez Tris (Shailene Woodley) e Quatro (Theo James) são fugitivos e procurados por Jeanine Matthews (Kate Winslet), líder da Erudição. Em busca de respostas e assombrados por prévias escolhas, o casal enfrentará inimagináveis desafios enquanto tentam descobrir a verdade sobre o mundo em que vivem.
Insurgente é aquela sequência que para ser entendida, é extremamente necessário ter assistido ao primeiro filme, ou seja, se você nunca assistiu Divergente, assista antes de ir ao cinema para ver Insurgente.
Insurgente é melhor que Divergente por ser mais direto e conter muito mais cenas de ação e efeitos especiais incríveis sem fugir da temática do filme. O romance entre Tris e Quatro ainda tem foco, mas bem menor do que no primeiro filme da série.
Outro ponto positivo é a direção de Robert Schwentke, que foi melhor do que a de Neil Burger, diretor de Divergente, mesmo tendo sido também bem desenvolvida. O diretor soube como fazer as cenas principalmente de ação onde tinham um número grande de efeitos todos bem desenvolvidos.
O elenco jovem do filme também mostra mais maturidade nessa sequência, com destaque para a nova queridinha Shailene Woodley que interpreta a personagem principal Tris. Shailene na minha opinião já se mostrou grande atriz em seu primeiro trabalho de destaque no cinema em Os Descendentes ao lado de George Clooney onde desempenhou brilhantemente seu papel de adolescente rebelde e viciada em drogas. E de lá pra cá veio bem também em A Culpa é das Estrelas e Divergente. Outro que merece destaque é Milles Teller no papel de Peter, Teller tem se mostrado também cada vez mais uma promessa para Hollywood dando destaque claro para seu trabalho anterior "Whiplash".

Insurgente é um filme bom em todos os aspectos. Não chega a ser perfeito, mas agrada a todo o público, inclusive os que não eram fãs de Divergente. Deixa aquele gostinho de quero mais e uma grande ansiedade para o próximo filme.

Nota : 9.5

Meus Dois Amores


Meus Dois Amores é um filme baseado na novela "Corpo Fechado" de Guimarães Rosa. Na região onde vive, o vaqueiro Manuel (Caio Blat) é invejado por sua mula, a valiosa Beija-fulô. Um matador (Alexandre Borges) aparece no local e demonstra interesse em comprar o animal, mas Manuel vende outra mula, bichada. Quando o matador descobre que foi enganado, ele quer matar o vaqueiro e desonrar a noiva deste, Das Dô (Maria Flor). Manuel tem que recorrer ao feiticeiro local, Toniquinho das Pedras (Julio Adrião) para se proteger.
É um filme bem nordestino, que mostra o cangaço, as dificuldades do sertão, o poder dos fazendeiros entre outras coisas que só acontecem no nordeste.
O filme mostra de forma divertida um pouco do dia-a-dia de uma realidade que nós de São Paulo não conhecemos muito bem de uma forma romântica e divertida, mas nada que te faça morrer de rir.
A direção do filme é do estreante em cinema, Luiz Henrique Rios, mais habituado no mundo das novelas, não vai muito bem, mas também não é nenhum desastre. O roteiro é bom, porém previsível demais.
Passando para o elenco, Caio Blat, Maria Flor e Alexandre Borges vão bem, desempenham bem o papel, com seus estilos caipiras e sotaques e diverte o público pelo simples fato de estarem em um personagem diferente do real dos atores.

Meus Dois Amores não é nenhuma comédia para se dar gargalhadas, mas diverte num nível médio. É bom o fato de o filme conter apenas 86 minutos de duração. Se fosse mais do que isso, ficaria cansativo.

Nota : 7.0

Para Sempre Alice


Julianne Moore realmente está com tudo. Venceu o Oscar de melhor atriz por esse filme, está em cartaz em mais dois filmes (O Sétimo Filho e Mapas Para as Estrelas) além de Para Sempre Alice ao mesmo tempo sem falar na maratona de filmes que ela vem fazendo desde o ano passado.
Em Para Sempre Alice, Julianne é Dra. Alice Howland, uma renomada professora de linguistica. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. A doença coloca em prova a a força de sua família. Enquanto a relação de Alice com o marido, John (Alec Baldwin), fragiliza ela e a filha caçula, Lydia (Kristen Stewart), se aproximam.
Apesar de ser um tanto parado, o filme tem grande qualidade por focar na simplicidade do dia a dia de uma família, seus problemas e dificuldades assim como encontramos em qualquer família e a reação após a notícia da doença não só pela protagonista mas também por seus filhos e maridos de forma bem realista.
O roteiro é de qualidade, a direção não é das melhores mas é boa e o elenco ajuda no desenrolar da trama. Alec Baldwin como marido vai bem e Kristen Stewart como uma das filhas também não decepciona mais uma vez. Já Julianne Moore, dá um show em cena levando mais realidade a sua personagem e mostrando que levou a estatueta de melhor atriz merecidamente.

O filme é bom e a atuação de Moore valoriza mais ainda a trama. Um filme bonito, triste e qua vale apena assistir.

Nota : 8.5

O Sétimo Filho


No longa, John Gregory (Jeff Bridges) é o sétimo filho do sétimo filho e mantém uma cidade do século XVIII relativamente bem e longe dos maus espíritos. No entanto, ele não é mais jovem e suas tentativas de treinar um sucessor foram todas mal sucedidas. Sua última esperança é um menino chamado Thomas Ward (Ben Barnes), filho de um jovem fazendeiro. Seu primeiro desafio será grande: Ele terá que enfrentar a Mãe Malkin (Julianne Moore), uma terrível e poderosa bruxa, que escapou do seu confinamento quando o grande mestre Gregory estava afastado da cidade.
É mais um filme de ficção que envolve feiticeiras que chega aos cinemas e desempenha bem seu papel por mais que deixe a desejar em diversos pontos.
Falta muita coisa para O Sétimo Filho ser considerado um ótimo filme. Mas a principal é personalidade. Não funciona como fantasia, investindo em termos bobos como meio-bruxa ou caça-feitiços, contando com cenas ridículas (como a faísca azul que representa o amor eterno quando duas pessoas destinadas a estarem para sempre juntas se tocam...) e oferecendo diálogos e frases pouco inspiradas, como "Esvazie seu coração de tristeza e enche-o de coragem" que soa um tanto clichê.
É um filme técnicamente fraco mas que consegue agradar ao público com uma história que por mais que seja pouco envolvente é de fácil entendimento e tem seus adeptos independente de boa qualidade ou não.
Um ponto forte do filme é a atuação de Julianne Moore, em cartaz também pelo filme que lhe rendeu o Oscar, Para Sempre Alice. Moore não faz nada de tão surpreendente no filme, mas desempenha bem seu papel de feiticeira ainda não conhecido pelo público. A melhor em cena sem sombra de dúvida. O filme também conta com bons efeitos especiais.

Nota : 8.0

Meu Nome é Paulo


Meu Nome é Paulo é um filme religioso que se passa em um futuro apocalíptico onde Paulo (Andrew Roth) é um homem cheio de ódio que busca unicamente eliminar os seguidores do "Caminho", um movimento liderado por Pedro (Elijah Chester). Mas após sofrer um terrível acidente, um milagre o fará repensar tudo que ele sabe sobre si mesmo, levando-o a uma jornada onde ele pode aprender a viver e a amar.
É mais um daqueles filmes religiosos clichês que conta uma história que todos já estamos carecas de saber, de que Deus perdoa a todos independente do que fizeram de pecado no decorrer de suas vidas, basta crer e se arrepender.
Além de ser cheio de clichês, Meu Nome é Paulo também é um filme com o roteiro fraco e direção que deixa muito a desejar. Sem falar da fotografia, edição e trilha sonora que também não agradam. 

Enfim, é um filme que não chega a ser péssimo mas é fraco e um tanto amador, até mesmo no elenco e suas atuações. Filme interessante de se ver apenas para cristãos que ainda assim vão sair da sala com a sensação de que poderia ser melhor.

Nota : 6.0

Kingsman : Serviço Secreto


Kingsman é uma adaptação da série de quadrinhos criada por Mark Millar e Dave Gibbons onde Eggsy  é um jovem com problemas de disciplina que parece perto de se tornar um criminoso. Determinado dia, ele entra em contato com Harry (Colin Firth), que lhe apresenta à agência de espionagem Kingsman. O jovem se une a um time de recrutas em busca de uma vaga na agência. Ao mesmo tempo, Harry tenta impedir a ascensão do vilão Valentine (Samuel L. Jackson). Adaptação da série de quadrinhos criada por Mark Millar e Dave Gibbons.
Kingsman é um filme policial cheio de ação, comédia e cenas hilárias que fogem um pouco da realidade dos filmes do gênero mas dão muita qualidade ao longa.
Bem dirigido, com um roteiro eficaz, boas atuações, fotografia excelente e efeitos brilhantes, Kingsman é um filme que agrada a todo o tipo de público com suas ideias mirabolantes principalmente nas cenas finais.
Destaque para a atuação de Samuel L. Jackson que faz um papel de malandrão meio rapper e desempenha muito bem seu trabalho em um personagem de "vilão-atrapalhado". Colin Firth é o tradicional espião britânico no que diz respeito a pose e ao glamour. E também parte para a porrada quando necessário. O ator tem uma cena de ação (a da igreja) que deve deixar até Daniel Craig com inveja.
Kingsman não é um filme perfeito, mas é diferente da maioria das coisas que tem chegado aos cinemas nos últimos tempos. Tem muita ação, uma dose de drama e um incrível senso de humor. Em alguns momentos parece um clássico filme de espionagem dos anos 70. O que é ótimo!
Antes de encerrar tenho também que destacar a cena em que explodem os chips inseridos por Valentine na cabeça de seus "amigos-seguidores" como se fossem um show de fogos de artifícios. Cena genial! Sem falar na arma guarda-chuva, também hilária!

Conhecido pelos trabalhos em Kick Ass - Quebrando Tudo e X-Men: Primeira Classe, o diretor e roteirista Matthew Vaughn volta a se destacar ao oferecer uma história original e repleta de personalidade. Não estamos diante de um filme qualquer.

Nota : 9.0

Golpe Duplo


Em Golpe Duplo, Will Smith é um trapaceiro profissional. Ele começa a treinar uma novata na profissão (Margot Robbie), até os dois se apaixonarem. Ao mesmo tempo, o sujeito tem que lidar com um importante adversário, dono de uma empresa de carros (Rodrigo Santoro) na qual ele também pretende usar suas habilidades de golpista para tirar proveito.
Existe uma novela em torno de Will Smith pelo fato de considerarem seus últimos trabalhos como "Depois da Terra" e "Um Conto do Destino" um desastre. Até ele mesmo diz achar trágico "Depois da Terra", mas em minha singela opinião, os dois filmes acima citados por mais que não sejam obras de arte agradam e vão bem. Mas então, por esse fato, o própio Will Smith admitiu ter dado um tempo do cinema e retorna agora em Golpe Duplo tentando se "redimir" do que principalmente os críticos profissionais chamam de "tragédia".
E será que conseguiu? Não! Golpe Duplo é um bom filme, mas dizer que supera Depois da Terra é uma mentira. Ambos são bons, mas Golpe Duplo não chega a ser tão melhor...
Agora saindo da comparação e falando só do filme em questão, ele começa bem com a personagem de Margot Robbie tentando dar um golpe no personagem de Smith e daí pra frente vai fluindo bem. 
Algo desnecessário que foi um tanto clichê no filme foi a triste história de infância de do personagem de Smith. Muito drama para um filme de certa maneira "sujo".
Já Rodrigo Santoro em mais um novo trabalho em Hollywood, não surpreende, faz seu trabalho de forma normal e não chama atenção. Atua sem brilho e destaque.

Com cenas rodadas em Buenos Aires, New Orleans, Nova York e Las Vegas, o filme conta com uma boa trilha sonora e com bons trabalhos de fotografia e direção de arte. Mesmo com problemas, trata-se de uma boa pedida. 

Nota : 8.0

Mortdecai - A Arte da Trapaça


Johnny Depp volta aos cinemas dessa vez como Charles Mortdecai, um conhecido negociador de arte que conhece bem o submundo de seu meio, devido às vendas que volta e meia realiza. Casado com Johanna (Gwyneth Paltrow) e tendo Jock (Paul Bettany) como seu fiel escudeiro, ele passa por dificuldades financeiras que o obrigam a vender algumas das preciosidades que mantém em casa. Sabendo da crise, o inspetor Martland (Ewan McGregor) pede a ajuda de Mortdecai para resolver o assassinato de uma restauradora de quadros, morta quando estava trabalhando em uma pintura de Goya. Mortdecai é obrigado a aceitar a tarefa pois, caso a resolva, terá sua dívida com o governo perdoada. Só que Martland tem outros interesses ao mantê-lo afastado de casa, já que é apaixonado por Johanna e vê esta como a oportunidade perfeita de se aproximar dela, ainda mais ao saber da crise conjugal existente entre eles devido ao adorado bigode cultivado por Mortdecai.
É uma comédia policial divertida e agradável. Depp com seu talento ajuda e muito no desenvolvimento do longa, principalmente com seu bigode incrível que de fato acaba sendo o grande foco do longa.
O filme ganha mais qualidade principalmente pelo personagem de Depp, o principal Mortdecai, que com seu jeito meio doido e atrapalhado diverte o público pelo simples fato de aparecer em cena ainda mais interpretado por quem é mesmo não estando em boa fase devido a alguns trabalhos ruins que ele tem feito ultimamente como "Diário de um Jornalista Bêbado", "O Turista", "Transcendence" e "O Cavaleiro Solitário".

É uma pena que Mortdecai e Jock tenham caído em mãos tão pouco habilidosas na direção e no roteiro, pois são personagens com potencial e bem interpretados. Se quem estivesse no comando fosse algum diretor mais habituado com a comédia, o resultado poderia ser bem melhor.


Nota : 8.5

Sabotage : Maestro do Canão


Sabotage : Maestro do Canão é um documentário sobre Mauro Mateus dos Santos, mais conhecido no Brasil através de outro nome: Sabotage. Crescendo em meio a pobreza de São Paulo, o homem, com singularidade musical, encontrou no rap espaço para se expressar. Neste documentário inédito, com depoimentos de artistas e cenas de arquivo da vida do rapper, ele fala, de forma aberta e espontanea, sobre a infância, a desigualdade, o descaso, a solidariedade, o passado e o futuro. O retrato de um músico que se tornou lenda após sua morte, e ainda é um dos nomes mais importantes do rap nacional.
Pra mim, documentário bom é aquele que te faz sair da sala de cinema sabendo sobre o tema abordado. Sabotage é desses!
Não tem pincelada nem borracha no filme, eles não tem problema algum de mostrar o lado negro da história de Sabotage, sua vida de crime e de fora da lei devido a revoltas da vida na periferia.
Logo em seguida, o longa aborda toda a carreira de Sabotage, seu início, amizades, parcerias, participações em programas, shows e também sua vida pessoal com família e amigos.
Com entrevistas divertidas e esclarecedoras com Ailton Graça, Paulo Miklos, Mano Brown, Rappin Hood, entre outros nomes da música e dramaturgia brasileira, o longa é uma verdadeira aula sobre esse cantor de rap que também teve trabalhos de ator em grandes filmes como Carandiru.

É prolongado demais desnecessariamente mostrando algumas imagens muito semelhantes com outras já exibidas e cenas de show em que o aúdio é horrível e poderiam ter ficado fora do longa, mas enfim, é um documentário agradável até para os que nunca ouviram falar de Sabotage.

Nota : 7.5

Blind


Após perder a visão, Ingrid (Ellen Dorrit Petersen) resolve ficar isolada em sua própria casa, onde se sente mais segura. Seu grande parceiro nesta difícil adaptação é o marido (Henrik Rafaelsen). Mas quando as lembranças do mundo que ela conheceu vão desaparecendo gradativamente, ela percebe que o maior perigo está dentro de si mesma.
Blind é um filme com uma proposta magnífica mas cansa, literalmente cansa. É uma história por um lado trágica e por um lado bonita, mostrando um pouco do dia a dia das pessoas que sofrem de cegueira mas é aquele tipo paradão, afinal, são os mais parados que são mais venerados pela crítica!
Tem em cena duas atrizes incríveis, que merecem aplausos por suas atuações como cegas. São elas  Ellen Dorrit Petersen e Vera Vitali, que convencem em cena.
Além de muito parado, o filme é também um tanto confuso, você só conseguirá entendê-lo no final, ou dependendo, ainda ficar sem entendê-lo. Além disso também trás um assunto ainda considerado tabu, o sexo! Ainda mais quando é com cegos...

Blind tem seu lado bom e seu lado ruim, mas minha dica é : só assista só for realmente cinéfilo ou amante de filmes de arte, caso contrário, faça outra escolha!

Nota : 6.5

Amorosa Soledad


Finalmente, após 7 anos de atraso, o argentino Amorosa Soledad chega aos cinemas paulistas, ou melhor, ao cinema paulista no singular, afinal está em cartaz apenas no Caixa Belas Artes.
Soledad (Inés Efron) é uma jovem que terminou há pouco tempo com Nicolás (Nicolás Pauls), seu namorado. Morando sozinha e trabalhando em uma loja de decoração, ela resolve que ficará uns três anos sem qualquer tipo de relacionamento. Até que, um dia, conhece por acaso Nicolás (Fabián Vena), que se interessa por ela e é aí que começa a história...
Amorosa Soledad é uma comédia romântica bem leve, suave e inocente. Um filme onde tudo acontece de forma rápida, não sei se por falta de ideias do diretor ou apenas por vontade de fazer um filme curto de apenas 76 minutos mesmo.
É uma história legal, a protagonista interpretada por Inés Efron consegue cativar o público com seu jeito atrapalhado e apaixonado, mas o roteiro por mais que seja agradável é muito fraco, poderia ser melhor desenvolvido.

Amorosa Soledad é um filme literalmente para quem quer coisa rápida e que não necessita de pensar, nem para os casais é tão interessante aliás a parte de romance do filme quase nem aparece.

Nota : 7.0

Renascida do Inferno


Neste novo terror que chega aos cinemas, um grupo de cientistas está fazendo uma pesquisa sobre o cérebro humano, buscando uma fórmula capaz de reanimar animais que acabam de morrer. Durante um dos experimentos, a pesquisadora Zoe (Olivia Wilde) sofre uma descarga elétrica e morre dentro do laboratório. Desesperados para trazê-la de volta à vida, eles aplicam o medicamento experimental na colega, fazendo com que ela acorde. Apesar de estar viva, Zoe manifesta um comportamento estranho, como se estivesse possuída por forças malignas. Enquanto tentam se proteger do perigo, eles também devem impedir que a amiga fuja do laboratório e mate as pessoas ao redor.
Renascida do Inferno ganha qualidade ao se diferenciar de alguns filmes de terror que focam apenas em sustos e mais sustos e acabam esquecendo do principal, a história! No longa, temos um roteiro não incrível, mas bacana e curioso, que prende a atenção do público na curiosidade de saber qual fim levará a experiência de "ressurreição" até então realizada apenas por ninguém mais ninguém menos que Deus!
Mas espera aí, por mais que a proposta do roteiro seja bacana, é incapaz de dizer se Zoe está possuída, ou se as consequências são científicas, devido à injeção do soro inapropriado a humanos, ou seja, nossa imaginação terá que funcionar pois no filme, nada fica claro. O elenco se esforça para conferir credibilidade à história, mas a direção de Gelb e a direção de arte não contribuem para a empreitada. 

Renascida do Inferno é um filme que tem uma proposta boa mas mal trabalhada. Não assusta e é confuso, deixando você sem entender de fato o que aconteceu com a protagonista e de certa forma ainda dando deixa para uma possível continuação.

Nota : 7.5

118 Dias


Maziar Bahari (Gael García Bernal) é um jornalista iraniano que trabalha para a revista americana Newsweek e vive em Londres, ao lado da esposa grávida. Ele é enviado para cobrir as eleições presidenciais no Irã em 2009, onde o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad corre o risco de não se reeleger. Após uma vitória folgada de Ahmadinejad, rumores de que a eleição teria sido fraudada provocam diversas manifestações populares, algumas repelidas com violência pela polícia local. Bahari consegue filmar um destes ataques e veicula o material para ser divulgado mundo afora, o que o transforma em alvo do governo iraniano. Preso por tempo indeterminado, ele passa a ser torturado para que confesse que estava agindo em nome de uma conspiração ocidental para derrubar o presidente iraniano.
118 Dias é mais um filme que mostra de perto as barbaridades que ocorrem em países do oriente médio, as ameças e as torturas que eles são capazes de fazer àqueles que acreditam ser seus inimigos.
Pouco conhecido no Brasil, Jon Stewart é o apresentador de um conceituado programa de entrevistas norte-americano que tem como tema principal a política, seja a realizada em seu país ou no exterior. Stewart oferece um dos raros palcos onde se pode debater de fato este tema espinhoso e tão importante, mesmo que às vezes coloque suas opiniões pessoais em primeiro plano. Diante disto, é bastante compreensível que tenha se interessado pela história do jornalista Maziar Bahari, que foi encarcerado pelo governo iraniano no período do título pelo simples fato de ter documentado a reação violenta de policiais locais perante uma manifestação popular contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad. É a típica situação que, idealista como é, Stewart acredita que precisa ser denunciada aos quatro ventos para que não volte a acontecer. O problema é que sua denúncia é tão tendenciosa que, no fim das contas, acaba agindo contra o próprio filme.
118 Dias acaba se tornando aquilo que o próprio filme, através do governo iraniano, tanto acusa o mundo ocidental: uma denúncia panfletária. Alguns podem até defender que há motivos para tanto, diante dos abusos cometidos por Ahmadinejad & cia. Trata-se do mesmo argumento tão defendido na batalha ideológica contra Hitler, que pode até ter sua função dentro da luta como um todo mas, em relação à sétima arte propriamente, tem pouco valor.

118 Dias não é ruim, mas é bem menos do que gostaria de ser e da imagem que tenta passar ao espectador.

Nota : 7.5

Simplesmente Acontece


Em Simplesmente Acontece, os jovens britânicos Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin) são amigos inseparáveis desde a infância, experimentando juntos as dificuldades amorosas, familiares e escolares. Embora exista uma atração entre eles, os dois mantêm a amizade acima de tudo. Um dia, Alex decide aceitar um convite para estudar medicina em Harvard, nos Estados Unidos. A distância entre eles faz com que nasçam os primeiros segredos, enquanto cada um encontra outros namorados e namoradas. Mas o destino continua atraindo Rosie e Alex um ao outro.
É uma história belíssima, que encanta a quem assiste ao longa. Mostra as dificuldades da vida, desde a adolescência até a idade adulta quando as responsabilidades começam a aparecer de forma ao mesmo tempo realista e leve.
O longa peca em alguns aspectos como o fato de ser totalmente previsível, afinal na primeira cena do filme, já fica na cara que o casal Rosie e Alex já são apaixonados um pelo outro, ou seja, no decorrer do filme só ficamos na expectativa de saber quando de fato, vão ficar juntos, mas no fundo já sabemos que isso irá acontecer.
A direção é razoável, mas gostei bastante do roteiro e da atuação de Lily Collins, que vem bem melhor do que em "Sem Saída", "Espelho, Espelho Meu" e "Instrumentos Mortais : Cidade dos Ossos"

Não é nenhuma obra prima, mas é um filme que encanta e prende o público. Simplesmente Acontece traz elenco e equipe comprometidos com uma visão doce do mundo, repleta de mensagens positivas como “o amor sempre vence”, “basta querer muito para ter sucesso na vida” e acima de tudo, “não é possível lutar contra o destino”. Os discursos emocionados estão nos lugares certos, os beijos e brigas aparecem em intervalos calculados. A trama cumpre o que se espera dela.

Nota : 8.5

Sem Direito a Resgate


No longa, Mickey Dawson (Jennifer Aniston) é sequestrada e seu rico marido (Tom Hobbins), que está com a amante (Isla Fisher) se recusa a pagar o resgate exigido pelos criminosos. Com isso, os sequestradores terão que se planejar para encontrar outra forma de receber o dinheiro desejado.
Dirigido por Daniel Schechter, em seu primeiro grande trabalho, o filme demonstra uma dificuldade enorme em definir seu tema. Ele não sabe se é comédia ou drama, mas também não consegue se assumir como comédia dramática. A narrativa vai andando e o espectador vai o tempo todo tentando entender o tom da produção. Temos cenas divertidinhas e outras bem mais sérias, que parecem fazer parte de um outro filme.
Jennifer Aniston interpreta Mickey Dawson, uma espécie de esposa-troféu que é sequestrada. A atriz que esteve cotada para o Oscar pelo trabalho em Cake - Uma Razão Para Viver tem uma atuação pouco especial, lembrando mais aquela Jennifer de filmes como Quero Ficar com Polly e Caçador de Recompensas. A atriz, inclusive, é muito prejudicada pelo péssimo trabalho de maquiagem e figurino. A exceção com relação ao figurino é a personagem de Isla Fisher, que passa bem o espírito do papel.

É um filme até um tanto divertido, é bom apesar de seus defeitos e consegue agradar a maior parte de seu público. Poderia ser melhor, mas até que não decepciona.

Nota : 8.5

Superpai


Superpai, mais uma comédia nacional que chega aos cinemas, gira em torno de Diogo (Danton Mello), um adolescente tardio, que reluta em sucumbir à vida adulta. Casado com Mariana (Monica Iozzi), ele vê a chance de resgatar a popularidade dos tempos de escola quando a turma resolve se reencontrar em uma grande festa para marcar os 20 anos de formatura. Acontece que no dia D, a sogra sofre um acidente que tira a esposa dele de casa, e Diogo terá que cuidar do filho pequeno. Para não perder a comemoração – e a chance de “pegar” uma antiga paixão do colégio – ele resolve deixar o filho em uma creche noturna. Na hora de pegar o menino de volta, porém, ele acaba levando uma criança coreana por engano. E Diogo vai viver altas confusões ao longo de uma noite ao lado dos amigos César (Antonio Tabet), Nando (Thogun Teixeira) e Júlia (Dani Calabresa) para recuperar o filho. E o prestígio.
É uma comédia pra dar risadas, mas é bem cara de brasileira, em algumas partes suja e apelativa. Lembra bastante "Vai que dá Certo" também com Danton Mello.
O roteiro até que é bom, a direção não é maravilhosa mas também não é ruim e o filme vai se desenrolando de forma previsível em uma história que além de "suja" também é fofa, apesar de nenhum dos protagonistas respeitar o ouvido das crianças aos falarem sua putarias no carro.

Ou seja, pra quem é rigoroso e não gosta de deslizes escolha outro filme, mas para quem quer mais é que se "foda" as putarias e palavras de baixo calão, pode ir ver esse filme que você conseguirá dar bastante risadas.

Nota : 7.5

Vai-Vai : 80 Anos nas Ruas


Chega aos cinemas o filme da atual campeã do carnaval paulista, a Vai-Vai. Apesar de o filme ter ficado pronto em 2011, só foi lançado agora. Será que é porque estavam esperando o título para lançá-lo? Acho que não né! 
Vai-Vai: 80 Anos nas Ruas é um documentário que não se prende a títulos, seu foco principal é como surgiu a tradicional escola do Bixiga, uma das poucas sobreviventes da região central de São Paulo.
O longa mostra como surgiu a escola, desde a época de cordão, como é ensaiar nas ruas devido sua quadra ser pequena a anos e anos através de depoimentos de componentes, presidentes, diretores, moradores da Bela Vista e famosos que amame desfilam pela Vai-Vai.
Não é nenhum baita documentário, mas esclarece bem os 80 anos da escola, agradando até mesmo os que não torcem pra escola do Bixiga.

Para encerrar, técnicamente é um bom documentário, seu diretor estreante desempenha bem seu trabalho, filmagem é boa e não cansa tanto como muitos documentários acabam cansando.

Nota : 7.5

Sr. Kaplan


No uruguaio Sr. Kaplan, Jacobo Kaplan está cansado da velhice e de sua rotina. Ansioso em fazer algo pelo qual será lembrado para sempre, ele fica com a pulga atrás da orelha após sua neta lhe contar que conhece um alemão que vive em uma praia distante, que tem o apelido de "nazista". Impulsionado pela história da captura de Eichmann na Argentina, de onde foi levado para ser julgado em Israel pelos crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, Jacobo acredita que o alemão é também um foragido do exército de Hitler. Com a ajuda do ex-policial Wilson Contreras, eles passam a investir o alemão e elaborar um plano para capturá-lo.
Sr. Kaplan fala diretamente do tédio da velhice, da dependência dos outros para fazer tudo o que tem desejo e como é ruim ser idoso por esses motivos. Jacobo Kaplan, além de idoso, também está se sentindo inútil pelo fato de já estar beirando a morte e não ter feito nada de importante para o mundo e nem para ele mesmo, por esse motivo, ele vai atrás de fazer algo que todos lembrem dele como um herói.
É um filme muito bom, bem dirigido, bem fotografado e com atuações impecáveis. Divertido e dramático ao mesmo tempo, Sr. Kaplan que foi o concorrente uruguaio ao Oscar 2015, deveria de fato ter sido selecionado para a competição, afinal, é melhor do que muitos outros que concorreram.

Sr. Kaplan é um filme bem intencionado que prende a atenção, apesar de muito mais devido às peculiaridades de seus personagens principais do que propriamente à qualidade da história, que conta com algumas situações mal resolvidas. Interessante, pelo tema e aspirações retratadas.

Nota : 8.5

Nick Cave - 20.000 Dias na Terra


Híbrido de documentário e ficção o filme é um perfil do cantor, escritor e compositor australiano Nick Cave. Numa abordagem que contempla visões surpreendentemente francas e um retrato íntimo do processo artístico, o filme examina o que faz de nós o que somos e celebra o poder transformador do espírito criativo.
É um documentário criativo e interessante, Nick Cave expõe bastante sua opinião, seus gostos e conta um pouco da sua vida de uma forma um tanto real e um tanto fictícia, mas de forma bacana que acaba agradando os fãs do cantor, porém só eles.
Por mais que seja um documentário que como eu já disse, é interessante, Nick Cave - 20.000 Dias na Terra agrada única e exclusivamente os fãs pelo simples fato de mostrar pouco da carreira do cantor, ou seja, quem é completamente leigo sobre Nick Cave, vai ficar sem entender bastante coisa do filme.
Enfim, é bacana mas poderia ser muito melhor e quem sabe até mais curto, talvez em tempo reduzido não daria tanto sono.

Nota : 6.5

A História da Eternidade


O cinema do nordeste vem nos surpreendendo cada vez mais. Para quem achava que cinema era só coisa de São Paulo / Rio de Janeiro, estava literalmente bastante enganado. Os nordestinos, principalmente pernambucanos, não entendem só de festas e música não, estão mostrando que cinema também faz parte do sangue deles.
Viemos recentemente com obras nordestinas que chamaram bastante a nossa atenção, como "O Som ao Redor" e "Tatuagem" sem falar de vários outros que já foram lançados. E coincidentemente com o mais destacado ator nordestino Irandhir Santos, que por sinal é ótimo ator, em ambos os filmes e inclusive em A História da Eternidade.
A História da Eternidade narra a história de 3 mulheres que de certa forma se ligam uma na outra, cada uma em uma fase da vida, porém no mesmo local e data. São essas Alfonsina, uma garota de 15 anos que sonha conhecer o mar. Querência, que está na faixa dos 40 e Das Dores que já no fim da vida, recebe o neto após um passado turbulento. No sertão compartilham sobrenome e muitos sentimentos. Amam e desejam ardentemente.
Um filme que mostra ou pelo menos tenta nos mostrar o que se passa na cabeça das mulheres do sertão pernambucano em cada fase da sua vida. É um tanto polêmico, principalmente no final, mas afinal, amores são amores e o longa não foge da realidade vivida por muitas famílias hoje em dia.
Um grande destaque além de Irandhir Santos que novamente nos mostra um ótimo trabalho é a jovem estreante Débora Ingrid no papel de Alfonsina. A atriz tem uma atuação bela, ingênua e sedutora ao mesmo tempo, desenvolve o seu papel de forma brilhante e se continuar assim será mais uma grande atriz do cinema nacional.

É um bom filme, para refletir sobre a vida no passado, presente e futuro. Vale apena conferir.

Nota : 8.0

Nostalgia da Luz


No deserto de Atacama, astrônomos de todo o mundo se reúnem para observar as estrelas. Nessa região do Chile, a três mil metros de altitude, o calor do sol mantém intactos restos humanos. Ao mesmo tempo em que os astrônomos pesquisam as galáxias em busca de vida extraterrestre, mulheres procuram seus parentes na terra do deserto.
É uma história triste e bonita ao mesmo tempo, principalmente a vontade que as mulheres procuram os ossos de seus maridos, filhos e entes queridos que sofreram com a matança ocorrida durante a ditadura chilena.
A fotografia é boa, mas lógico, não é tão difícil quando se tem um dos paraísos naturais mais bonitos do mundo como o Deserto do Atacama, mas não passa disso.
É um documentário digamos que interessante, mas bem cara de documentário estudantil, daqueles que são feitos para os professores passarem em aula para seus alunos. Alongado em 90 minutos desnecessários, chega a ser bem cansativo em um certo ponto de duração.

É bom pra quem tem interesse de saber mais sobre o Chile, esse famoso deserto e a ditadura do país, mas para quem não tem interesse nisso nem assista senão você pagará ingresso para um sono profundo de 90 minutos.

Nota : 6.0

Bem Perto de Buenos Aires


A Argentina vem crescendo de maneira grandiosa no cinema, cada vez com filmes de mais qualidade e consequentemente agradando o mundo todo com suas obras de vários gêneros como por exemplo "Relatos Selvagens" que inclusive concorreu o Oscar de melhor filme estrangeiro, porém, sempre tem algum que aparece pra estragar a boa fase do país. Bem Perto de Buenos Aires é esse, que pra ser bem direto, é horrível!
Neste filme, um helicóptero policial circula sobre um condomínio fechado na periferia de Buenos Aires. A aparição de um buraco na cerca que protege a propriedade deixa seus moradores em pânico. Cada vez mais isolada, a população vai ficando gradualmente mais paranóica. Este acontecimento marca o início de um submundo em que as pessoas estão convencidas de que criaturas duvidosas e imprevisíveis estão prestes a atacá-las, alimentando sentimentos ansiedade e medo quase primitivos.
Poxa, olhando assim, pela sinopse, o filme parece ser bom. Mas só parece mesmo! Por mais que a proposta do filme seja boa, capaz de desenvolver um bom filme com um roteiro até que interessante, faltou muita competência tanto do diretor, quanto do roteirista e por fim dos atores.

É um filme que você começa sem entender e termina entendendo menos ainda. Mal produzido, mal dirigido, elenco ruim e filmagem igual. Só pra não dizer que o filme não tem nenhuma qualidade, ele tem sim, o fato de ter apenas 80 minutos!

Nota : 5.0

Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca


Tinker Bell e o Monstro da Terra do Nunca é o mais novo filme da fada mais conhecida como Sininho que chega aos cinemas. Desta vez, a fada Fawn, que sempre teve um bom coração e se recusou a ver maldade nas pessoas, torna-se amiga de um gigantesco monstro. Tinker Bell e suas amigas temem que essa relação possa ser nociva para todos os moradores da cidade, e decide combater o vilão antes que seja tarde.
Esse novo filme vem no mesmo formato dos Tinker Bell anteriores. Uma animação pura e leve, com lições de moral, bastante música e um tempo bem enxugado para não cansar a criançada. Este são apenas 76 minutos.
Mas todas essas características ao meu ponto de vista e ainda mais por ser um filme bastante infantil, o tornam melhor do que seria se fosse muito longo. A história assim como nos outros é bastante boa, prende a atenção do público e por se resolver logo não cansa nem mesmo as crianças.
Como já é clássico nos filmes da Disney, a animação conta com partes musicais, mas se compararmos com os filmes anteriores da Tinker Bell, até que nesse foram menos canções, mas as que tiveram são boas.
Enfim, Tinker Bell cada vez mais tem se tornado um clássico da Disney para as crianças menores, principalmente as meninas que ficam encantadas ao assistirem a um filme da fadinha “Tink” que vem trabalhando bastante e lançando um filme a cada ano.

Agora só por comparação mesmo, na minha opinião o anterior “Tinker Bell – Fadas e Piratas” foi melhor do que esse, mas não significa que esse não seja bom, ambos são bastante agradáveis, apesar de um final um tanto triste nesse novo “longa”. 

Nota : 8.0

O Duplo


Em O Duplo, Simon, um garoto tímido, solitário, rejeitado pela mãe e desprezado pela amada, Hannah tem um choque ao conhecer seu novo colega de trabalho, de nome James. Fisicamente idênticos, os dois são opostos em termos de personalidade e Simon quer agora descobrir mais sobre esse seu semelhante.
O Duplo até começa empolgante. Cenário e iluminação bem bacanas, lembrando um pouco o teatro e a trilha sonora também nos remete a um pesadelo, que no caso é vivido pelo protagonista.
O longa é todo confuso, mostra Simon observando os passos de James e de certa forma tentando ser quem seu duplo é para deixar de ser alguém tão invisível diante das outras pessoas por causa do jeito tímido e isolado, mas por mais que essa trama seja de fato interessante e mostre o que muitas pessoas acabam passando, ele se torna cansativo devido tanta confusão que se constrói na cabeça de quem o assiste.

Tem umas atuações razoáveis tanto de Jesse quanto de Mia, mas nada que seja fora do normal, ambos já estiveram melhores em outros filmes. Já na direção, gostei da técnica, mas no roteiro achei que deixou a desejar.

Nota : 6.5

Belle e Sebastian


Baseado em uma série de TV exibida na França entre 1965 e 1970, o filme Belle e Sebastian conta a história de um garotinho que vive com uma espécie de avô adotivo. Ele não tem notícias da mãe e cresce sem saber ao certo sobre sua origem. Morador de uma pequena vila nos Alpes, entre França e Suíça, ele sofre com a constante presença de soldados alemães no local, em plena Segunda Guerra Mundial. O jovem vive solto, explorando as montanhas locais mesmo diante da ameaça de uma fera que está solta e atacando as ovelhas dos moradores da região.
Determinado dia, o garoto se depara com tal fera, que é uma grande cachorra, que decide chamar de Belle. Ele logo desenvolve uma amizade com o animal, mas terá problemas em convencer o resto da população a aceitar o bicho. Ao mesmo tempo, moradores locais se arriscam enfrentando os nazistas e atravessando judeus para a Suíça.
Apesar de ter um forte teor infantil devido a amizade entre Sebastian e a cachorra Belle, o filme retrata assuntos muitos sérios e situações que realmente aconteciam no período da Segunda Guerra Mundial.
O longa conta com locações boas e o protagonista-mirim do filme tem bastante talento, peca em algumas cenas mas nada que ele não possa corrigir no decorrer de sua carreira. O grande destaque também vai para o cachorro que também é um verdadeiro ator.
A fotografia de Eric Guichard, a trilha de Armand Amar, a direção de arte de Sebastian Birchler também é de bastante bom gosto.

Belle e Sebastian não é nenhum tipo de filme inesquecível, ele sairá fácil da memória e pode até dar um soninho, portanto, seu objetivo foi alcançado!

Nota : 7.0

Cinquenta Tons de Cinza


Antes de tudo, já vou adiantando que não tem pornografia nenhuma no filme, como a mídia está dizendo, é muito suave. Para quem assistiu Ninfomaníaca, Azul é a Cor Mais Quente e Um Estranho no Lago, 50 tons não vai causar espanto nenhum.
Talvez toda essa polêmica ao redor foi criada até mesmo para uma expectativa de maior público e se foi por isso de fato conseguiram. Em 50 tons não existe de fato penetração, algo que existe em Ninfomaníaca, não existe também cenas reais de sexo oral, algo existente em Azul é a Cor Mais Quente e Um Estranho no Lago e também não mostra em nenhum momento as partes íntimas dos atores, algo existente tanto em Ninfomaníaca, quanto em Azul e também em Um Estranho no Lago, todos classificados como drama erótico com classificação indicativa para 18 anos exatamente igual a 50 Tons de Cinza.
Digo isso não pelo fato de que eu queria ter visto cenas assim, mas pelo fato de terem forçado tanto uma polêmica,  dizendo inclusive que era “muito pesado” e de que era “mais pornografia do que cinema” de forma totalmente desnecessária.
Pra quem leu o livro, o filme até que vem bem na linha, modificando um pouco o final, mas de forma que causasse mais interesse no público em esperar por uma continuação.
Gostei da atuação dos protagonistas, principalmente de Dakota, que consegue nos conquistar com seu jeito inocente e doce, cheia de carisma. Já Dornan é um tanto artificial, mas algo que acaba combinando com seu personagem.

Enfim, Cinquenta Tons de Cinza é um bom filme, e nos deixa na expectativa para a sua continuação.

Nota : 8.0

A Casa dos Mortos


A Casa dos Mortos, dirigido por James Wan (Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural), tem como pano de fundo um massacre ocorrido em determinada casa. Anos depois, um grupo de jovens, liderado por uma equipe de “caça-fantasmas” resolve revisitar a casa a fim de reconstituírem os eventos da noite fatídica para um documentário. E como já é de esperar acontece um novo massacre e caberá ao detetive Mark Lewis (Frank Grillo) e à psicóloga Elizabeth Klein (Maria Bello), interrogarem um sobrevivente do segundo atentado, John (Dustin Milligan), para desvendar o caso.
O interessante de A Casa dos Mortos é que ele se diferencia um pouco dos demais filmes de terror porque a história toda vai sendo desvendada pelos policiais no decorrer do filme, chega a lembrar um pouco o recente Livrai-nos do Mal que tem um toque de terror-policial assim como A Casa dos Mortos.
Quando vemos o nome do diretor, lembramos logo de seus filmes, principalmente os citados no início do texto e claro, até mesmo de Annabelle no qual ele é produtor, mas pode segurar a onda. A Casa dos Mortos é bem mais fraco do que todos eles, mas não deixa de ser bom.
Demonic (no original), é cheio de clichês que 99% dos filmes de terror tem, como um grupo com um nerd, um metido a espertão, a gostosa e assim vai. Ou seja, poderia ser melhor.

O que realmente mais vale apena no filme, é justamente seu final, que é surpreendente, com uma reviravolta inesperada até mesmo para quem ficou ligado nas pistas durante o filme.

Nota : 7.0

O Imperador


Ultimamente Nicolas Cage só tem feito desastres em sua carreira, um trabalho pior do que outro e assim ele consegue se superar em ser pior cada vez mais, mas até que em O Imperador ele não está tão horrível assim, só não está bom (mais uma vez). Fica difícil entender como um ator que já fez tantos bons trabalhos, um dos mais renomados em Hollywood, aceite produções tão “pequenas” e ao invés de ajuda-las a melhorar, faz o oposto e ajuda com que fiquem mais fracas do que já seriam com um ator desconhecido.
O Imperador chinês encontra-se perto da morte. Ele escolhe seu filho mais novo como sucessor, o que irrita o mais velho, um poderoso guerreiro, que havia passado a vida lutando as guerras de seu pai. Revoltado, ele decide ir atrás do garoto antes que ele pudesse ser proclamado governante. Com isso, o jovem, ao lado de sua irmã, terá que percorrer um longo caminho até chegar aos generais que podem proclamá-lo. E ele terá que evitar o exército do irmão.
No meio do caminho eles encontram um cristão que está no oriente à procura do ópio capaz de apagar de sua mente os traumas da época das Cruzadas. Ele acaba ajudando os jovens irmãos. No meio do caminho, eles encontram Gallain (Cage), um ex-parceiro de Jacob que hoje atua como fora da lei e que basicamente não tem necessidade nenhuma na trama
Mal dirigido, com roteiro fraco e atuações horríveis, PRINCIPALMENTE a do veterano Cage que a cada filme acaba mais com sua carreira, O Imperador ainda assim tem algumas qualidades como algumas cenas de batalha e ação

Nota : 6.5

Sniper Americano


Sniper Americano fecha a categoria de melhor filme para o Oscar de 2015 e confirmo que meu favorito, por mais que não acredito que ganhe, é Whiplash – Em Busca da Perfeição.
Sniper Americano, dirigido pelo renomado Clint Eastwood, foi adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History. O filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos ele matou mais de 150 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação.
É mais uma biografia de tantas outras que chega aos cinemas e está entre os concorrentes do Oscar em diversas categorias, inclusive melhor filme e melhor ator para Bradley Cooper.
A direção do filme vai bem nas mãos de Clint Eastwood e as atuações brilham no geral. Cooper atua bem, mas nada fora do normal que fique marcado em nossa mente como a atuação perfeita, em minha singela opinião ele esteve melhor em O Lado Bom da Vida, filme pelo qual ele também foi indicado ao Oscar, mas essa indicação foi para confirmar que ele realmente já se tornou um dos queridinhos da Academia.
Bacana o fato de o filme não focar apenas nas mortes e na guerra, afinal em sua divulgação o personagem Chris Kyle é nomeado como o atirador mais letal da história dos EUA e realmente é, mas o longa nos mostra também da vida do personagem fora da guerra, sua esposa e filhos, a dificuldade que ele tinha para se separar da guerra mesmo não estando dela e o psicológico dele em diversas etapas de sua vida.
Extremamente bem fotografado, chama atenção também as cenas em que Chris (Bradley Cooper) mira seu alvo com a arma, que a câmera joga como se quem estivesse assistindo estivesse com a arma na mão mirando, em uma deles inclusive nos mostra até a distância do atirador com o alvo.
E a principal cena, que acredito que vai ficar para sempre na mente de quem assistir a Sniper Americano é justamente a do trailer, quando Chris Kyle tem em sua frente uma mãe entregando uma granada para seu filho, ainda criança, e ele tem a difícil decisão a ser feita de matar ou não a criança para proteger os demais soldados.
Com muitas qualidades Sniper Americano não chega a perfeição, é um filme que vale apena, mas nada que nunca tenhamos visto de parecido em outros dramas de guerra.

Agora, nos resta esperar dia 22 para sabermos o resultado do tão esperado Oscar 2015!

Nota : 8.5

Um Santo Vizinho


Em Um Santo Vizinho, Maggie, personagem de Melissa McCarthy, acaba de se divorciar. Ela e o filho de 12 anos, fragilizado pela separação dos pais, se mudam. Um vizinho, St. Vincent De Van Nuys (Bill Murray), se aproxima deles e se oferece para cuidar do menino. Depois de hesitar, Maggie aceita, pois é enfermeira e faz plantões de madrugada. Uma grande amizade nasce entre o menino e o veterano de guerra, Vincent. Apesar de ele não ser a pessoa mais indicada para cuidar de uma criança, essa amizade faz muito bem ao menino.
Um Santo Vizinho começa de forma clichê. Um velho arrogante, amargo e que não vê graça na vida encontra um menino entristecido e os dois juntos voltam a enxergar o mundo da forma bonita que ele é. Bingo!
Mas espera um pouquinho, por mais clichê que seja, Um Santo Vizinho tem suas qualidades. Vou começar falando do elenco, que conta com os veteranos Bill Murray, Naomi Watts e a mais novata Melissa McCarthy. Murray, dispensa comentários, tem uma atuação para não se envergonhar nem agora nem no futuro, consegue fazer bem o papel do velho durão que no fundo é totalmente doce e sentimental. McCarthy, inova fugindo um pouco do seu papel cômico, mostra bem seu lado dramático e vai muito bem. Pra fechar com o elenco, falo de Watts, que brevemente digo, era melhor não aceitar o papel. Horrível.

Esse grande candidato a se tornar clássico da Sessão da Tarde no futuro, até que é bem dirigido, tem um roteiro organizado e a fotografia e trilha sonora não é nenhum terror, mas é um filme acima de tudo agradável de assistir. Traz uma reflexão sobre o que é ser santo e todos os tipos de santidade que um ser humano pode ter, talvez seja a parte mais bonita do filme. Bacana! 

Nota : 8.0

Annie


Annie é uma comédia musical que conta a história de um a garotinha que foi abandonada pelos pais e é criada pela malvada Sra. Hannigan, personagem de Cameron Diaz, mas Annie não desiste de ir em busca de seus verdadeiros pais. Durante a procura de seus pais, Annie acaba esbarrando em um candidato a prefeito, candidato de Jamie Foxx, que vê em Annie uma grande oportunidade de conseguir mais pontos nas pesquisas de campanha eleitoral.
A grande atenção nesse filme, mesmo tendo um elenco de nome como Cameron Diaz, Jamie Foxx, Rose Byrne é da pequena protagonista Quvenzhané Wallis. Uma das mais recentes descobertas do cinema, Wallis volta às telonas agora depois de arrasar em Indomável Sonhadora, filme que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz apenas com 9 anos de idade. E claro, em meio a tantas expectativas, ela vai bem mas não chega nem perto de Indomável Sonhadora, mas afinal, não podemos culpa-la, sua atuação foi de acordo com o que é proposto para Annie.
Um filme cheio de músicas, algumas boas e outras ruim, Annie é o típico filme de família, no geral bastante divertido e consegue agradar o público de todas as idades.
O principal ponto negativo do longa é Cameron Diaz, que tem uma atuação desprezível, não é atoa que está concorrendo ao Framboesa de Ouro (premiação para os piores de Hollywood) por este esse filme. Já o resto do elenco, também não vai bem, mas conseguem ir melhor do que Cameron.

Enfim, olhando tecnicamente Annie não tem muito a agradar, mas se olharmos pelo lado do enredo, diversão e claro, as atuações mirim, que dão um baile nos atores adultos, Annie acaba se tornando um bom filme.

Nota : 8.0

Dois Dias, Uma Noite


Em Dois Dias, Uma Noite, Sandra (Marion Cotillard) perde seu emprego pois outros trabalhadores da fábrica preferem receber um bônus ao invés de mantê-la na equipe. Ela descobre que alguns de seus colegas foram persuadidos a votar contra ela. Mas Sandra tem uma chance de reconquistá-lo. Ela e o marido (Fabrizio Rongione) têm uma tarefa complicada para o final de semana: eles devem visitar os colegas de trabalho e convencê-los a abrir mão de seus bônus, para que o casal possa manter o seu emprego.
É um filme muito simples, com uma história comum também, porém muito bem feito, tão bem feito que o filme se torna grande.
Conhecidos por seu cinema bastante humano e intimista, os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne desta vez voltam o olhar para um problema grave que tem afetado a Europa nos últimos tempos: o desemprego.
Quando se tem um roteiro como o desse filme, é necessário confiar em um diretor e em elenco muito competente para que saia alguma coisa bacana, senão, será um filme literalmente vazio. Mas Dois Dias, Uma Noite consegue de letra.
Bem dirigido, bem fotografado e com pouca música, o filme faz com que no silêncio o público reflita e sinta o sentimento da personagem na própria pele, fazendo que o filme se torne mais humano que na verdade já é.
A atuação de Marion é impecável, realmente ela merece concorrer a tantos prêmios como vem concorrendo por esse filme, mas não só ela, e sim grande parte do elenco tem um ótimo trabalho.

Dois Dias, Uma Noite é um filme bastante sensível e incisivo sobre as aspirações pessoais em uma realidade onde o consumismo e o individualismo imperam. Bastante enxuto e até emocionante em certos momentos, o longa-metragem usa Marion Cotillard como grande trunfo na tentativa de despertar alguma reflexão sobre o mundo que vivemos. Muito bom.

Nota : 8.5

O Destino de Júpiter 


O Destino de Júpiter gira em torno de Jupiter Jones (Mila Kunis), descendente de uma linhagem que a coloca como a próxima ocupante do posto de Rainha do Universo. Sem saber disto, ela segue sua vida pacata trabalhando como empregada doméstica nos Estados Unidos, país onde vive após deixar a Rússia. Um dia, ela recebe a visita de Caine (Channing Tatum), um ex-militar alterado geneticamente que tem por missão protegê-la a todo custo e levá-la para assumir seu lugar de direito.
Desde que realizaram o primeiro Matrix que os irmãos Andy Wachowski e Lana Wachowski tentam voltar a fazer um grande filme. As continuações decepcionaram e Speed Racer e A Viagem não empolgaram o grande público, embora o último tivesse momentos muito bonitos. Agora, O Destino de Júpiter chega aos cinemas. E a conclusão é clara: não foi dessa vez que os diretores realizaram um longa tão brilhante quanto Matrix. Na verdade, já dá pra desconfiar que isso não irá acontecer.
O Destino de Júpiter até que é bacana, mas é aquele tipo de filme que você rapidamente esquece. Principalmente quando se tem um grande ator como Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo) fazendo um papel tão horrível como esse que ele fez. Nem parecia ser o mesmo ator que está concorrendo ao Oscar, dava agonia de vê-lo em cena, literalmente horrível.
O Destino de Júpiter conta com cenas de ação extraordinárias e excelentes efeitos visuais. O personagem de Tatum possui uma bota especial que o faz deslizar no ar, gerando cenas bem bacanas. Por outro lado, o filme peca com o roteiro repleto de falhas e diálogos absurdos. Mistura imortalidade, reencarnação, rejuvenescimento, burocracia, casamento entre irmãos, imigração, venda de órgãos... O filme atira para todos os lados e não acerta nada. Possui falas inacreditáveis, como "abelhas não mentem". (???) Pelo menos Kunis vai bem!

O final abre caminho para continuações, mas é pouco provável que alguém saia deste filme querendo mais. 

Nota : 7.5

Bob Esponja - Um Herói Fora d´Água


O fenomenal Sr. Bob Esponja Calça Quadrada resolve pela segunda vez sair da telinha para aparecer nas telonas em mais um longa. Dessa vez, ele precisa recuperar a fórmula secreta do hambúrguer de sirí que foi roubado pelo Capitão Barba Burguer para assim recuperar a ordem que foi quebrada na Fenda do Bíquini, só que para isso Bob Esponja e sua turma terão que subir até a superfice.
Para além de um livro mágico que permite reescrever a história, a trama ainda envolve uma espécie de “fada-madrinha” golfinho e uma máquina de viagem no tempo que tiram o foco do propósito do grupo e acaba dando voltas desnecessárias na trama.
Bob Esponja – Um Heroi Fora d`Água não foge dos clichês que também são encontrados no seriado, principalmente a irritante risada de Bob Esponja.
De fato, o filme é divertido, principalmente na parte em que os personagens sobem para a superfice em busca da fórmula secreta e geram confusão em terra firme.
Um personagem divertido também é o Barba Burguer, interpretado por Antônio Banderas que vai bem como um pirata mais confuso do que malvado.
Porém, o resultado final é mais confuso do que engraçado. O problema, caro fã de Bob Esponja é que praticamente todas as boas piadas foram usadas nos vídeos prévios. Para Um Herói Fora D'Água, só sobrou uma, já na resolução do filme, envolvendo uma “herança” para o Lula Molusco que realmente é muito boa!

Nota : 7.0

Selma - Uma Luta Pela Igualdade


Selma é uma cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), que acompanha as históricas marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.
Mais uma biografia que concorre ao Oscar com um tema bem forte, a luta contra um estado americano ainda extremamente racista.
A princípio, Selma - Uma Luta Pela Igualdade não se destaca em meio a dezenas de biografias que chegaram aos cinemas recentemente. O seu modelo é clássico, tanto na maneira de filmar (câmera colada no rosto do personagem principal, grandes planos em gruas para cenas de multidões, letreiros indicando locais e datas) quanto no roteiro (linear, cronológico, explicativo). No entanto, por trás desta aparência de grande obra elegante e convencional, o filme esconde uma série de qualidades incomuns que merecem ser destacadas.
No papel principal, David Oyelowo contribui de maneira excepcional a este projeto. O ator evita idealizar o personagem, fugindo das grandes cenas repletas de emoção, de catarse, ou seja, evita a atuação-espetáculo. Comparado a outros atores nesta temporada de premiações - Jake Gyllenhaal e seus olhos esbugalhados, seus acessos de raiva, ou Eddie Redmayne e sua tentativa em transformar Stephen Hawking no homem mais carismático do mundo - Oyelowo é surpreendentemente contido, complexo, conseguindo transmitir através de silêncios e da força do olhar o que atores histriônicos transformariam em deificação.
A fotografia, principalmente, é espetacular. O tratamento da luz em cenas escuras, como nos quartos das casas ou na prisão, impressiona pelos detalhes, isso sem falar em momentos à luz do dia, como o primeiro enfrentamento na ponte - a cena mais bela e poderosa de todo o filme.

Mas baseado em uma história real tão incrível, Selma poderia também ter sido melhor em diversas partes. Volto dizer novamente, a temporada é fraca e Selma por mais que seja bom, ainda é mais fraco que muitos concorrentes, mas não deixa de ser uma verdadeira lição de vida que deve ser visto e revisto por todo tipo de ser humano.

Nota : 8.5

Corações de Ferro


Gosta de guerra, tiros e mortes? Se sim, por que ainda não foi assistir a esse filme e de que quebra (pra mulherada) ver os peitorais de Brad Pitt?
Bom, Corações de Ferro não foge de principal moda atual no mundo cinematográfico, a Segunda Guerra Mundial. O longa mostra um grupo de cinco soldados americanos que é encarregado de atacar os nazistas dentro da própria Alemanha. Apesar de estarem em quantidade inferior e terem poucas armas, eles são liderados pelo enfurecido Wardaddy (Brad Pitt), sargento que pretende levá-los à vitória, enquanto ensina o novato Norman (Logan Lerman) a lutar.
O interessante de Corações de Ferro, é que seu foco principal mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, é mostrar as pessoas e seus sentimentos mesmo em meio a tantas mortes que a guerra causa.
Me chamou bastante a atenção a atuação de Logan Lerman (As Vantagens de Ser Invisível e Percy Jackson) que se mostra mais maduro neste filme.
Tem cenas que são bem marcantes também no longa, como a cena onde Wardaddy, personagem de Pitt obriga Norman, personagem de Logan, a matar um alemão contra sua própria vontade.

Um filme que mostra atos de coragem, em um roteiro bem construído e com uma direção firme. Só acho que o fato de ser 2h14 de guerra cansa um pouco os olhos e ouvidos de quem o assiste. Não tem pausa a não ser o momento em que vão almoçar na casa de uma mulher desconhecida para lembrar o que é ter uma família.

Nota : 8.0

O Jogo da Imitação


O Jogo da Imitação, mais um filme concorrente de diversas categorias no Oscar inclusive as principais como melhor filme, diretor e ator, é mais um filme que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando o governo britânico monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código que os alemães usavam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de 27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke (Keira Knightley) sua grande incentivadora.
Nesse temporada fraca do Oscar, O Jogo da Imitação consegue ficar entre os mais merecedores de concorrer na categoria de melhor filme em comparação aos outros.
Muito bem dirigido por Morten Tyldum, O Jogo da Imitação também conta com atuações muito boas principalmente de Benedict Cumberbatch, que tem sem dúvida uma das melhores atuações de sua carreira. Keira Knightley também tem grande destaque em seu trabalho nesse filme.

A fotografia é boa e a história também, mais um fato verídico interessante de se conhecer.
Por fim, O Jogo da Imitação não é nenhuma obra prima, mas se compararmos com os demais indicados ao Oscar nessa temporada tão fraquinha, ele se torna algo grande.

Nota : 9.0

Caminhos da Floresta


Caminhos da Floresta é um musical que une várias histórias em uma. Um padeiro e sua mulher (James Corden e Emily Blunt) que vivem em um vilarejo, onde lidam com vários personagens famosos dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho (Lila Crawford). Um dia, eles recebem a visita da bruxa (Meryl Streep), que é sua vizinha. Ela avisa que lançou um feitiço sobre o casal para que não tenha filhos, como castigo por algo feito pelo pai do padeiro, décadas atrás. Ao mesmo tempo, a bruxa avisa que o feitiço pode ser desfeito caso eles lhe tragam quatro objetos: um capuz vermelho como sangue, cabelo amarelo como espiga de milho, um sapato dourado como ouro e uma vaca branca como o leite. Eles têm apenas três dias para encontrar tudo, caso contrário o feitiço será eterno. Decididos a cumprir o objetivo, o padeiro e sua esposa adentram na floresta.
Uma junção de Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, João e o Pé de Feijão e Rapunzel que ficou incrível. Bem dirigido, bem fotografado e com uma trilha magnífica, Caminhos da Floresta diverte e encanta a quem o assiste.
É muito divertido você ver os principais contos de fada da infância, se unindo e misturando as histórias todas em uma. Algumas cenas ficam marcada na mente como o encontro da esposa do padeiro com o príncipe, a Cinderela fugindo do príncipe, a vaca revivendo e a bruxa se transformando. São realmente incríveis.
Quando falamos de elenco, a coisa melhora muito, todos dão um show! Afinal, temos grandes nomes como Meryl Streep, Emily Blunt, James Corden, Anna Kendrick, Chris Pine e a pequena mas efetiva participação de Johnny Deep como Lobo. Destaque claro, como sempre, para a diva Meryl Streep, que mais uma vez concorre ao Oscar (já deve estar até enjoada) e dá um show a parte. Meryl sabe ser bruxa, louca e má e sabe ser bruxa, sã e bela. Momento especial é quando ela se torna uma bruxa em uma dama linda com o feitiço.

Para não dizer ser perfeito, Caminhos da Floresta peca por alongar em algumas partes. Em certo momento do filme, quando parece que acabou, a trama tem uma reviravolta e lá se estende mais aproximadamente uns 40 minutos que acabaram se tornando um pouco cansativo. Mas fora isso é incrível.

Nota : 9.0

Cássia Eller


É difícil encontrar documentários de uma qualidade tão excelente quando Cássia Eller. São 113 minutos que voam e parecem ser até menos que 90 minutos. Ah, e olha que não sou fã de Cássia.
O documentário ganha qualidade pois ele nos mostra todos os detalhes da vida e carreira da cantora, desde quando ela iniciou na música, quando veio o filho, seus relacionamentos, viagens, principais shows como o Rock in Rio e o Acústico e quando você pensa que o filme já acabou, que é quando a Cassia morre, você está enganado, ainda vem mais aproximadamente uns 20 minutos de filme contando o que foi decidido em relação ao seu filho e também a marca que ela deixou para aqueles que a amavam.
Cássia conta com inúmeros momentos emocionantes, mas é curioso notar que nem sempre tais momentos nascem das cenas que em tese seriam mais tristes. Ouvi-la cantando "Malandragem", "O Segundo Sol", dentre outras, vai levar o público a se emocionar mais do que quando o filme trata de sua morte. É impressionante a força da voz da cantora, tanto para as músicas mais leves quanto para os mais pesados rocks. A versatilidade da artista, que ia do rock ao samba, passando por Chico Buarque e Edith Piaf, era conhecida por parte do público, mas o documentário trata de deixar muito bem exemplificado.

É um filme para ser visto e revisto. E vá preparado para se emocionar e se arrepiar várias vezes ao longo da projeção. Conta com depoimentos marcantes de Nando Reis, Zélia Duncan, Lan Lan e muitos outros, além de uma leitura de cartas pessoais pela voz de Malu Mader. Os fãs de Cássia irão adorar reverr momentos emblemáticos como a gravação do Acústico MTV e o lendário show no Rock in Rio. Mas a Cássia que fica para o espectador é a garota tímida, apaixonada pelo filho e que só queria cantar.

Nota : 9.0

A Mulher de Preto 2 : O Anjo da Morte


A Mulher de Preto 2 se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quando um bombardeio destrói a cidade de Londres, forçando diversas crianças a buscarem abrigo em cidades menores da Inglaterra. Edward (Oaklee Pendergast) é uma destas crianças traumatizadas, que acaba de perder os pais e não pronuncia uma palavra sequer. Ele é acolhido pela governanta Jean (Helen McCrory) e pela professora Eve (Phoebe Fox) na Mansão do Pântano. O abrigo está caindo aos pedaços, mas serve como refúgio ao pequeno grupo. Aos poucos, no entanto, uma série de acontecimentos assustadores passam a afetar os novos hóspedes.
Uma justificativa para a baixa bilheteria dessa sequência talvez fosse a falta de um grande nome de Hollywood já que tiveram a ilustre de Daniel Radcliffe no primeiro filme.
Olhando pelo roteiro e focando na história do filme, ele não é ruim, principalmente pelo fato de realmente ter uma história a ser contada, diferente de muitos filmes de terror que nem sequer isso eles tem.
Não diferente dos outros, A Mulher de Preto 2 vem cheio de clichês, sustos em momentos já esperados, ou seja, segue a cartilha de como fazer um filme de terror.

Enfim, A Mulher de Preto 2 apesar dos clichês, tem suas qualidades quando se fala de enredo do longa, desempenha bem a história e consegue divertir os amantes de filmes do gênero.

Nota : 7.0

Grandes Olhos


Mais um filme do Tim Burton chega aos cinemas, e claro, como sempre, chega com grandes expectativas. Expectativa essa que foi cumprida com êxito.
Grandes Olhos apresenta a história real da pintora Margaret Keane (Amy Adams), uma das artistas mais comercialmente rentáveis dos anos 1950 graças aos seus retratos de crianças com olhos grandes e assustadores. Defensora das causas feministas, ela teve que lutar contra o próprio marido no tribunal, já que o também pintor Walter Keane (Christoph Waltz) afirmava ser o verdadeiro autor de suas obras.
É uma história chocante que mostra como o a mulher era, não por necessidade mas por cultura, dependente do homem para tudo na vida. Margaret, sendo uma grande artista, de certa forma deu suas obras por um certo período ao seu marido pelo fato de talvez por ser mulher, seus quadros não se tornassem tão lucrativos como foi levando o nome de Walter.
O filme é bem dirigido, afinal não é qualquer um que está nesse cargo e sim um dos mestres do cinema atual, o Tim Burton (Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, Alice no País das Maravilhas, Frankenweenie, Sombras da Noite, A Fantástica Fábrica de Chocolate) e além disso conta com um elenco bem competente, dando destaque claramente a Christoph Waltz e Amy Adams.
Waltz, que concorreu ao Oscar recentemente por Django Livre desempenha bem seu papel mesclando seu lado dócil, vilão e louco principalmente na cena do julgamento no tribunal. Adams, não muito diferente, também concorrente do Oscar recentemente, presente em Ela e Trapaça, faz seu papel de forma incrível (mais uma vez) e valoriza mais o longa.

É um filme lúdico e louco, por mais que seja baseado em fatos reais. Muito bacana a cena em que Margaret está no mercado e começa enxergar todos com olhos gigantes. Vale apena!

Nota : 8.5

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)


Birdman é mais um concorrente ao Oscar e traz Riggan Thomson (Michael Keaton) que fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone cultural no passado. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway. Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente.
Birdman está concorrendo ao Oscar merecidamente. Repleto de diálogos sarcásticos e um elenco coeso muito competente, com destaque maior para os olhares reveladores de Emma Stone e Naomi Watts, Birdman é um filme lúdico que diz muito sobre o mundo atual, onde a fama é algo a ser conquistado a todo custo e a palavra perde cada vez mais espaço para a beleza de imagens vazias. Trata-se de um filme absolutamente crítico: a Hollywood, a Broadway, ao modus operandi do ramo do entretenimento, nos Estados Unidos e também em vários países (o Brasil inclusive), sem deixar de cutucar também a própria crítica profissional neste gigantesco mecanismo inflado pelo ego. Um filme para pensar e também para divertir, saboreando as preciosidades que Iñárritu espalhou ao longo de sua duração, seja com situações deliciosamente bizarras ou até meigas, onde o ritmo frenético diminui para ressaltar o brilho das atuações.
Parte interessante do filme é quando uma crítica diz ao personagem principal que irá acabar com a peça simplesmente pelo fato de não gostar dele. Ou seja, é um filme literalmente cheio de críticas a indústria cinematográfica e também a imprensa, ou seja, os críticos que na maioria das vezes leva muito para o pessoal.
E me despeço pedindo aplausos para todo o elenco do filme, todos brilham, sem nenhuma excessão.


Nota : 9.0

A Teoria de Tudo


Que bela a história de Stephen Hawking, um exemplo de perseverança, todo ser humano devia assistir a esse filme. A Teoria de Tudo, baseado na biografia de Stephen Hawking, mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa quando tinha apenas 21 anos.
Atualmente está na moda filmes biográficos em Hollywood, principalmente na lista de concorrentes ao Oscar nos últimos anos. A Teoria de Tudo é mais um exemplo desses, que realmente impressiona a muitos. Acho que essa alta de biografias no cinema de qualidade tão grande talvez mostra que a vida real seja muitas vezes mais interessante do que a ficção.
Extremamente bem dirigido, A Teoria de Tudo conta com boa fotografia, trilha sonora, edição e figurino também beirando a perfeição. As atuações de Redmayne e Felicity Jones também são de primeira, dão uma realidade absurda aos personagens que em uma certa altura do filme você chega a se convercer de que Redmayne tem realmente a doença que ele interpreta no filme.

A Teoria de Tudo é apresentando com leveza, o filme também não foge de polêmicas que poderiam chocar a audiência mais conservadora, a principal delas envolvendo um triângulo amoroso. Em um dado momento, um terceiro elemento, Jonathan Hellyer Jones (Charlie Cox) entra para a vida do casal. Cada um dos personagens tem consciência das suas limitações e, por isso, a iminente mudança na relação é abordada de maneira natural e madura.

Nota : 9.0

Amor, Plástico e Barulho


Em Amor, Plástico e Barulho a personagem Shelly (Nash Laila) é uma jovem dançarina que tem o grande sonho de se tornar cantora de Brega (estilo musical popular do nordeste brasileiro). Ela entra para o show business em busca de fama e fortuna mas, inserida em um mundo onde tudo é descartável, incluindo o amor e as relações humanas, ela vai encontrar grandes dificuldades para atingir a fama. Seguindo os passos de Jaqueline (Maeve Jinkings), sua companheira de banda e musa inspiradora, ela pretende virar uma grande cantora de música Brega.
A diretora e roteirista Renata Pinheiro mergulha em um universo desconhecido pelo grande público e não abre mão de debater questões sociais, como é o casa da especulação imobiliária, tema muito presente no cinema pernambucano nos últimos anos. Destaque de O Som ao Redor, Maeve Jinkings volta a entregar uma grande atuação como Jaqueline, estrela do tecnobrega e líder da banda Amor com Veneno. Ela abre as portas de sua casa e da banda para a jovem Shelly (Nash Laila), que aos poucos vai se revelando muito ambiciosa e disposta a tudo para atingir a fama.
É curioso notar que a rivalidade das personagens em cena acaba gerando uma espécie de duelo de interpretações. Jinkings e Laila têm atuações formidáveis na produção, sendo difícil dizer quem está melhor. Obviamente, a tendência do público é se solidarizar com a personagem que está sendo alvo de traição, como é o caso de Jaque, mas é inegável que Shelly também desperta um sentimento forte no espectador.

O filme se joga fundo no universo Brega e mostra bem a realidade vivida no nordeste, mas fora as qualidades já citadas ao longo desse texto mais nada chega a ser tão interessante. Fotografia fica a desejar e trilha sonora não ajuda em alguns momentos. E foi ridículo a personagem do filme cantando Chupa que é de Uva em câmera lenta, mas para a proposta do filme até que não foi tão aterrorizante.

Nota : 6.0

Até que a Sbórnia nos Separe


Sbornia é um pequeno país que sempre viveu isolado do resto do mundo, cercado por um grande muro que não permite o contato com os vizinhos. Um dia, no entanto, um acidente leva à queda do muro, e logo os sbornianos começam a descobrir os costumes modernos. Dois músicos locais, Kraunus (Hique Gomez) e Pletskaya (Nico Nicolaiewsky), observam as reações de seus conterrâneos: enquanto alguns adotam rapidamente a cultura estrangeira, outros preferem reafirmar as tradições sbornianas e resistir ao imperialismo.
É uma animação brasileira pra deixar qualquer um de boca aberta, afinal das contas, por mais que sejamos brasileiros sempre duvidamos um pouco do talento de nossos conterrâneos, mas Otto Guerra, Ennio Torresan Jr. e toda a equipe do filme estão de parabéns.
Até que a Sbórnia nos Separe é uma animação muito divertida e inteligente, bem desenhada, tem uma trilha sonora incrível e a proposta é o mais interessante.
Baseado na peça teatral Tantos e Tragédias que permaneceu em cartaz durante 30 anos em Porto Alegre, o filme mostra a disputa do ser humano pelo poder, sendo capaz de destruir o mundo em que vive em busca de mais dinheiro.
Outra grande parte do filme é o romance vivido por Pletskaya e Cocliquot (personagem dublado pela cantora Fernanda Takai), que tem ares de Romeu e Julieta por ser um romance proibido.

Sinceramente, não esperava tanto dessa animação, fiquei realmente surpreso com a qualidade do filme. Saí da sessão já com vontade de assistir novamente.

Nota : 8.5

Antes de Dormir


No início não dá muitas expectativas, mas em poucos minutos o suspense começa ficar interessante. Em Antes de Dormir, dia após dia, Christine Lucas (Nicole Kidman) desperta sem se lembrar de absolutamente nada que aconteceu em sua vida nos últimos 20 anos. Isto acontece devido a um acidente sofrido uma década atrás, que fez com que seu cérebro não consiga reter as informações recebidas ao longo do dia. Com isso, cabe ao seu marido Ben (Colin Firth) a tarefa de relembrá-la de sua vida, através de um mural de fotos e detalhes do passado. Além disto, ela passa por uma terapia sigilosa com o dr. Nasch (Mark Strong), que procura incitá-la a ter lembranças sobre o que aconteceu. Só que, aos poucos, ela percebe que nem tudo é o que parece ser.
Analisando friamente pela sinopse do filme, parece ser um clássico suspense cheios de clichês. E em diversos momentos é realmente. Mas ainda assim, é um suspense ótimo de se assistir.
O filme, a bem da verdade, é um grande quebra-cabeças onde o espectador é levado a testar possibilidades. Diante das variadas perguntas levantadas por uma situação deste tipo, o roteiro segue tateando em busca de possíveis respostas. Investiga por um lado, dá com os burros n’água, parte por outro caminho, aparece algo promissor que pode (ou não) ser descartado e por aí vai. Há várias subtramas ensaiadas e não desenvolvidas, seja para confundir o espectador ou por mero desinteresse do autor. Para manter uma unidade, a trama apresenta uma câmera digital como elo entre um dia e outro. É através de declarações gravadas que Christine sabe melhor o que está acontecendo, a partir de pistas deixadas por ela sobre sua investigação diária. Só que estas mesmas declarações são muitas vezes enganosas, pelo medo inevitável diante do que ocorre. Em que confiar, no fim das contas?
Vale comentar também o trabalho de Colin Firth que é um grande ator e mais uma vez se mostrou grandioso nesse seu novo trabalho. Kidman, também outra grande atriz, não vai mal.

Antes de Dormir é um filme interessante pelos rumos que o roteiro segue em busca de uma solução, sem saber logo de cara o que e onde procurar. Sem brilho, mas com uma boa dose de tensão decorrente das desconfianças crescentes, o filme cumpre com uma certa competência o objetivo de entregar ao público diversão em pouco mais de 90 minutos, por mais que ela seja bem mastigada para que, ao término da sessão, não haja qualquer dúvida sobre o que acabou de acontecer.

Nota : 8.5

Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo


Em Foxcatcher, o campeão olímpico de luta greco-romana, Mark Schultz (Channing Tatum) sempre treinou com seu irmão mais velho, David (Mark Ruffalo), que é também uma lenda no esporte. Até que, um dia, recebe um convite para visitar o milionário John du Pont (Steve Carell) em sua mansão. Apaixonado pelo esporte, du Pont oferece a Mark que entre em sua própria equipe, a Foxcatcher, onde teria todas as condições necessárias para se aprimorar. Atraído pelo salário e as condições de vida oferecidas, Mark aceita a proposta e, assim, se muda para uma casa na propriedade do milionário. Aos poucos eles se tornam amigos, mas a difícil personalidade de du Pont faz com que Mark acabe seguindo uma trilha perigosa para um atleta.
Esse é mais um filme concorrente em diversas categorias no Oscar baseado em fatos reais. Foxcatcher é um grande filme, em todos os sentidos. Maravilhosa é a maquiagem que foi usada em Carell, que de primeira vista não chegamos nem a o reconhecer tão rapidamente, a não ser pelo seu gigante nariz que o entrega rápido.
O filme é bem dirigido e o roteiro excelente. Os atores também dão um show a parte e valorizam mais o filme, conta com atuações impecáveis de Steve Carell e Channing Tatum que até me surpreendeu e um trabalho digno de Mark Rufallo.

Excelente filme. Não apenas pela condução soberba da direção e as ótimas atuações, mas também pelo perfeccionismo técnico em maquiagem, fotografia e direção de arte e, principalmente, pela coragem em cutucar um tema tão intrínseco ao modo de ser e de se orgulhar do americano típico.

Nota : 9.0

A Entrevista


Sinceramente não entendo o porque de tanto polêmica quanto ao lançamento desse filme. Todo aquela polêmica criada pelos coreanos quanto ao lançamento de A Entrevista só nos deixou claro uma coisa: os coreanos são sim ditadores.
Nessa comédia, os personagens de James Franco e Seth Rogens, donos de um programa de entrevista na TV americana, estão cansados de fazerem entrevistas apenas com celebridades. Eles conseguem marcar uma entrevista com o ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte. Sabendo disso, a CIA decidem convocar os dois sujeitos para um plano para assassinar o ditador. A coisa só complica um pouco quando o apresentador começa a se identificar com os dramas vividos pelo governante.
É uma comédia divertida em alguns momentos mas um pouco suja, em diversos momentos apelativa, nada muito inteligente. Consegue ser pior que Vizinhos e melhor que É o Fim que é realmente um verdadeiro desastre.
Tem atuações pouco interessantes como a de James Franco principalmente, que é um bom ator, mas parece que gosta de fazer papel de aprendiz e Seth Rogen que não surpreende muito.

A história de fato é bem interessante, tira algumas risadas, mas nada que seja hilário e nenhuma cena que seja para dar gargalhadas. Mas de resto, o filme caminha bem, e já conhecendo o gênero de comédia tanto dos produtores quanto dos atores, até que ele se torna bom, não daria para esperar algo diferente.

Nota : 7.5

Busca Implacável 3


Mais uma vez resolveram mexer com a família de Liam Neeson em Busca Implacável 3. Será que não cansam? Deixem o coitado em paz.
Dessa vez, o ex-agente do governo norte-americano Bryan Mills (Liam Neeson) tenta tornar-se um homem família, mas vê tudo ruir quando Lenore (Famke Janssen) é assassinada. Acusado de ter cometido o crime, ele entra na mira da polícia de Los Angeles. Desolado e caçado, ele tenta encontrar os verdadeiros culpados e proteger a única coisa que lhe resta: a filha Kim (Maggie Grace).
Essa terceira sequência não muda muito das outras 2, tem ação, tem um amor cheio de mel entre o pai e a filha e tem é claro, Liam Neeson indo atrás de justiça com as próprias mãos e dando um baile na polícia e nos bandidos.
Apesar de trazer um roteiro bem previsível, Busca Implacável 3 ainda prende a atenção graças ao carisma de Liam Neeson e algumas boas sequências de ação, como a impressionante cena do carro no elevador. Outro ponto positivo é que, ao contrário de Busca Implacável 2, neste há um avanço na continuidade de Bryan Mills nas telonas, já que os eventos aqui retratados necessariamente serão levados em consideração caso um quarto filme seja realizado. Mas, ainda assim, é o filme mais ameno da trilogia.

Nada grande, é aquele filme que se esquece em alguns poucos meses, mas para quem é fã de Busca Implacável tenho certeza que irá gostar.

Nota : 7.5

Timbuktu


Concorrente do Oscar de melhor filme estrangeiro pela Mauritânia, Timbuktu se passa em uma pequena cidade no norte de Mali, controlada por extremistas religiosos. Uma família tem sua rotina alterada quando um pescador mata uma de suas vacas. Ao tirar satisfação sobre o ocorrido, Kidane (Ibrahim Ahmed dit Pino) acaba matando o tal pescador. Tal situação o coloca no alvo da facção religiosa, já que cometera um crime imperdoável.
O longa, foca em mostrar as dificuldades e as injustiças que ocorrem no oriente médio, onde os líderes e extremistas acreditam que a justiça são eles quem fazem. Trata-se de uma obra atual, envolvente e desoladora em alguns momentos. Também possibilita a reflexão ao tentar mostrar que mesmo pessoas em tese pacíficas são afetadas por certo radicalismo ao serem mantidas em uma sociedade radical e excessiva. Isso é visto quando um personagem importante procura fazer justiça pelas próprias mãos ao se irritar com um vizinho.
O principal mérito da produção está em retratar uma situação duríssima, mas sem abrir mão da poesia. Poesia esta que não é só visual, através de uma fotografia fabulosa e cenários atraentes, mas também através da ação de personagens.

Um filme importante que chega em um momento importante de nossa sociedade, quando estamos presenciando ataques terroristas. Bom para refletirmos, mas apenas, não acho que merecia concorrer ao Oscar, haviam melhores opções. Minha torcida ainda é de Relatos Selvagens.

Nota : 7.0

Run & Jump


Em Run & Jump, um médico americano viaja para a Irlanda para estudar a família Casey depois que um de seus integrantes, um homem de 38 anos chamado Conor, sofre um acidente vascular cerebral que muda sua personalidade e balança completamente a rotina da família.
Run & Jump é mais um filme que mostra os valores da família, o pai adoecido, a mãe que faz de tudo para ver o bem do marido e os filhos que o amam a ponto de nem perceberem a doença de seu pai.
É um filme de silêncios e que tem uma imagem bastante fechada nos personagens, fazendo com que o espectador descubra o que se passa na cabeça de cada pessoa por si só apenas pela feição de cada personagem.

Não é nenhuma obra prima, mas é um filme bonito e tocante, de maneira geral é razoavelmente bem feito e com boas atuações.

Nota : 8.0

Se Fazendo de Morto


Se Fazendo de Morto é mais uma divertida comédia francesa que chega aos cinemas brasileiros contando a história de Jean (François Damiens), um ator que ganhou o prêmio César de melhor revelação em 1987, mas questões de ego o levaram a escolhas erradas na carreira. Aos 40 anos, ele hoje mal consegue emprego como ator. A única chance que surge é de interpretar o morto na reconstituição de um violento crime ocorrido em uma cidade ao norte da França. Ele aceita a tarefa mas, ao chegar, logo bate de frente com a juíza Noémie Desfontaines (Géraldine Nakache), que não gosta dos pitacos que ele dá nas investigações feitas pela polícia.
É uma comédia bem divertida e leve, bem na cara de comédias francesas. Por mais que traga alguns exageros na história, especialmente quando ela está perto do desfecho e o roteiro passa a buscar possíveis culpados em tudo quanto é canto.
Se Fazendo de Morto é um filme que merece atenção. Seja por manipular o noir de forma a adequá-lo à proposta cômica (a iluminação é a mudança mais explícita, pela necessidade de “clarear” o cenário para manter um tom mais leve) ou até mesmo por ver Damiens em um de seus raros papéis como protagonista. É na verdade uma grande brincadeira com o gênero policial, aproveitando seus clichês para construir uma história leve e com direito a citações cinematográficas.

A escolha de François Damiens como protagonista, bom ator que nada tem de bonito, ressalta ainda mais o ar ordinário do personagem. É o típico derrotado que tenta sobreviver ao mesmo tempo em que precisa lidar com o orgulho ferido pelo próprio fracasso.

Nota : 8.0

O Segredo das Águas


O Segredo das Águas é aquele típico filme paradão e pensante, nada de assisti-lo após o almoço ou tomando suco de maracujá. São 2 horas de filmes para refletir sobre a vida e sua história em si não chama muito a atenção, é um filme totalmente técnico, para quem gosta de observar os detalhes.
O Segredo das Águas consegue unir o aspecto místico da natureza (sua força inexplicável, sagrada e misteriosa) com o ponto de vista niilista do ser humano. Nenhuma vida vale mais do que a outra, ninguém deixa uma marca indelével no planeta. Todos somos parte de um ciclo, no qual a morte é necessária para que exista o renascimento.
Interessante que Kawase ainda consiga inserir uma bela discussão sobre o sexo, retratado da maneira mais delicada possível no confronto entre os adolescentes. Paralelamente, as cenas familiares com Kyoko, sua mãe doente (Miyuki Matsuda) e seu pai extrovertido (Tetta Sugimoto) são pérolas do intimismo, pelo olhar respeitoso da câmera, e também pelas atuações excepcionais de Matsuda e Sugimoto.

Com uma fotografia que beira a perfeição e muito bem editado, O Segredo das Águas se salva pelas técnicas.

Nota : 6.5

Livre


Livre é baseado no livro "Livre - A Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço" que, assim que foi lançado, em 2012, fez um baita sucesso, liderando por sete semanas consecutivas a lista dos mais vendidos de não-ficção do jornal The New York Times; foi selecionado para o popular Clube do Livro de Oprah Winfrey; e traduzido para mais de 30 idiomas.
Interpretada por Reese Whiterspoon, Cheryl Strayed após a morte de sua mãe, um divórcio e uma fase de autodestruição repleta de heroína, decide mudar e investir em uma nova vida junto à natureza selvagem. Para tanto, ela se aventura em uma trilha de 1100 milhas pela costa do oceano Pacífico, nada mole para uma mulher né?
O filme no geral é todo bem feito, Reese tem uma boa atuação, inclusive concorre ao Oscar de melhor atriz, mas acredito que não seja a grande favorita, assim também como a coadjuvante Laura Dern que também está no Oscar com candidatas melhores no páreo.
Reese, também como produtora em Livre,  lutou pelos direitos da obra e contratou um timaço para dar cabo da adaptação: o canadense Jean-Marc Vallée, o nome do momento desde Clube de Compras Dallas; e o escritor e roteirista Nick Hornby. E não é que essa junção acabou dando certo.
Livre, é aquele típico filme de personagem. Tudo gira ao redor da personagem principal que dá todo o tom do filme, a emoção, a aventura, o romance, o drama, enfim, tudo. Ou seja, para fazer esse papel seria um desafio e tanto para quem topasse e Reese assumiu a responsabilidade e fez bem, sem dúvida, um de seus melhores papéis até hoje no cinema.

Na minha humilde opinião, peca apenas em algumas cenas onde acho que poderiam ser um pouco mais curtas, deram ênfase demais sem tanta necessidade em partes do filme que acabaram o tornando cansativo, mas fora isso, nada a reclamar.

Nota : 8.5

Invencível


Angelina Jolie volta ao cinema como diretora em Invencível e se mostra mais madura na direção de um longa. Ela, que já havia dirigido anteriormente Na Terra de Amor e Ódio mostra novamente em Invencível seu grande interesse pelos dramas de guerra que ela de certa forma acaba conhecendo nas suas missões pelo bem e acaba traduzindo a história para filme.
Invencível retrata a história real do atleta olímpico Louis Zamperini (Jack O'Connell), que sofre um acidente de avião e cai em pleno mar. Ele luta durante 47 dias para reencontrar a terra firme e quando consegue é capturado pelos japoneses em plena Segunda Guerra Mundial e se torna um presidiário de guerra pelos japoneses sofrendo por muitas torturas.
Uma história incrivelmente emocionante e bem traduzida, com boas atuações, direção, fotografia e trilha sonora.
Claro, falando em direção, nada é perfeito, mas para uma segunda direção, fiquei surpreso com o trabalho de Jolie e de seu elenco, que é pouco conhecido também.
Tecnicamente correto na ambientação, fotografia e direção de arte desde o passado de Zamp – apelido de Louis – na Califórnia, até quando precisa enfrentar os perigos marinhos e, depois, os japoneses, Invencível talvez se prolonga demais quando ele e um colega viram prisioneiros de guerra. Pode ser que a diretora queira nos mostrar o quão forte e corajoso o jovem foi.
Sem poupar ninguém, Jolie não deixa de mostrar os soldados americanos que aceitavam discursar contra a própria nação, na Rádio de Tóquio, para escapar da prisão e viver com certas regalias. E nos apresenta àquele tipo de história que não merece apenas ser contada, mesmo que de maneira irregular, mas também precisa ser conhecida. Ótimo filme!



Nota : 9.0

Minúsculos


Baseado na série de TV homônima criada por Hélène Giraud  e Thomas Szabo, o filme, também dirigido pela dupla, mantém a técnica de inserir os bichinhos animados em computação gráfica sobre um cenário filmado, e o resultado é um verdadeiro deleite visual.
O longa se passa em uma pacífica clareira, quando entre as sobras de um piquenique, começa uma batalha entre duas tribos de formigas em busca de uma caixa de açúcar. Uma jovem e corajosa joaninha acaba sendo capturada no meio do fogo cruzado e torna-se aliada das formigas negras, ajudando na luta contra as terríveis formigas vermelhas.
Vendo friamente a sinopse e até mesmo o trailer do filme, temos uma expectativa desanimadora, mas que logo de início já se desfaz.
Minúsculos é uma animação divertida, inteligente e leve que mesmo sendo completamente muda, consegue entreter até mesmo as crianças sem que se torne cansativa.

Um ponto alto do filme, é o fato de ser tão natural a ponto de os bichos assim como as formigas, joaninhas, aranhas e lagartos “falarem” o seu próprio idioma. Nada de bichos falantes, eles apenas fazem os sons e se comunicam e localizam assim como na vida real e mostra também o dia a dia das formigas assim como a hierarquia que existe dentro de um formigueiro. Uma verdadeira aula de ciências e biologia para as crianças no cinema em uma belíssima imagem.  

Nota : 8.0

Leviatã


Vencedor do Globo de Ouro e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o russo Leviatã chega aos cinemas brasileiros com expectativa de ser uma verdadeira obra de arte cinematográfica, mas confesso que os últimos vencedores O Artista (França), Amor (Hungria) e A Grande Beleza (Itália), me agradaram muito, mas muito mais do que esse suposto favorito a levar o prêmio de 2015. Continuo na torcida para Relatos Selvagens.
Leviatã conta a história de um pai de família (Aleksey Serebryakov), que luta contra os desmandos de um prefeito corrupto que tanta despeja-lo de sua casa e é capaz de fazer qualquer coisa para conseguir.
Leviatã é um filme bom, só acho que não tanto quanto estão dizendo, já vi muitos filmes estrangeiros melhor que ele, mas vamos falar agora apenas dele.
É um longa intenso, que mostra como funcionava de certa forma a ditadura russa e como a grande maioria dos filmes europeus, foca muito na arte, fotografia e trilha sonora tendo diversas cenas paradas em uma imagem mostrando diversas paisagens e focando as locações que são de fato, belas.
Leviatã é um filme que mostra que os maiores monstros, estão na terra e são da mesma espécie que nós. Interessante uma cena em que mostra uma ossada de baleia abandonada no meio da praia, simbolizando que nem os grandes seres do oceano são capazes de suportar os males que estão presentes na Terra.

A trilha sonora é parte importante do longa, que nos mostra a decadência da sociedade e que todos nós, somos corruptíveis e não existem pessoas inocentes.

Nota : 7.5

Depois da Chuva


Depois da Chuva se passa em Salvador durante o movimento das Diretas Já, quando o povo lutava por democracia no Brasil pós-ditadura. Porém, Depois da Chuva é diferente dos demais longas brasileiros que se passam nessa época, porque ele mostra a rotina de um adolescente e não de um adulto ou militante como na maioria dos casos.
O filme, nos mostra a rotina de Caio (Pedro Maia). Um jovem de espírito libertário que se opõe a qualquer forma de governo. Munido de um espírito anarquista ele trabalha em uma rádio pirata e choca sua escola burguesa com uma banda de “rock transgênero”.
No longa, os diretores mostram como funcionava a mente dos adolescentes em meio todas aqueles acontecimentos e a ditadura que eles sofriam dentro de casa e na escola, além de dar um foco especial também para a relação amorosa de Caio com Fernanda, personagem de Sophia Corral.
Um filme bem feito, principalmente por ser repleto de estreantes tanto na direção quanto no elenco. Mostra bem o que é proposto e os atores demonstram bastante esforço e enxerga-se que realmente tentam dar o melhor de si para este trabalho inicial.
Se perde um pouco em algumas cenas, principalmente nos diálogos e fotografia. Tem uma trilha sonora eficaz e que tem bem a cara do filme e do momento em que viviam, acredito que tenha sido o mais marcante do longa.

E por último, algo que poderia ser evitado, foi o fato de, no final do filme, principalmente, alongar demais algumas cenas para conseguir um tempo de duração maior para o longa, fazendo com que do meio para o final ele se tornasse um pouco entediante devido diversas cenas que foram desnecessárias.

Nota : 7.0

Loucas pra Casar


Loucas pra Casar é o filme que abre as estreias brasileiras em 2015 e já ultrapassa 1 milhão de espectadores com muita rapidez, prova de que o cinema nacional, continua cada vez mais crescendo no gosto dos brasileiros.
No longa, Ingrid Guimarães interpreta Malu, uma mulher de 40 anos que não vê a hora de se casar e quando ela finalmente encontra o homem que possa ser seu grande amor e futuro marido, ela descobre que ele tem uma não, mas sim duas amantes.
Dirigido por Roberto Santucci, um dos responsáveis pelas comédias com maior bilheteria nos últimos anos, mostra que ele realmente encontrou a fórmula mágica para esse verdadeiro trunfo.
O longa é divertido e Ingrid Guimarães e Suzana Pires fazem as melhores cenas que geram risos. Vale comentar também a atuação de Márcio Garcia e Tatá Werneck, que atuam bem, porém nada brilhante. Outro papel bem divertido, é o de Fabiana Karla, que faz uma amiga de Malu que é lésbica.
O longa gira em torno do desespero de uma mulher de 40 anos, para fazer uma família, casar e ter filhos com um homem bem sucedido e todas as loucuras que as mulheres podem fazer para conseguir isso e tem um final realmente surpreendente.

Bastante divertido, Loucas pra Casar abre as estreias brasileiras de 2015 com pé direito não só na bilheteria mas também na qualidade. Vale apena conferir.

Nota : 8.5

O Universo Graciliano


Como já diz no nome, esse documentário nos trás a história de vida de Graciliano Ramos (1892 – 1953), um dos maiores escritores da literatura brasileira.
Com direção de Sylvio Back (O Contestado – Restos Mortais), o filme não muda o estilo dos demais longas do diretor. Esclarecedor, porém complicado.
Poucas pessoas gostam de assistir a documentários, ainda mais quando não se tem interesse pelo tema. Pra ajudar, alguns dos entrevistados não falam de forma clara e não há legenda para essas falas, ou seja, passam-se algumas falas sem que não entendamos bulhufas de nada, dificultando muito a interação com o longa.
Eu particularmente, não gosto nenhum pouco dos filmes de Back, e com O Universo Graciliano não foi diferente. Tento engolir, mas não consigo, por mais que seja um dos documentaristas brasileiros mais premiados, ainda acho que ele precisa aprimorar muitas coisas para que seus documentários se tornem mais atrativos ao público, até porque, O Universo Graciliano, é massante até para os fãs de Graciliano Ramos.

Nota : 6.0

Whiplash - Em Busca da Perfeição


Não é atoa que Whiplash foi indicado em diversas categorias do Oscar, inclusive melhor filme. É um filme que merece aplausos!
No longa, Milles Teller, interpreta Andrew Neyman, um jovem estudante de jazz que sonha em ser uma lenda da música. Após muito ensaio, ele consegue o posto de baterista na banda principal da escola, comandada pelo impetuoso Terence Fletcher (J.K Simons). O que Andrew ainda não sabe, é que aturar Fletcher não é nada fácil e para conseguir os seus objetivos, ele será obrigado a se afastar de coisas importantes e se dedicar unicamente ao seu sonho.
Teller, destaque em filmes como Divergente, Projeto X e Namoro ou Liberdade, mostra suas garras sem nenhum medo em Whiplash, tendo uma atuação acima do que qualquer um poderia esperar. Já Simons, que esteve no recente A Música Nunca Parou, também tem uma atuação convincente e visceral, literalmente incrível.
O longa é eficiente em tudo, belo e extremamente intenso. Tem uma direção que não deixa a desejar em absolutamente nada. Damien Chazelle que também já havia feito um trabalho espetacular à frente do recente Toque de Mestre, volta em Whiplash e ainda faz muito melhor. Realmente, conseguimos esquecer seu desastre em O Último Exorcismo : Parte 2.

E pra fechar, é impossível não falar da trilha sonora que é impecável e faz com que as cenas do filme se tornem muito mais intensas principalmente nos momentos de tensão do final. 

Nota : 10.0

Acima das Nuvens


Acima das Nuvens é aquele tipo de filme, que de fato, seu enredo não chama nossa atenção daquela maneira tão penetrante, porém, seu elenco o eleva de maneira explêndida.
Tendo o renomado diretor Olivier Assayas (Depois de Maio) à frente, em mais um belo trabalho de sua carreira e um elenco com Juliette Binoche, Kristen Stewart e Chloë Grace Moretz, tudo tende a fluir com mais facilidade e realmente acontece.
No longa, Juliette Binoche interpreta Maria Enders, uma atriz veterana que é convidada para uma nova montagem da peça que a fez famosa, porém com uma diferença, dessa vez ela interpretará a personagem mais velha enquanto Jo-Ann (Chloë Moretz) assume o papel que a consagrou primeiro em sua juventude. Já Stewart, interpreta Valentine, assistente da personagem de Binoche.
Acima das Nuvens é um filme de sedução e destruição e que tem seu ponto alto nas atuações. Kristen Stewart, que até pouco tempo atrás era considerada “sem expressão” mostra que todos estávamos enganados e que ela é sim uma grande atriz. Stewart já começou abrir as asas em Na Estrada de Walter Salles e de lá pra cá vem cada vez melhorando mais em seus trabalhos tendo agora seu auge nesse filme. Chloë Moretz, de apenas 17 anos, mostra-se cada vez mais madura. Teve grande atuação em Deixa-me Entrar, Sombras da Noite, Se eu Ficar e agora também vem surpreendendo e muito em seu papel. Já Binoche, não há comentários, afinal estamos falando de uma das rainhas do cinema europeu.
Outro ponto alto do filme, são seus detalhes, como fotografia, roteiro e trilha sonora, que dão mais valor ao longa.

Acima das Nuvens é para amantes não só de cinema, mas também de teatro, em especial os cinéfilos. Para os que gostam de cinema apenas por lazer, pode ser um pouco cansativo.

Nota : 8.0

Os Pinguins de Madagascar


     Não é de hoje que Capitão, Kowalski, Rico e Recruta fazem sucesso entre a criançada. Esses pinguins que surgiram no longa Madagascar ganharam espaço próprio e inclusive uma série de televisão solo, finalmente chegando a um longa metragem. O filme não é grande coisa, Madagascar sendo razoável ainda consegue ser melhor que Os Pinguins de Madagascar de maneira fácil.
     No longa, o diretor mostra o surgimento dos pinguins na Antártica, a sede de ser contra a natureza já desde a infância e suas primeiras aventuras até a mais atual que é salvar todos os pinguins de um polvo vingativo que deseja tirar toda a fofura da espécie e transformá-los em monstros.
     Assim como no seriado infantil, o filme tem bastante cenas de ação e comédia mas nada que seja de alguma maneira hilário.
     O longa se arrasta aos trancos e barrancos e não dá espaço em seu miolo para que os protagonistas brilhem apropriadamente, nem para que o non-sense anárquico que marca a série televisiva se apresente com a força necessária. Algumas piadas soltas até fazem rir, mas o conjunto como um todo não engrena em momento algum.
     Nisso, o próprio 3D que a produção vende torna-se inútil, pois não há uma cena sequer que justifique plasticamente o ingresso mais caro (até mesmo em “Madagascar 3″ o número musical final, por menos sentido que fizesse, tinha um visual 3D muito bonito).

Nota : 7.5

Uma Noite no Museu 3 : O Segredo da Tumba


     Uma Noite no Museu 3, é agradável mas não passa de ser o   pior filme da trilogia. Não foge muito da realidade do longa que   é de ser uma comédia infanto-juvenil e tem algumas cenas que     podemos até considerar engraçadas. 
      O  melhor do filme é a maneira de trazer a história em forma    de diversão e comédia e de certa maneira ser um certo tanto          educativo para as crianças que o assistem.
    Robin Williams, por ser seu último trabalho, acaba dando ao   filme uma carga emocional, até porque o roteiro oferece uma       cena que funciona bem como uma espécie de despedida do ator.
    Dentre as novidades do elenco, Ricky Gervais surge em um    personagem completamente sem importância e que não faz  ao seu talento como ator e comediante. Por outro lado, a  jovem Rebel Wilson vai bem na pele da segurança de um museu  em Londres. Ela aplica o mesmo estilo avoado de sempre, mas  que funciona e gera alguns risos. O filme, por sinal, até abre as  portas para ela, quem sabe, assumir à frente da franquia em  eventuais sequências.

      O filme também não brilha nos quesitos técnicos, como som, mixagem e fotografia. Os efeitos especiais são bons, mas não oferecem nada de novo. Se você é fã dos dois filmes anteriores, é capaz de se divertir. Se já não gostava, não vai encontrar atrativos diferentes aqui.

Nota : 7.5

Êxodo - Deuses e Reis


       Êxodo - Deuses e Reis, mais uma aventura épica baseada      em uma história bíblica, assim como o recente 'Noé", chegou  aos cinemas no final de dezembro com uma grande expectativa  de sucesso de bilheteria e vem conseguindo esse trunfo  esperado. O filme, que conta a história de Moisés, é fiel, mostra  de certa forma a real história sem muitas invenções como o  próprio Noé evitando dessa maneira fugir tanto do verdadeiro  contexto.
      Com um elenco eficiente, em principal Christian Bale, o  filme ganha mais nesse quesito mesmo não sendo nenhuma obra  de arte cinematográfica. Bale faz bem seu trabalho e convence.
      E claro, não posso deixar de comentar sobre Ridley Scott  que a cada filme seu mostra mais a competência de seu trabalho,  afinal faz grandes filmes, com grandes efeitos em um tempo  muito curto entre eles. Algo que concordamos que não é nada  fácil.
     E por fim, vem o melhor do filme: efeitos especiais. O filme  tem grandes efeitos, em principal a cena do mar se abrindo e a  mais divertida do filme, as pragas.
     Umas das coisas que fazem deste filme algo melhor é a forma como retrata o Deus do Antigo Testamento, que é visto em cena como uma criança. Apesar do pouco tamanho, Deus aparece sempre como uma figura certa de suas atitudes e também ameaçadora.

Nota : 8.5


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